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domingo, setembro 21, 2008

COMO SE EU FOSSE UM CANTADOR
Aureo Mello
(XXXV)

O homem ou crê ou fica louco. A vida
É mistério, tão bárbaro e medonho,
Que o sujeito ou se pendura no sonho
Ou numa áspera corda bem comprida.

Que venha a fé, mesmo estando vestida
De estranhos balandraus ou que tristonho
Seja o rosto de Paulo, ou Possidônio,
Expressando uma lágrima contida.

Um momento há que faz rendermos loa
Àquilo que nos céus finge que voa
Ou ao da besta urrar no abismo fundo.

Tem de haver algo que não crer na morte
Nos faça e acreditar que um poder forte
Fará de amor o amálgama do mundo.

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