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quinta-feira, abril 21, 2011


Ganymède donnant à boire à l'aigle de Jupiter, sculpté par Bertel Thornwaldsen, upload feito originalmente por Bibliothèque de Toulouse.


De língua macia
Marina Colasanti


Meu homem está nu
lendo na cama.
Sessenta anos
e seis
teme esse homem.
E no entanto
é cariátide sentada
que o tempo aflora
como aflora a pedra
e que
no meu olhar
lhe lambe
a pele.



Companheiro de toga
O governo nomeia para o STJ Antônio Ferreira, advogado sem currículo – mas ligado ao PT
Diego Escosteguy e Murilo Ramos, ÉPOCA

O advogado Antônio Carlos Ferreira formou-se numa faculdade que nem sequer consta da lista das 87 recomendadas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Não fez mestrado. Em 30 anos de carreira, nunca publicou um artigo jurídico. Só teve um grande cliente: a Caixa Econômica Federal, onde entrou há mais de 25 anos.
Nas poucas e magras linhas de seu currículo oficial, porém, não há menção ao dado mais relevante de sua trajetória: desde 1989, ele é filiado ao Sindicato dos Bancários de São Paulo, entidade alinhada com o Partido dos Trabalhadores.
Militante informal do partido, Antônio Carlos fez carreira na Caixa com a ajuda dos companheiros. Em 2000, a pedido do atual tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, tornou-se chefe do setor jurídico do banco no Estado de São Paulo. Quando Lula assumiu a Presidência, três anos depois, o PT emplacou Antônio Carlos no comando da Diretoria Jurídica da Caixa – uma posição para lá de poderosa, da qual dependem todos os grandes negócios do banco.
Antônio Carlos, um companheiro discreto e disciplinado, nunca criou problemas para o partido. Deu aval a contratos tidos como ilícitos pelo Ministério Público Federal, como no caso da multinacional de loterias Gtech, e testemunhou silenciosamente ações ilegais, como a quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo.
No caso da Gtech, acusada pelo MP de pagar propina ao PT para renovar por R$ 650 milhões um contrato com a Caixa, Antônio Carlos e sua equipe mudaram o entendimento jurídico sobre o assunto – o que permitiu a renovação exatamente nos termos pedidos pela multinacional, ainda no começo do governo Lula.
Anos depois, em 2006, ele jantava com o então presidente da Caixa, Jorge Mattoso, quando um assessor do banco entregou a Mattoso um envelope com os extratos bancários do caseiro que denunciara malfeitorias do ministro Antonio Palocci.
O misterioso perdão milionário concedido pela Caixa ao grupo Bozano e ao Banco Santander, revelado por ÉPOCA na semana passada, também passou, sem nenhum questionamento, pelo crivo da turma de Antônio Carlos. (Por meio de sua assessoria, ele negou participação nos casos que passaram por sua área e disse não ter visto o conteúdo do envelope com os extratos bancários do caseiro.)
Antônio Carlos permaneceu na diretoria da Caixa até agosto do ano passado. Na última terça-feira, a presidente Dilma Rousseff o nomeou para uma vaga no Superior Tribunal de Justiça, o STJ, a segunda corte mais importante do país.
Para ocupar esse cargo, a Constituição exige que o candidato detenha “notório saber jurídico” e “reputação ilibada”. Caberá agora ao Senado sabatiná-lo.
A reputação foi colocada em xeque por sua atuação na Caixa. Com relação ao notório saber jurídico, é difícil encontrar lentes para enxergar esse atributo em Antônio Carlos – a não ser lentes vermelhas, partidariamente embaçadas.




História da Igreja Católica


12. Os padres apostólicos

A geração cristã que sucede aos apóstolos tem à sua frente bispos e presbíteros, entre os quais se destacam algumas figuras, luminosas por sua santidade, sabedoria e zelo doutrinal: os Padres Apostólicos.

Seus escritos são muito parecidos com as epístolas do Novo Testamento. Procuram mostrar aos fiéis a importância da salvação concedida por Cristo, reforçam a esperança no seu retorno, exortam à obediência aos pastores das suas comunidades e alertam para o risco das heresias e cismas.

São eles: Clemente Romano, Inácio de Antioquia, Policarpo de Esmirna, Pápias de Hierápolis, Barnabé e Hermas.

a) Clemente Romano

Clemente possuía, na sua época, grande autoridade, embora tenha sido conservado apenas um escrito de sua autoria: a carta aos Coríntios. A Igreja na Síria atribuiu a esta carta valor canônico, e o Codex Alexandrinus da Bíblia a incluiu entre os livros inspirados. Em torno do ano 170 o bispo Dionísio de Corinto atesta a sua leitura litúrgica.

Orígenes e Eusébio identificam Clemente com o colaborador de Paulo citado em Fl 4,3. De acordo com Santo Ireneu, ele foi o terceiro sucessor de Pedro em Roma (Pedro, Lino, Anacleto, Clemente). Para Tertuliano, no entanto, Clemente recebeu a Ordem diretamente do Príncipe dos Apóstolos.

O seu exílio para o Quersoneso Taurino e o seu martírio no mar Negro não podem ser considerados como fatos históricos.

A carta aos Coríntios, de Clemente, foi redigida nos últimos anos de Domiciano imperador (c. de 96). A razão de tal carta foram contendas naquela igreja. Membros mais jovens da comunidade haviam deposto os presbíteros. Quando a notícia chegou a Roma, Clemente interveio.

Nesta carta podemos detectar já a presença e o exercício do carisma petrino. Com autoridade, o bispo da Cidade Eterna exorta os coríntios a se submeterem aos seus superiores eclesiásticos, exigindo que a estrutura hierárquica da Igreja de Deus seja respeitada.

b) Inácio de Antioquia

Bispo da cidade de Antioquia, Inácio foi condenado, no reinado de Trajano, a ser dilacerado pelas feras. Em seu trajeto para o martírio, da Síria até Roma, escreveu sete cartas, para as igrejas de Éfeso, Magnésia, Trales, Roma, Filadélfia, Esmirna, e para seu irmão no episcopado, Policarpo.

Para Inácio, a eucaristia é "a carne de nosso Salvador Jesus Cristo, que sofreu por nossos pecados e que, na sua bondade, o Pai ressuscitou". Ensina que para a unidade da Igreja é fundamental a comunhão com a hierarquia: bispos, presbíteros e diáconos.

Santo Inácio utiliza, pela primeira vez, o termo "Igreja católica" para designar a verdadeira Igreja de Jesus Cristo. "Onde aparece o bispo, aí esteja a multidão, do mesmo modo que onde está Jesus Cristo, aí está a Igreja católica". Distingue a comunidade de Roma dentre todas as demais. É ela a igreja que "preside na região dos romanos, digna de Deus, digna de honra, digna de ser chamada feliz, digna de louvor, digna de sucesso, digna de pureza, que preside ao amor, que porta a lei de Cristo, que porta o nome do Pai..." Lá os apóstolos Pedro e Paulo selaram seu testemunho. Em Roma se encontra o autêntico magistério da fé.

Seu martírio ocorreu por volta do ano 110.

c) Policarpo de Esmirna

Policarpo chegou a conhecer o apóstolo João, que o constituiu bispo de Esmirna. Em meados do século I tentou fazer um acordo, em Roma, com o papa Aniceto, sobre o dia da celebração litúrgica da festa da Páscoa (primeira controvérsia quartodecimana). O heresiarca Marcião, ao encontrá-lo, perguntou ao santo se o conhecia. Policarpo respondeu: "Sim, eu te conheço. És o primogênito de Satanás". De acordo com o testemunho de Santo Ireneu, Policarpo escreveu várias epístolas a diversas comunidades e a bispos em particular. A única que nos chegou foi a remetida para a igreja de Filipos.

O Martírio de São Policarpo é a mais antiga narrativa de um martírio de que se tem notícia. Não se pode duvidar de sua autenticidade. Em um de seus trechos mais belos, o santo bispo recebe a ordem de amaldiçoar Jesus Cristo. Policarpo responde: "Há oitenta e seis anos que o sirvo; jamais ele me fez mal algum; como poderei eu blasfemar contra meu Rei e Salvador?" Quando as chamas da fogueira milagrosamente se desviavam do seu corpo, teve de ser morto com uma punhalada. E. Schwartz acredita que a morte de Policarpo se deu no dia 22 de fevereiro de 156.

Seus ossos foram recolhidos por fiéis, "mais valiosos que pedras preciosíssimas, mais apreciados que o ouro, e os sepultaram num lugar apropriado, onde se poderiam reunir eles em cada aniversário" - evidência de um culto de relíquias ainda em estado embrionário.

d) Pápias de Hierápolis

Pápias conheceu o apóstolo João e foi companheiro de São Policarpo. Bispo de Hierápolis, redigiu cinco livros relatando ensinamentos e atos de Jesus e dos que o seguiam (cerca de 130).

Eusébio, em sua História Eclesiástica, chama Pápias de espírito mesquinho, por causa de suas inclinações milenaristas. Da obra de Pápias só restam alguns fragmentos, um dos quais fala da origem dos evangelhos de Mateus e Marcos.

e) Barnabé

Na verdade a única referência que temos sobre este Barnabé é uma epístola. Clemente Alexandrino, Orígenes e a tradição em geral, atribuem esta epístola ao Barnabé companheiro de São Paulo. Eusébio de Cesaréia e Jerônimo consideram o documento como apócrifo.

A primeira parte do escrito fala sobre o Antigo Testamento e analisa as várias prefigurações do Cristo. A segunda, no estilo da Didaqué, expõe a doutrina das duas vias, a da luz e a das trevas.

Provavelmente o seu autor era um mestre gentio convertido. A composição da carta não tem data certa. Possivelmente depois do ano 130.

f) Hermas

Hermas era um comerciante de condição simples, cristão, com uma visão um pouco estreita, mas sincero e piedoso. Para Eusébio e Orígenes, tratava-se do mesmo Hermas referido por São Paulo em Rm 16,14.

Sua única obra conhecida é chamada de o Pastor de Hermas. Seguindo o modelo dos apocalipses judaicos, é uma exortação forte à penitência que utiliza muitas imagens misteriosas. Afirma a possibilidade de haver perdão dos pecados após o batismo, embora por tempo limitado. Contradizendo muitos autores antigos, Hermas considera lícito um novo matrimônio depois da viuvez.

Os Padres da Igreja, grandes representantes do cristianismo dos primeiros séculos, explorarão as riquezas da Escritura e da Tradição para expor e aprofundar a fé.

http://www.bibliacatolica.com.br/historia_igreja/12.php#ixzz1KC4tD5NP







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