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domingo, maio 19, 2013

Erros médicos mais comuns no tratamento das doenças psiquiátricas. Marcelo Caixeta

ERROS MÉDICOS MAIS COMUNS NO TRATAMENTO DAS DOENÇAS PSIQUIÁTRICAS
Marcelo Caixeta

Por uma questão profissional, acabo tendo a oportunidade de examinar grande número de doentes cerebrais/mentais cujos tratamentos não deram certo. Já há anos faço este trabalho e aí preparei uma estatística dos casos mais comuns de incapacidade psiquiátrica. É importante salientar que as doenças psiquiátricas são a segunda maior causa de incapacitação para o trabalho e que estes benefícios previdenciários tiveram um aumento de quase 400 % nos últimos anos . 1) em primeiro lugar, estão aquelas “depressões que não melhoram com antidepressivos”. São, na maioria das vezes, casos de doença bipolar, forma depressiva, e , como tal, podem até piorar com o uso de antidepressivos ( pacientes ficam mais “agitados”, ansiosos, irritados, insones, exaltados, agressivos, explosivos, impulsivos ). 2) Em segundo lugar, estão os “falsos esquizofrênicos”, pacientes que foram diagnosticados como portadores desta doença apenas porque, em algum momento, tiveram alucinações, delírios, discurso bizarro, ficaram “trancados dentro do quarto”, etc. Grande parte destes pacientes são bipolares não-diagnosticados ( pois bipolares podem delirar, alucinar e trancafiarem-se ), ou doentes com alguma patologia cerebral, p.ex., encefalopatia hipertensiva ( alterações encefálicas devidas à uma pressão arterial muito alta ). 3) Sequelas mentais de traumatismo craniano ( motocicleta). 4) Sequelas mentais de doença cerebral vascular devida ao tabagismo ( e também ao cafeinismo que quase sempre o acompanha ) . O tabagismo constitui, muito mais que o crack ( só que não divulgado ) a maior causa evitável de incapacitação psiquiátrica. Gera alterações dos vasos cerebrais , induzindo desde as chamadas “depressões vasculares” até “derrames” mesmo ( acidentes vasculares cerebrais ). É extremamente comum ( avalio uma média de quatro casos por semana ) aquele paciente tabagista que começa desenvolver depressão/ansiedade graves, refratários ao tratamento comum, e que nunca tiveram seu problema químico diagnosticado ou tratado. Praticamente 100% dos médicos ignoram a natureza toxicomaníaca deste tipo de doença. Sem tratamento, os sintomas depressivos/ansiosos vão caminhando no sentido de uma “demência”, o paciente vai perdendo funções cognitivas, tendo alterações da memória, fatigabilidade aos esforços mentais, apatia, perda de vontade, desinteresse, intensa reação ao estresse. Há casos, inclusive, onde pacientes jovens, trinta e poucos anos ( ou até mesmo antes dos trinta ), já apresentam “derrames” sérios ( acidentes vasculares encefálicos ), hemiplégicos, com afasia, etc, mas os médicos nunca “nem desconfiaram” que o problema poderia estar no cigarro. Tanto é que o paciente chega para a perícia ainda fumando, nunca fez tratamento para o tabagismo. São feitos exames caríssimos, para afastar-se outras doenças ( p.ex., “vasculites”), mas o mais simples e o mais barato, não é feito : parar de fumar. Triste e enorme “epidemia silenciosa” ceifando vidas e mentes. 5) pacientes que estão hoje morando nas ruas, usuários de crack, delinquentes, que eram hiperativos e nunca foram diagnosticados e tratados corretamente por médico psiquiatra . Em muitos casos, passaram por médicos não-especialistas em psiquiatria , ou mesmo não-médicos ( psicólogos ), durante toda a infância, mas foi-se assegurado para a mãe que “seu filho não tem nada, não, isto que ele está tendo é devido a falta de educação, falta de uma boa escola, falta de dinheiro, falta do pai, etc”. Sem tratamento, a hiperatividade transforma-se primeiro em transtorno de oposição desafiante, depois transtorno de conduta, o garoto ( ou garota ) ganha a rua, vai para o crime, prostituição, toxicomania pesada e, quando chega neste estágio ( só aí é que vai para o psiquiatra) já não dá para fazer mais nada...Pois bem, vê-se por esta lista que a maioria dos casos de incapacidade laboral tem tratamento ( se fosse adequado ) e tem prevenção ( se esta existisse ). Vê-se também que aquelas “causas médicas cabeludas”, complexas, geralmente intratáveis, ou de difícil diagnóstico, p.ex., “psicose por encefalite auto-imune anti-NMDA”, são muito raras, constituindo parcela ínfima, em relação a estas aí acima. O tratamento/prevenção destes casos atrai pouco a atenção do Governo, pois exigem um médico de qualidade, e médico é a última coisa que Governo quer ver na sua frente. É muito melhor , seguindo-se a política populista-esquerdista do Governo, aumentarem-se as “bolsas-aposentadorias”, as “bolsas-auxílio-doenças”, “bolsas-incapaz”, pois estas, além de não exigirem o médico ( repito, “persona-non-grata” nas hostes governamentais ), criam o que todo Governo quer : passividade e curral-eleitoral.

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