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segunda-feira, novembro 21, 2011

VAI-VEM
Ernane Gusmão

Trêfega e bela, amante clandestina
que um dia rebentou por estas plagas
tens o encanto do mar em dúbias vagas
nesse seu jeito de mulher menina

Com placidez, doce marola, afagas,
deslize de ondas sobre areia fina
mas na vazante, verde turmalina,
abres no peito tão profundas chagas.

Nesse vai-vem, as ondas figurando
tuas fugas e presenças se alternando
eu vejo a tua imagem de mulher

vivendo no meu peito condoreiro,
quais vagas de mares o tempo inteiro,
não me deixando respirar sequer.

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