segunda-feira, novembro 13, 2017
Cristianismo e o estudo da natureza
Cristianismo e o estudo da natureza
O pensamento de Santo Agostinho foi basilar ao orientar a visão do homem medieval sobre a relação entre a fé cristã e o estudo da natureza.
Ele reconhecia a importância do conhecimento, mas entendia que a fé em Cristo vinha restaurar a condição decaída da razão humana, sendo, portanto, mais importante.
Agostinho afirmava que a interpretação das escrituras deveria ser feita de acordo com os conhecimentos disponíveis, em cada época, sobre o mundo natural.
Escritos como sua interpretação “alegórica” do livro bíblico do gênesis vão influenciar fortemente a Igreja medieval, que terá uma visão mais interpretativa e menos literal dos textos sagrados.
Durante os tempos confusos da dissolução do Império Romano do Ocidente e dos primeiros séculos da Idade Média muito da cultura clássica se perdeu, mas o declínio cultural teria sido bem mais intenso não fosse pelo monasticismo, mais especificamente pela ação dos monges copistas.
É bem verdade que os textos em grego já não estavam mais acessíveis pelo esquecimento do idioma e que os escritos que passavam pelo trabalhoso processo de cópia manual eram selecionados de acordo com a importância dada a eles pelos religiosos.
A Igreja também esteve a cargo da estrutura educacional, ou, pelo menos, supervisionando a mesma. Quando Carlos Magno chamou o monge Alcuíno para elaborar uma reforma na educação européia, a Igreja ficou responsável tanto pelas escolas monacais quanto pelas escolas catedrais.
A maioria das universidades nos séculos XII e XIII surgiram precisamente de escolas ligadas às catedrais e funcionavam sob a proteção de jurisdição eclesiástica.
Com relação à investigação da natureza, que renasceu na Idade Média Clássica, já foi mencionada a importância das ordens religiosas mendicantes.
Embora Bernardo de Claraval e alguns outros religiosos tenham chegado a desencorajar o estudo das ciências por entenderem que muitos buscavam esses conhecimentos por vaidade, seus pontos de vista jamais foram adotados.
A Inquisição estava presente, mas a Igreja concedia aos professores muita elasticidade em suas doutrinas e, em muitos casos, estimulou as investigações científicas.
Nas universidades, o campo da filosofia natural dispunha de grande liberdade intelectual, desde que restringisse suas especulações ao mundo natural.
Embora se esperassem retaliações e castigos caso os filósofos naturais passassem desse limite, os procedimentos disciplinares da Igreja eram voltados principalmente aos teólogos, que trabalhavam numa área bem mais perigosa.
Em geral, havia suporte religioso para a ciência natural e o reconhecimento de que esta era um importante fator no aprendizado.
GLÓRIA DA IDADE MÉDIA: Ordenadas pela lógica floresceram ciências como a mecânica, as matemáticas, a física e a astronomia
Marcadores:Charles Fonseca,....Charles Fonseca,
Cristianismo,
Igreja
Escreva para o meu e-mail: silvafonseca@gmail.com
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário