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quinta-feira, outubro 11, 2018

O VÔO. H. Dobal. Poesia.

O VÔO
H. Dobal

Dói o domingo
no ninho dos tédios.

Dói o verão:
esta pele seca
estirada
sobre os ministérios vazios.

Dói o clube
dos domingos.
Dói o rito
dos domingos:
o amargo esporte
de viver.
O amargo esporte
de esquecer.

Dói a divisão da vida:
o pão subtraído,
o peixe poluído,
a paz envenenada.

Dói o vôo cortante desta tarde.

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