terça-feira, maio 22, 2012

Poema de finados. Manuel Bandeira.

POEMA DE FINADOS
Manuel Bandeira

Amanhã que é dia dos mortos 
Vai ao cemitério. Vai 
E procura entre as sepulturas 
A sepultura de meu pai. 

Leva três rosas bem bonitas. 
Ajoelha e reza uma oração. 
Não pelo pai, mas pelo filho: 
O filho tem mais precisão. 

O que resta de mim na vida 
É a amargura do que sofri. 
Pois nada quero, nada espero, 
E em verdade estou morto ali.

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