VIBRANDO
Charles Fonseca
A mulher quase não ria. E ele a olhava. Um belo dia ele disse: você tem um belo sorriso, deveria sorrir mais. Parece que algo vibrou nela. Nele já também. Conversa vai, conversa vem, e as valências livres se embolaram. Mas havia condicionantes irrevogáveis. Laços em nós muito bem dados. Ela queria que ele os desatasse. Ele não queria desenlace, só uma cavalgadazinha sem tirar nem por pedaço em ninguém. Além do mais, a vivência era pouca pra tão grande gesto. E ela ficou seis meses à sua espera sem umzinho sequer. Paixão. Tesão. Tensão. Enfim, a solidão. Nunca mais. Nunca haverá.
sábado, setembro 24, 2016
Vibrando. Charles Fonseca. Prosa
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