MEDICINA NÃO RIMA COM LUCRO
Marcelo Caixeta
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A prática da Medicina só é possível com "Santidade" e com "Satanismo". Só os médicos "santos" irão sobreviver, só os hospitais "satânicos" ( administrados por uma autoridade forte, "mandona", hierarquizada, "não-democratizada" ) irão sobreviver com eficiência. Parece paradoxal, não ? Mas não é.
Querer “controlar o homem com leis” leva às maiores catástrofes sociais. A humanidade tem estado errada há séculos, mas não se dá conta disto.
A “sociedade ocidental”, querendo “viver bem”, criou um “entulho de Leis Externas”, tudo para impedir que os “fortes” mandem nela, a explorem, suguem dela. Por “não querer sofrer”, a Sociedade matou o “forte”. No entanto, com isto, nem o forte nem o fraco evoluíram, pois uma “Lei” só corrige o forte pelo lado externo, não no interno. Só o “amor” pode amolecer o “forte”, não a força externa, não a “lei externa”. Por outro lado, os fracos, ao matarem o forte, acomodam-se com sua vida de “funcionário público dependente do Estado”. Não querem mais lutar, progredir, sofrer, evoluir, “ralar”. O sonho de todos, como se vê no Brasil, é o de ser um “tranquilo funcionário público com o contra-cheque gordo”. Os “fracos” “viciaram-se” na “democracia” pública e “transparente” ( quem hoje iria ser “louco” de combater a democracia pública e transparente )? Hoje, num país escandinavo, ou mesmo no Brasil, as leis são tão asfixiantes, limitantes, controladoras, que só praticando a corrupção para alguém poder “evoluir”.
A “democracia transparente” diz : “não é possível um cara ter um carro de um milhão de dólares enquanto uma menininha etíope passa fome”. Então, vamos “matar” este cara. Mas e se o cara for dono de uma rede de pornografia ( p.ex., Playboy ) que lhe rende bilhões com o vício dos outros ? Ao matá-lo por “inveja” ( travestida de suposta justiça ), além de estarmos “involuindo” ( pois estamos exercendo uma função mental deletéria : inveja, ódio, destruição ), deixamos de tocar no verdadeiro ponto : por que estamos dando dinheiro para ele com nosso vício ? Evolução de fato seria : deixarmos de ser viciados em pornografia, deixarmos de comprar a Playboy ( ou outras ) e assim “matarmos” o empresário por falta de grana.
Mas a humanidade tem feito o contrário : o matou por inveja e pelo fato dele ser mais inteligente que ela, mais trabalhador, mais “esperto” do que ela.
Chegamos no ponto atual : 1) a Europa estagnou-se pois, com o “socialismo”, matou-se o “espírito animal” ( Keynes ) da Iniciativa Privada ( os EUA vão no mesmo rumo, Barack já é um prenúncio ). 2) Ao mesmo tempo em que se “mata a autoridade”, o “mundo sem autoridade” vira um “caos”. Por falta da figura masculina ( “morte da autoridade” ) , os jovens estão se afundando nas drogas, crimes, Aids, gravidezes precoces, filhos-sem-pais, etc. A saída para a violência, por exemplo, na ausência da “autoridade” ( até a polícia está sendo obrigada a feminilizar-se ) só tem sobrado a alternativa de se armar e sair por aí “matando bandido”. 3) Até na vida diária isto já tem repercussão : ao “matar-se” a “autoridade máscula do médico”, ao submetê-lo à pressão de inúmeras e esmagadoras leis, o médico competente está ficando cada vez mais raro. Com a “morte” dos “médicos truculentos” só têm ficado na Medicina os “médicos santos” ( aqueles que exercem sua autoridade científica mesmo sofrendo nas mãos do povo ) e estes são muito raros. 4) Com o “furor ético” que se abate sobre hospitais ( “hospitais não podem ter lucro; têm de fazer de tudo - inclusive ter prejuízo - para atender bem e com humanidade; dentro dele não há “superiores” são todos iguais, etc), os hospitais privados ( os mais eficientes ) estão desaparecendo. Os pretensos filantrópicos padecem do mesmo mal : se tiverem gestão “colegiada”, “democrática”, afundam-se em dívidas, e se tiverem “direção única” são chamados de “truculentos-ditatoriais”.
- Fim da Iniciativa Privada e Estatização Crescente
A solução que sobra é dos “hospitais irem para o Governo”, pois, teoricamente “o que é do Governo é do Povo”, “o Povo é quem manda”, “o Povo é humano”, “o Povo não quer lucro” ( só tem um detalhe :”O Povo não funciona” ). O problema é que, o que é do Povo não tem dono, ninguém cuida. O que é do Povo não tem direção, ninguém dirige, ninguém se responsabiliza. E, numa unidade complexa como um hospital ( talvez a mais complexa das instituições humanas ), se não houver direção firme, a mão firme de uma hierarquia, a mão firme da Ciência, a coisa degringola. O Governo, seja com hospitais estatais, seja com os terceirizados, vem aproveitando-se desta “onda democrático-hospitalar” ( “Empresários só querem lucro na saúde”, “são anti-éticos”) para enfiar a faca no coração da Medicina Liberal e não-estatal. O parque hospitalar privado brasileiro, quebrado, acuado, endividado, multado, exigido, escandalizado, judicializado, estigmatizado, midiatizado, pouco a pouco desaparece e a Medicina migra para mãos estatais e para-estatais ( entre estes “para-estatais”, além das Organizações Sociais - OS, estão os “pseudo-filantrópicos” tais como Einstein, Sírio, D´Or, etc, que recebem grossas subvenções do Governo, assim como Eike Batista recebia, assim como a “Oi do filho do Lula” recebia, assim como “Daniel Dantas - Opportunity” recebia”, ou seja, é o “Capitalismo de Estado” favorecendo as “empresas amigas do Rei”) . Para um hospital destes, em mãos estatais ( e paraestatais ) , funcionar , ele gasta 5 vezes mais que um hospital enxuto e azeitado nas mãos da iniciativa privada, com uma hierarquia e uma chefia, administrativamente e cientificamente eficientes. Além de gastarem 5 vezes mais, mesmo assim sua “administração e chefias colegiadas” fazem com que os estatais e paraestatais vivam sob escândalos, falências, e só não fecham porque os Governos vivem injetando bilhões em seus cofres sem fundo. Mesmo o PSDB, que se diz contraponto do estatismo do PT segue esta cartilha, mostrando que, em termos de Governo no Brasil, todos são estatizantes e anti-Sociedade-Civil, por mais digam que não. Se fossem pró-Sociedade-Civil de fato , defenderiam redução de impostos e enxugamento do Estado, mas nenhum dos candidatos presidenciáveis dizem isto. As verdadeiras “ilhas de excelência” hospitalar só sobrevivem mesmo onde o “capitalismo da iniciativa privada” permita uma administração eficiente, e isto , hoje, resume-se aos EUA ( por enquanto, pois Obama, como todo bom “socialista”, também tenta desmontar este esquema ).
Custos médico-hospitalares cada vez maiores e eficiência cada vez mais questionável, esta é mais uma das consequências da “destruição da autoridade”, a tendência que está nos levando para o “buraco”, como apontamos aí acima.
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Marcelo Caixeta, médico psiquiatra.
domingo, março 23, 2014
Medicina não rima com lucro. Marcelo Caixeta. Medicina
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