MÃE DA CRIAÇÃO
Rodrigo Sestrem Costa.
Fui eu quem trouxe à luz os dois infantes
que levaram por nome Tempo e Pressa.
Sou culpada, admito, ré confessa,
mãe de qualquer Depois e todo Antes.
Com a força de milhões de elefantes
eu carrego o planeta em minha mão.
Faço a bola girar igual pião
apoiada ponta do meu dedo.
Nessa hora, eu revelo o meu segredo:
mais que Pai, sou a Mãe da Criação.
A Saudade nasceu no mesmo dia
em que fiz brotar firme a Distância.
São melhores amigas desde a infância
são amantes do Acorde e da Poesia.
Quando criei a fôrma da Alegria,
na euforia, deixei ela no chão.
Aproveitando a tal situação
a Tristeza também se fez, sem medo.
Vou assim revelando o meu segredo:
mais que Pai, sou a Mãe da Criação.
A Verdade, eternamente menina,
goza a sua inocência de criança
basta pôr pés no chão, e ela já dança,
num sorriso que aprende e que ensina.
Nem percebe os olhares de rapina
que a Mentira lhe lança, sem perdão.
São o espinho e a flor de um só botão,
fruta doce que traz consigo o azedo.
Hoje lanço pro mundo o meu segredo:
mais que Pai, sou a Mãe da Criação.
Trago a história pintada nas retinas
cores leves e fortes misturadas.
O vermelho das rosas ofertadas
é o mesmo das vis carnificinas.
Belo verde das matas e campinas
também veste e disfarça o batalhão.
Fiz do Cosmos minha grande exposição
qual criança pintando algum lajedo.
Rabisquei pelo mundo o meu segredo:
mais que Pai, sou a Mãe da Criação.
O Amor é meu filho mais antigo
é ator de encarnar mil personagens.
Muda de figurino e cria imagens:
pai, amante, herói, irmão, amigo.
Ele é céu estrelado e é abrigo,
é guiado e se vai sem direção.
Vive, morre e renasce como o grão
que faz brotar do peito um arvoredo.
Só quem ama compreende o meu segredo:
mais que Pai, sou a Mãe da Criação.
http://www.rsestrem.blogspot.com/
domingo, março 15, 2009
Mãe da criação. Rodrigo Costa. Poesia
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