quarta-feira, abril 02, 2014

"O modo das mulheres se vestirem está induzindo ao estupro". Uma análise psiquiátrica. Marcelo Caixeta. Medicina

“O MODO DAS MULHERES SE VESTIREM ESTÁ INDUZINDO O ESTUPRO” . UMA ANÁLISE PSIQUIÁTRICA
Marcelo Caixeta
.....................................
O objetivo deste artigo é o de fazermos uma análise psiquiátrica da pesquisa do IPEA ( “órgão de pesquisas” - entre aspas porque são todas direcionadas - cooptadas pelo Governo e tendenciosamente orientadas para o esquerdismo estatizante ) que mostra que aprox. 65% da população ( homens e mulheres ) concordam que uma mulher que se veste de forma exageradamente sensual, de certa forma está induzindo a violência sexual contra si mesma.
Há vários níveis de análise embutida nesta "pesquisa".
O primeiro tipo de análise que fazemos não é propriamente psiquiátrica, mas política. E, do ponto de vista político, há dois elementos a serem levados em conta. Em primeiro lugar, o enorme interesse em que o Governo Federal tem de criar qualquer “factoide” ( notícias com aparência de fatos verdadeiros, “bolhas-de-sabão”, “pseudo-notícias” ) para desviar a atenção da população do “escândalo-Dilma-Petrobrás” ( compra, feita pelo PT, da refinaria que valia 30 milhões por 1 bilhão e 800 milhões ). Dentro desta perspectiva, há até a - pouco plausível - ideia de que o Governo tenha “inventado”, maquiado, “superfaturado”, “turbinado”, estes dados de pesquisa.
Além desta possibilidade, há a bem provável hipótese de manipulação política de dados : para o Governo é muito interessante “combater os conservadores”, ou seja, “combater os homens de direita” , estes “do tipo que acham que as mulheres merecem ser estupradas”. Para um governo de esquerda, é muito interessante ajuntar-se “direitos humanos” ( “defesa das mulheres frágeis”) , “feminismo” ( “as mulheres têm direito de mostrar o corpo, vestirem-se sensualmente, provocantemente, sem com isto estarem sinalizando nada de sexual” ), e “ataque contra a truculência dos homens-autoritários-conservadores- de direita” . Vendo que está havendo uma “onda de direita” que varre o país ( reação aos desmandos esquerdistas-totalitários ) , é muito importante para o Governo Esquerdista com finalidades Totalitárias combater esta onda “autoritário-fálica-masculina-direitista-conservadora-religiosa” com todas suas armas disponíveis. O “feminismo” ( para “uso à moda da casa”) está entre as maiores dentre estas armas. O “combate à religiosidade” ( os “religiosos” estão começando a ver o ateísmo-materialismo do totalitarismo petista ) é outra destas armas governistas ( “são os religiosos, assim como os homens trutculentos-autoritários-de direita que abominam as vestimentas sensuais das mulheres, pois as impedem, como no caso do aborto, de serem donas de seu próprio corpo” : esta é a mensagem subliminar a ser passada pelo Governo ).
Deixemos, então, o “nível político” para fazermos uma análise propriamente psiquiátrica deste fenômeno do “ 65% acham que mulheres vestidas sensualmente “induzem” o estupro”. Há uma percepção inconsciente, por parte da população, homens e mulheres, de que acontece um "fenômeno estranho" hoje entre as mulheres : cada vez mais ego-centradas, cada vez mais frias e intolerantes para com os homens, cada vez mais carreiristas e menos românticas, cada vez mais frias e distantes dos filhos, cada vez mais “masculinizadas” na postura de “usar-e-descartar-o-homem-objeto” mas, ao mesmo tempo, cada vez mais sensuais, mais “cultivadoras do corpo”, cada vez mais “agressivamente boazudas”, cada vez mais “malhadas”, “turbinadas”, “sexualmente apetitosas”, “sexualmente provocantes”. Um paciente que tenho em psicoterapia, engenheiro, resume este sentimento velado : “Marcelo, minha mulher veste-se com shortinhos, minissaias, malha o tempo todo, usa roupas sensuais de malhação, corpo sarado, plásticas, bumbum e seios turbinados, mas é cada vez mais fria comigo na cama; por isto eu tenho tesão é pela feminilidade da empregada”. “Tenho até raiva dela; eu a olho e penso : um mulherão destes prá quê, se ela não gosta daquilo ?”. “Fico até revoltado com ela, com muito ódio dela “dedicar-se tanto ao próprio corpo” e ser tão pouco sensual; ela é cada vez mais “executiva”, cada vez mais distante de sexo, mais profissional, mas cada vez mais provocante, mais centrada no próprio corpo, não entendo isto”. Este engenheiro descreve o que Freud já dizia : “quando retiramos a libido ( energia sexual ) do outro , a investimos no próprio corpo”. Outro de meus pacientes diz : “frequento muita academia, as mulheres vão lá num verdadeiro desfile, com shortinhos, roupas de malha completamente coladas no corpo, marcas de calcinhas-fio-dental, macacõezinhos superapertados, com um corpo super-boazudo, mas são enjoadas demais, nariz empinado, não olham de lado, são verdadeiras máquinas obsessivas de cuidar do próprio corpo”. “Quando a gente se aproxima, pensando que elas estão emitindo sinais sensuais, nos olham com desprezo, nariz empinado, uma já me disse : “vê se te enxerga cara”. “Aliás, esta é a frase que eu mais escuto delas lá dentro : “vê se te enxerga!!”. “O desprezo e quase ódio da gente é demais, não dá para entender; então, por quê se vestem daquele jeito, por que se insinuam tanto assim para a gente?”.
Outro tipo de reclamação que se escuta muito em consultório psiquiátrico-psicoterápico hoje em dia: “ela me tratou como um objeto, sou um bagaço de laranja, que ela chupou e jogou fora”. “Hoje as coisas estão invertidas, elas é que nos abandonam”, “me esnobou”, “diz que se sentia sufocada”, “levou minha filha embora, disse que queria ser livre, que eu a estava asfixiando em sua liberdade”, “queria dançar, viajar”, “ela me seduziu, se jogou em cima de mim como uma prostituta, eu me apaixonei e depois ela me chutou como um cachorro morto”, etc. A “liberalidade sexual” que se vê hoje - sexo sem compromisso, sem responsabilidade e sem tabus - também explica a extrema sensualidade com que algumas mulheres se vestem. Muitos homens ( e algumas mulheres, como veremos abaixo ) sentem no ar esta certa “agressividade sexual”, ostensividade sexual, que paira no ar brasileiro. O Brasil, como se sabe, é o país da sensualidade, por exemplo, entre nós a pornografia é solta, aberta, até a TV hoje em dia apresenta filmes pornôs sem nenhuma cerimônia ( não é preciso nem pagar canais exclusivos para isto ). Sem falar nas bancas, com “bundas-de-mulher” ao alcance até das criancinhas de quatro anos.
Tudo isto gera, no país, uma “tensão sexual” exagerada, dá a impressão de uma “disponibilidade sexual” exagerada. Muitos homens , vivendo de corpo e alma neste “caldo viciado”, “partem mesmo para cima”, e, quando encontram “resistência” da “mulher-Vênus-de-Milo” ( bonita e sensual, mas sem braços para abraçar a ninguém ), esta raiva pode tornar-se explosiva, incontrolável e criminosa ( sexo não-consensual , violência sexual ).
Na psicopatologia de muitos estupradores está a necessidade de controle, de dominação, às vezes até acima da necessidade sexual. Ou, então, há um vínculo muito estreito, em suas mentes, entre o controle, dominação, necessidade de submissão e o gozo sexual. Tais indivíduos doentes irão sentir-se “desafiados”, “revoltados”, “esnobados”, por este tipo de mulher “Vênus-de-Milo” ( linda mas sem braços para abraçar ). Este ódio, por sua vez, pode ser um elemento afrodisíaco em suas mentes perturbadas, uma vez que, dentro delas, é muito comum a associação entre agressividade e sexo. Gostam de dominar, submeter, e terem gozo concomitante com isto. Quanto mais resistência, mais violento será o ataque, maior será o gozo. As mulheres-frias-e-sensuais, como estas que vimos acima, neste aspecto são-lhes um prato cheio. Homens normais, inconscientemente, sentem este mecanismo patológico da mente dos criminosos sexuais , daí sua anuência ao fato de que “mulheres muito oferecidas externamente e indisponíveis afetivamente estão caçando sarna para se coçar”. “Elas estão andando no fio-da-navalha e, eu, como homem, me conheço, sei que outros mais perturbados do que eu, nestas circunstâncias, podem partir para o ataque”.
Um de meus pacientes, não-criminoso-sexual, me relatou um fato ilustrativo : “um dia saí com uma supergata, ela disse que queria “ficar mais a sós comigo”, fomos para um motel. Lá chegando, depois de uns grandes amassos, ela simplesmente negou-se a dar para mim. Eu fiquei completamente louco, comecei a rasgar a roupa dela, só parei porque ela gritou e chegou um funcionário”. “Só sei que ela brincou com fogo, não deveria ter feito aquilo”. “Sei que eu estava errado, mas o senhor sabe, chega em um ponto em que a gente perde o controle sobre o próprio corpo”. Pois bem, também conhecedores deste mecanismo psicopatológico recôndido, ao dizerem que as “semi-nuas estão brincando com fogo, pedindo para serem atacadas”, os homens normais que responderam a pesquisa poderia estar fazendo uma constatação : a normalidade pode estar muito próxima da patologia, como ocorre muito em psiquiatria. E nestes casos, estariam dizendo, mesmo sem saber o porquê : “como nem eu mesmo me garanto, não vou ficar jogando pedras apenas nos violentadores pois acho que as mulheres estão também agressivamente provocativas e afetivamente indisponíveis”. Neste caso, é uma constatação, não propriamente uma justificativa. É importante separar, do ponto de vista moral, o que é uma constatação ( “as mulheres estão muito provocativas”) do que é uma justificação ( “merecem ser estupradas por serem provocativas”). Numa mente pouco cultivada, como o é da população em geral, as duas coisas podem misturar-se, por exemplo, o “ódio destas mulheres” pode contaminar a conduta moral, a ponto deles “justificarem” o estupro. Aí a constatação vira, perigosamente, justificativa.
Então, estas coisas, provavelmente estão se acumulando no imaginário masculino coletivo . No entanto, se a pesquisa do IPEA for mesmo séria ( o que , conforme disse acima, me desperta dúvidas ), isto não de confina apenas ao universo masculino. As mulheres - pelo menos algumas delas -, na pesquisa, também se manifestaram também “revoltadas” com a “sensualidade rejeitante” de algumas mulheres hoje em dia. A “mulher normal”, com a “sexualidade normal”, com o comprometimento sexual normal para com o parceiro, muitas vezes, sente esta “disponibilidade vestual sexual” das mulheres “Vênus-de-Milo” como algo incomodativo e agressivo. Tendem a vê-las como “concorrentes desleais”, como “potenciais-roubadoras-de-maridos”, pois sentem que o comprometimento afetivo-ético delas é perigosamente frouxo e devasso. Também, inconscientemente, sentem “raiva” desta psicologia de “mulher-egoísta-só-disponível-para-o-próprio-corpo”, “mulher-sem-comprometimento-afetivo-com-o-homem-família-filhos”. Sua desaprovação pode vir, portanto, na forma de condenação do modo como, provocativamente, se vestem, sem estarem, de fato, “disponíveis” para aquilo que se propõem. O que é paradoxal nisto tudo é que, quanto menos “disponível-para-o-outro” ( aqui no caso, “outro” significando casamento, compromisso, filhos, marido, companheiro, etc ) se torna a mulher, mais “agressivamente sexual” ela tende a se mostrar. Sua libido volta-se só para si mesma, ela passa, como Narciso olhando para a própria imagem no lago, a amar-se só a si mesma. E deste “amar-se só a si mesma” advêm claros ganhos secundários : admiração dos homens, “carreiras-que-se-abrem” na vida profissional, suspiros, “parar o trânsito”, “poder da sedução”, “homens que abrem porta de carros”, enfim, toda sorte de ganhos e “tapetes-vermelhos”. O paradoxal nisto tudo é o de que, quando mais “poderosas são”, mais elas desprezam os homens ( “estão aos meus pés, são uns fracos, fazem o que eu quero, eu os manipulo à vontade ) , e os homens sentem isto. Um dos trocos possíveis é o de odiá-las, mesmo as desejando. O amor, neste caso, se desvincula do sexo, o que é muito perigoso, podendo degenerar em violência sexual. A população, quando diz , simploriamente, que “uma mulher destas está pedindo para ser estuprada”, está nada mais do que “captando” e manifestando estes dados complexos e inconscientes.
As “mulheres normais”, ou seja, que não vivem só para o próprio corpo, tendem a não produzirem-se e cultivarem-se assim tão “agressivamente”, daí a certa “inveja” misturada com ódio ( e temor de serem substituídas ) delas face às “Vênus-de-Milo”. Estas “mulheres normais”, evidentemente, irão dizer que “muitas destas periguetes por aí estão andando tão peladas que estão pedindo mesmo é para serem estupradas”.
Como vimos, o Governo Esquerdista, como todo bom oportunista, alimenta-se destes complexos fenômenos psicossociais para passar sua tese : “vamos destruir os machões truculentos, autoritários, de direita, conservadores”. “Vamos continuar apostando nas mulheres-Dilma, vamos continuar apostando nas mulheres-Maria-do-Rosário-Direitos-Humanos”. “Vamos continuar apostando no esquerdismo humanista, no contra-obscurantismo, na “liberdade da Mulher”. Em síntese : “vamos continuar apostando no PT”.
....................................................
Marcelo Caixeta, Psiquiatra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário