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quarta-feira, outubro 20, 2010

O soluço

Certa vez ao passar por um povoado no sul da Bahia o sub-delegado que me conhecia pediu-me para ver um velhinho que a tres dias soluçava sem parar. Trabalhador rural. Era sábado. Posto de telefone da Telebahia, a sala cheia. No centro, o sofredor. Entramos e fui logo dizendo "Oi meu velho, como vai?". Abracei-o. E ele a soluçar contou em poucas palavras seu mal. Enquanto falava eu toquei de leve no pescoço no ponto de pulsação máxima da carótida e fui aos poucos apertando no local... Todos me olhavam e eu sabendo que se apertasse demais poderia haver parada cardíaca. Tres minutos depois perguntei-lhe: "E então meu velho, pra onde foi o soluço?". Ele me disse após dar-se conta: "Foi embora". Despedi-me e também fui.
Charles Fonseca

Um comentário:

  1. Não sou médico, dai sentir-me a cavaleiro para o comentaario a seguir: O médico, competente, solidario, merece o respeito que lhe é devido. Estranha-se, portanto, o tratamento que lhe é dispensado pela sociedade ao não valoriza-lo como profissional, se compararmos com outras categorias de bem falantes no serviço publico. A função de cuidar, preservar a vida esta acima de outras filigranadas. Rubem

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