Cântico dos Cânticos, 5
Rei Salomão.
Venha o meu amado ao seu jardim e saboreie os seus melhores frutos.
Já vou ao meu jardim, ó minha irmã e esposa, e aí colho minha mirra com meus aromas; aí sorvo o favo com o mel e bebo o vinho com meu leite.
Comei, amigos, bebei e inebriai-vos, meus caros!
Eu durmo, mas meu coração vigia. É a voz do meu amado a bater:
“Abre-me, ó minha irmã e amada, minha pomba, minha imaculada, pois minha cabeça está cheia de orvalho e meus cabelos, do sereno da noite”.
“Tirei minha túnica; vou vesti-la de novo? Lavei meus pés; vou tornar a sujá-los?”
Meu amado desliza a mão pela abertura e meu ventre na hora estremece.
Levanto-me para abrir ao amado: minhas mãos destilam a mirra e meus dedos, cheios de mirra escolhida, seguram a maçaneta da fechadura.
Então abri ao amado: mas ele se afastara e passara adiante. Minha alma se derreteu, porque partira; procurei-o e não o encontrei, chamei-o, e não me respondeu.
Encontraram-me os guardas que faziam a ronda da cidade: bateram em mim e me feriram, arrancaram-me o manto as sentinelas das muralhas.
Eu vos conjuro, mulheres de Jerusalém: se encontrardes meu amado, o que lhe direis? — “Que eu desfaleço de amor!”
Que tem o teu amado mais que os outros, ó mais bela das mulheres? Que tem o teu amado mais que os outros, para que assim nos conjures?
Meu amado é claro e corado, inconfundível entre milhares.
Sua cabeça é ouro puro e os anéis de seus cabelos, como cachos de palmeira, negros como o corvo.
Seus olhos são como pombas à beira dos riachos, lavadas em leite e repousando junto a torrentes borbulhantes.
Suas faces são como canteiros de aromas, como tufos de ungüentos; seus lábios, como lírios, destilando mirra escolhida.
Suas mãos são torneadas em ouro, cheias de jacintos; seu ventre é marfim lavrado, guarnecido de safiras.
Suas pernas são colunas de mármore sustentadas sobre bases de ouro; seu aspecto é como o do Líbano, alto como os cedros.
Seu paladar é só doçura e todo ele é desejável: tal é o meu amado e ele é quem me ama, ó mulheres de Jerusalém.
quinta-feira, outubro 15, 2009
Cântico dos Cânticos, 5. Rei Salomão. Poesia..
Marcadores:Charles Fonseca,....Charles Fonseca,
Poesia,
Rei Salomão
Escreva para o meu e-mail: silvafonseca@gmail.com
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário