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quinta-feira, setembro 17, 2009

O ADEUS DE TERESA. Castro Alves. Poesia.

O ADEUS DE TERESA
Castro Alves

A vez primeira que eu fitei Teresa,
Como as plantas que arrasta a correnteza,
A valsa nos levou nos giros seus...
E amamos juntos... E depois na sala
Adeus eu disse-lhe a tremer coa fala...

E ela, corando, murmurou-me: adeus.

Uma noite... entreabriu-se um reposteiro...
E da alcova saía um cavaleiro
Inda beijando uma mulher sem véus...
Era eu... Era a pálida Teresa!
Adeus lhe disse conservando-a presa...

E ela entre beijos murmurou-me: adeus!

Passaram tempos... séclos de delírio
Prazeres divinais... gozos do Empíreo...
. . . Mas um dia volvi aos lares meus.
Partindo eu disse -- Voltarei!... descansa!...
Ela, chorando mais que uma criança,

Ela em soluços murmurou-me: adeus!

Quando voltei... era o palácio em festa!...
E a voz dEla e de um homem lá na orquestra
Preenchiam de amor o azul dos céus.
Entrei! . . . Ela me olhou branca . . . surpresa!
Foi a última vez que eu vi Teresa!...

E ela arquejando murmurou-me: adeus!

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