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domingo, junho 15, 2008

VERDE
Júlio Maciel

Há uma ressurreição no Sertão rudo.
Uma ressurreição! — Verde e risonho
É o vale, verde a serra, é verde tudo
Em que os meus olhos, deslumbrado, ponho.

Bruto alcantil de aspecto mau, desnudo
Esvão de terra, ríspido e tristonho,
— Agora têm branduras de veludo,
Verdes agora os vejo, como em sonho!

Em cisma, a sós, contemplo verde liana,
Verde, tão verde, com carícia humana
As ruínas afagando a uma tapera.

E na contemplação que me não cansa,
Sinto quão doce és tu, cor da Esperança,
— Até nos olhos de quem nada espera...

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