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sexta-feira, novembro 24, 2017

APELO. Charles Fonseca. Poesia.

APELO
Charles Fonseca.

Abracei-te efusivo,
Envolvi-te num abraço,
Saístes de modo esquivo
Pensando que era um laço.

A mim dissestes, ´mão boba´!
Sensível que sou, esteta.
Acho que tu não és tola,
Descompassastes o poeta.

Teu corpo é muito esbelto,
Longilíneo, violino,
Se tocado vibra certo,
Destilas em mel citrino

Não sei se te recordas:
O maestro na orquestra
Dos instrumentos de cordas
Quem o toca, a mão aperta.

Deixa-me fazer vibrar
Qual vibra o violão,
Teu corpo todo a arfar
Fremente nas minhas mãos!
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