À BEIRA-RIO
Charles Fonseca
Mesmo com horrível censura,
Lá se vão já muitas décadas,
A flor abriu-se em pétalas
Nem na cabeça a tonsura
Impediu gozo vicário
Da cabaça, a flor em mel,
Adoçou o travo fel
Do barrado vate vário.
Que barra pesada aquela!
A flor no peitoril
À janela céu anil
Só os dois e a gemer ela
A flor toda orvalhada
Em cálice turgescente
O peito arfante à frente
O corpo em rebolado
E o poeta em carvalho
E a flor em junco tenra
Nele se encosta o esquenta
Pobre poeta espantalho
A cabeça mais acima
Pensa menos que a de baixo
Oh geleia, sobe o facho,
Uma fêmea choraminga.
sexta-feira, abril 22, 2016
À BEIRA-RIO. Charles Fonseca. Poesia.
Marcadores:Charles Fonseca,....Charles Fonseca,
.....À BEIRA-RIO
Escreva para o meu e-mail: silvafonseca@gmail.com
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário