segunda-feira, janeiro 10, 2011

A luta contra Militão


O Coronel Militão, grande inimigo dos Matos.

A trégua habilmente pactuada por Horácio tem fim quando, em 1918, Militão Coelho invade Brotas de Macaúbas a fim de prender o "major Venas" (Joviniano dos Santos Rosa, tabelião), que lhe desobedecera. O major era compadre de Horácio, inclusive criando-lhe duas filhas naturais.[5]

Dando mostras de seu estilo, o velho coronel ainda atira no maxilar de sua vítima, para que este nunca mais discuta suas ordens. Horácio vê que somente pela força pode se entender com Militão: invade Brotas de Macaúbas, resgatando seu aliado e preparando-se para a resposta. Militão, que estava na capital, retorna e os combates têm início.[7]

Aos aliados de Horácio deram o apelido de mandiocas, ao passo que estes chamavam os de Militão de mosquitos.[3]

Duas batalhas decidem o destino desta primeira refrega, após dois meses de intenso combate: Pega e Fundão. Horácio assume a chefia política da cidade, feito Intendente, ao passo em que Militão fortifica-se, em Barra do Mendes, então distrito de Brotas.[7]

Derrotado em armas, Militão obtém uma vitória política, junto ao governador Antônio Muniz, com a emancipação de Barra do Mendes, levando ainda o distrito de Fundão e exigindo o distrito de Guigós ao vizinho Gameleira. Renovato Alves Barreto, líder daquela cidade, pede ajuda a Horácio, que envia cinqüenta homens a Gentio do Ouro, então um povoado entre as duas localidades.[5]

Militão manda crucificar um amigo de Horácio, Onésimo Lima, e seus jagunços expropriam a Fazenda Melancia, tomando todo o gado de um seu parente. A guerra estava declarada.[6]

A conquista de Barra do Mendes

Reconquistando a fazenda Melancia, Horácio vence as barreiras interpostas, uma a uma, através de trincheiras. O coronel finalmente inicia o cerco à cidade, mandando um ultimato para que as famílias pudessem sair em segurança.[7]

Nas refregas, que duraram longos cinco meses, Horácio protagonizou um ato de heroísmo que animou sua tropa: tendo sido morto um seu sobrinho, e temendo o lugar onde este tombara, o coronel teria pessoalmente se esgueirado até o local tido por amaldiçoado e o conquista. O fato foi que, depois da queda desta trincheira, seus jagunços encheram-se de novo ânimo, destruindo a fortaleza de Militão com dinamites (então de fácil aquisição, sendo a região mineradora), forçando a fuga do inimigo: não sem antes capturar Nestor Rodrigues Coelho, filho de Militão - e que libertou, em seguida.[7]

Horácio exigiu que Militão fosse afastado da política local e que a Sede do município de Barra do Mendes fosse transferida para o Jordão, (atual Ipupiara). Horácio de Matos e João Arcanjo reanexam informalmente o território de Barra do Mendes ao de Brotas de Macaúbas. A extinção oficial do município se deu pela Lei Estadual nº 1.388 de 24 de maio de 1920.[5]

Era o fim do velho Militão, e início da hegemonia sertaneja de Horácio de Matos.[5][7]] A marcha contra Salvador

Quadro político

O cenário político da Bahia era dominado pela figura do governador Seabra que, num acordo, firmara seu apoio a Antônio Muniz, que o sucedera, desde que este fizesse o mesmo em volta.[5]

Assim, vencendo uma oposição que contava com nomes como Ruy Barbosa, Luiz Vianna, Simões Filho e Octávio Mangabeira, consegue J. J. Seabra voltar ao governo. Derrotava a Paulo Martins Fontes. A oposição engendrou um plano, que contaria com a participação ativa de Horácio de Matos: o sertão iria contestar a eleição, e provocar um levante armado. Esta situação forçaria uma intervenção federal, tolhendo a posse de Seabra e com a realização de novas eleições, desta feita com Seabra desmoralizado.[6]

A adesão de Horácio

Tendo em duas ocasiões enfrentado as tropas da polícia, enviadas por Muniz contra si quando do cerco a Campestre, não hesitou Horácio em responder aos oposicionistas positivamente, somando-se a isto o fato de que estes lhe acenavam com recursos e armamentos.[3][5]

Com apoio de outros coronéis (Anfilófilo Castelo Branco, de Remanso e Marcionílio Antônio de Sousa, de Maracás), Horácio invade e conquista a maior cidade da Chapada, Lençóis, que se entrega sem que um só tiro seja disparado.[5]

Em 17 de fevereiro de 1920 Muniz Aragão pede a intervenção federal. Epitácio Pessoa despacha à Bahia dez mil soldados. A posse de J.J. Seabra é assegurada, e o comandante do Exército acha prudente negociar a paz, evitando assim a marcha a Salvador.[6]

(wikipedia)

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