quarta-feira, agosto 17, 2011






ANVERSO DO VERSO
Charles Fonseca

Disse uma andorinha
Ao seu amante ao final:
Vai-te, não és meu igual,
Sai do meu ninho, caminha!

(Como sair desse ninho
Se nele ele pôs os seus ovos?
Se seus filhotes têm olhos
Pro mundo, tão sem peninhas?)

Vai os filhotes são meus
Também é meu este ninho.
Retiro o teu escarninho
Vai, tenho pressa, adeus!

Oh Deus, que ave tristonha
Vou-me já que nada resta,
Vou embora pra floresta
Busca d’ave que ainda sonha.

Filhotes, vos amo, saudades!
Saudade é o verso do amor.
Divido o céu com o condor
Encontro vocês pelos ares.



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CÉU
Charles Fonseca

Foi-se embora ano e meio
Um milenio à espera
Da morena, ai quem dera,
Num minuto pra mim veio

De tão longe este veio
Dourado fundo da terra
Das entranhas, como é bela,
Antes dela outro veio

Seu igual irmão primeiro
À minh'alma de poeta
Tanto amar quase me resta
Céu, quem dera, verdadeiro!




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