DOS BEIJOS E ABRAÇOS
Charles Fonseca
Para o bem entendedor basta meia palavra, diziam os antigos. Concordo mas também acho que basta o silêncio, uma só palavra, às vezes só um olhar, o não olhar, o fazer-se de cego, de mudo ou surdo. Ou um abraço mal dado, duro, de lado, esquivo. Até o beijo, quem diria, pode dizer tudo como o disse Judas ao entregar o Messias. Muitas vezes o dar de lado, outras, o dar com empenho, o beijo tipo selinho, o estalado, o premido, o chupado. E ainda assim só o dia a dia, o passar dos anos, o que não volta mais é que prediz o que vem à frente.
segunda-feira, outubro 31, 2016
Dos beijos e abraços. Charles Fonseca. Prosa
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