A vereda da vida
Elisio Felix da Rocha
Não indaguei de ninguém, ninguém me disse
O início dos meus primeiros anos
Mas nos passos dos tristes desenganos
Vim parar na ladeira da velhice
E, temendo que o mundo não me visse,
Procurei arrodeios infernais
Mas o rio das águas imortais
Me mostrou a corrente caudalosa
A vereda da vida é tão penosa
Que me assombro com as curvas que ela faz.
Vou morrer caminhando sem dar crença
As misérias da vida sem proveito
Estas coisas que o homem está sujeito
O desgosto, o amor e a doença
Sem temer nesta vida a negra ofensa
De espadas, pistolas e punhais
A vereda da vida é tão penosa
Que me assombro com as curvas que ela faz.
O desgosto do homem não se finda
Na tangente da vida tão extensa
A esperança fracassa e também pensa
Que seu dono cansado está de vinda
O desgosto fugiu, mas volta ainda
A esperança morreu, não volta mais
Pois a minha não vive, há tempo jaz
Nas montanhas da alma cavernosa
A vereda da vida é tão penosa
Que me assombro com as curvas que ela faz.
Acho tarde demais para voltar
Estou cansado demais para seguir
Os meus lábios se recusam a sorrir
Sinto lágrimas, não posso mais chorar
Eu não posso partir, também ficar
Pra seguir, a viagem é perigosa
A vereda da vida é tão penosa
Que me assombro com as curvas que ela faz.
terça-feira, setembro 25, 2007
A vereda da vida. Elisio Felix da Rocha. Poesia
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