O VÔO
H. Dobal
Dói o domingo
no ninho dos tédios.
Dói o verão:
esta pele seca
estirada
sobre os ministérios vazios.
Dói o clube
dos domingos.
Dói o rito
dos domingos:
o amargo esporte
de viver.
O amargo esporte
de esquecer.
Dói a divisão da vida:
o pão subtraído,
o peixe poluído,
a paz envenenada.
Dói o vôo cortante desta tarde.
quarta-feira, novembro 15, 2017
O vôo. H. Dobal. Poesia
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