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terça-feira, dezembro 18, 2007

POEMA DOS OLHOS DA AMADA
Vinícius de Moraes

Oh minha amada, que olhos os teus
São cais noturnos cheios de adeus
São docas mansas trilhando luzes
Que brilham longe, longe nos breus
Oh minha amada, que olhos os teus
Quanto mistério nos olhos teus
Quantos saveiros, quantos navios
Quantos naufrágios, nos olhos teus
Oh minha amada de olhos ateus
Quem dera um dia quisesse Deus
Eu visse um dia o olhar mendigo
Da poesia nos olhos teus.

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