Pesquisar este blog

terça-feira, fevereiro 23, 2010

POESIA

LUA NOVA
Silveira Neto

No silêncio da côr - treva silente -
Abriu-se a noite mádida e sombria,
Logo que o sol, rezando: Ave, Maria...
Fechou no ocaso as portas de oiro ardente.

A terra, a mata, o rio, a penedia,
Tudo se fôra pela treva e, rente
Ao céu, ficou a lua nova algente,
Como um sonho esquecido pelo dia.

Ela assim foi: morreu; desde êsse instante
Pálido e frio, como a lua nova,
Ficou-me entre as saudades seu semblante.

Mas, ouve: quanto mais doída cresce
A noite que me vem da sua cova,
Mais branca e inda mais fria ela aparece.

Nenhum comentário:

Postar um comentário