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segunda-feira, maio 24, 2010

MEDICINA

Por quanto tempo as pessoas com esquizofrenia devem ser medicadas?

Os medicamentos antipsicóticos reduzem o risco de episódios psicóticos futuros em portadores que se recuperaram de um episódio agudo. Mesmo com a continuidade do tratamento, algumas pessoas sofrerão recaídas, mas os índices de recaída são muito maiores quando o tratamento é interrompido. Na maioria dos casos, não seria correto dizer que o tratamento medicamentoso “previne” as recaídas. Na verdade, ele reduz sua intensidade e freqüência. O tratamento dos sintomas psicóticos graves geralmente requer dosagens mais altas do que aquelas usadas para o tratamento de manutenção. Se os sintomas reaparecem com uma dose menor, um aumento temporário na dosagem pode prevenir um novo surto psicótico.
Justamente porque a recaída é mais provável quando os antipsicóticos são interrompidos ou usados irregularmente, é muito importante que os pacientes tenham um bom acompanhamento médico e que os familiares sejam também orientados e atendidos. Esse acompanhamento costuma aumentar a adesão ao tratamento. Esse termo - adesão – se refere a quanto os pacientes seguem o tratamento recomendado por seu médico. Boa adesão envolve tomar a medicação prescrita na dose correta e de forma apropriada todos os dias, além de comparecer às consultas e seguir cuidadosamente outros procedimentos do tratamento. A adesão ao tratamento é freqüentemente difícil para as pessoas com esquizofrenia, mas pode aumentada por várias estratégias, levando a uma melhor qualidade de vida.
As pessoas com esquizofrenia não aderem ao tratamento por várias razões: Os pacientes podem não acreditar que estão doentes e negar a necessidade de medicação, ou podem ter o pensamento tão desorganizado que não se lembram de tomar o remédio de forma correta. Membros da família ou amigos podem nem sempre entendem a doença e inadvertidamente aconselham o paciente a parar de tomar o remédio quando ele passa a se sentir melhor. Os médicos, que têm um importante papel em ajudar seus pacientes a aderir ao tratamento, nem sempre perguntam a seus pacientes como estão tomando a medicação, ou não se dispõem a acolher o pedido do paciente de mexer na dosagem ou tentar uma nova medicação. Alguns pacientes relatam que os efeitos colaterais de certas medicações parecem piores do que os sintomas da doença. Além disso, o abuso de álcool e drogas pode interferir com a efetividade do tratamento, levando os pacientes a interromper a medicação.
Mas existem estratégias que pacientes, médicos e familiares podem usar para melhorar a adesão e prevenir a piora da doença. Alguns medicamentos, como o haloperidol, estão disponíveis em forma depot (injetáveis, de depósito), que eliminam a necessidade do paciente tomar comprimidos diariamente. O envolvimento dos familiares ou cuidadores na rotina de medicação é muito importante para assegurar a adesão ao tratamento. É fundamental ajudar o paciente a entender que a medicação tem um efeito positivo em sua vida (mesmo com seus efeitos colaterais), ainda que este não aceite ou acredite estar doente. Os familiares podem também ajudar a estabelecer uma rotina para a medicação – por exemplo, tomar os remédios junto com as refeições. Além destas estratégias de adesão, conversar com o paciente e com seus familiares sobre a doença, seus sintomas, e informá-los sobre as medicações prescritas para tratar a doença ajuda a compreensão da necessidade do tratamento. Pacientes e familiares precisam ter acesso à informação e orientação para que possam melhor entender as razões do tratamento.
O paciente precisa ser escutado em seus motivos para não querer tomar o remédio, mas pode também ser motivado e com o tempo passará a entender que o remédio o ajuda a viver melhor O que não costuma ser útil é dar o remédio sem o conhecimento do paciente, pois isto não o ajudará a perceber a relação entre a medicação e a melhora de certos sintomas, e conseqüentemente não contribuirá para que ele adquira consciência da doença. Tomar o remédio de forma correta é quase sempre um longo processo de negociação, que requer paciência e compreensão de todas as pessoas envolvidas – profissionais, familiares e o próprio paciente.
http://www.abpcomunidade.org.br/informese/exibir/?id=25

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