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sexta-feira, junho 08, 2007

MEU SER EVAPOREI NA VIDA INSANA
Bocage

Meu ser evaporei na lida insana
Do tropel das paixões que me arrastava
Ah, cego eu cria, ah !mísero eu sonhava
Em mim, quase imortal, a essência humana!

De que inúmeros sóis a mente ufana
A existência falaz me não doirava !
Mas eis sucumbe a Natureza escrava
Ao mal , que a vida em sua origem dana.

Prazeres, sócios meus e meus tiranos,
Esta alma, que sedenta em si não coube,
No abismo vos sumiu dos desenganos.

Deus. Ó Deus! Quando a morte à luz me roube
Ganhe um momento o que perderam anos:
Saiba morrer o que viver não soube!

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