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domingo, janeiro 06, 2008

A um passante. Charles Baudelaire. Poesia

A UM PASSANTE
Charles Baudelaire

A rua, em torno, era ensurdecedora vaia.
Toda de luto, alta e sutil, dor majestosa,
Uma mulher passou, com sua mão vaidosa
Erguendo e balançando a barra alva da saia;

Pernas de estátua, era fidalga, ágil e fina.
Eu bebia, como um basbaque extravagante,
No tempestuoso céu do seu olhar distante,
A doçura que encanta e o prazer que assassina.

Brilho... e a noite depois! - Fugitiva beldade
De um olhar que me fez nascer segunda vez,
Não mais te hei de rever senão na eternidade?

Longe daquí! tarde demais! nunca talvez!
Pois não sabes de mim, não sei que fim levaste,
Tu que eu teria amado, ó tu que o adivinhaste!

2 comentários:

  1. império da qualidade
    tudo com capricho
    parabéns.

    e a LUZ foi colocada
    sobre o alqueire para
    que todos possam ver.

    aqui apenas os primeiros
    passos, mas que denotam
    que haverá novas revelações.

    bênçãos

    luizzZ

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