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quinta-feira, abril 05, 2007

PROCISSÃO. Charles Fonseca. Poesia

PROCISSÃO
Charles Fonseca

Corre lento o São Francisco
Lambe as terras que assoreia
As margens nuas, areia,
Sem matas, ao sacrifício

Da morte anunciada
Agoniza ele então
O pouco que resta vão
Querer levar sobre escada

Em obra, qual Ramsés,
Tornar mais rico empreiteiro
Oh meu Deus, salve ligeiro,
Dobra o joelho aos teus pés

O povo bom do sertão
Crente então no São Francisco
Noutras eras era pisco
Salve o rio, pedem então

O bispo com seus irmãos
Os protestantes com causa
Espíritas, ateus na cauda,
Todos pedem em procissão.

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