QUE SOPREM AS CINZAS
Charles Fonseca
Estou de novo a sós comigo mesmo
Curtindo uma saudade que me aperta
O peito que a acolheu qual porta aberta
Mas dele ela se foi, fiquei a esmo.
Nada então me alegra, tudo é tédio,
Vagueio pelas ruas sem consolo.
Repenso minha vida, fui um tolo?
De novo quero amar, é o remédio.
A solidão me envolve, me enlaça.
Meu coração em chamas foi fogueira.
Só resta agora a cinza borralheira,
Se o vento a leva, embaixo ainda há brasa.
Que braços sobre ela tragam lenho,
Que novos ventos brasa fogo aticem,
Que novas labaredas já crepitem,
Que nova amada chegue alegro o cenho.
sábado, julho 05, 2008
QUE SOPREM AS CINZAS. Charles Fonseca. Poesia.
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