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domingo, janeiro 24, 2010

MINH'ALMA É TRISTE COMO A FLOR QUE MORRE Casimiro de Abreu

MINH'ALMA É TRISTE COMO A FLOR QUE MORRE
Casimiro de Abreu

Minh'alma é triste como a flor que morre
Pendida à beira do riacho ingrato;
Nem beijos dá-lhe a viração que corre,
Nem doce canto o sabiá do mato!

E como a flor que solitária pende
Sem ter carícias no voar da brisa,
Minh'alma murcha, mas ninguém entende
Que a pobrezinha só de amor precisa!

Amei outrora com amor bem santo
Os negros olhos de gentil donzela,
Mas dessa fronte de sublime encanto
Outro tirou a virginal capela.

Oh! quantas vezes a prendi nos braços!
Que o diga e fale o laranjal florido!
Se mão de ferro espedaçou dois laços
Ambos choramos mas num só gemido!

Dizem que há gozos no viver d'amores,
Só eu não sei em que o prazer consiste!
- Eu vejo o mundo na estação das flores...
Tudo sorri - mas a minh'alma é triste!

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