O ALBATROZ
Charles Baudelaire
Às vezes, por prazer, os homens da
equipagem
Pegam um albatroz, imensa ave dos mares
Que acompanha, indolente
parceiro de viagem,
O navio a singrar por glaucos patamares.
Tão logo
o estende sobre as táboas do convés,
O monarca do azul canhestro e
envergonhado,
Deixa pender, qual par de remos juntos aos pés,
As asas que
fulge um branco imaculado.
Antes tão belo, como é feio na
desgraça,
Esse viajante agora flácido e acanhado!
Um, com o cachimbo, lhe
enche o bico de fumaça,
Outro a coxear, imita o enfermo outrora
alado!
O Poeta se compara ao príncipe da altura
Que enfrenta os
vendavais e ri da seta no ar;
Exilado no chão, em meio à turba obscura
,
As asas de gigante impedem-no de andar.
terça-feira, novembro 22, 2011
Marcadores:Charles Fonseca,....Charles Fonseca,
Charles Baudelaire,
Poesia
Escreva para o meu e-mail: silvafonseca@gmail.com
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário