MORTE
Junqueira Freire
Pensamento gentil de paz eterna,
Amiga morte, vem. Tu és o termo
De dou fantasmas que a existência formam,
- Dessa alma vã e desse corpo enfermo.
Pensamento gentil de paz eterna,
Amiga morte, vem. Tu és o nada,
Tu és a ausência das noções da vida.
Do prazer que nos custa a dor passada.
Pensamento gentil de paz eterna,
Amiga morte, vem. Tu és apenas
A visão mais real das que nos cercam,
Que nos extingues as visões terrenas.
Nunca temi sua destra,
Não sou o vulgo profano:
Nunca pensei que teu braço
Brande um punhal sobr' humano.
Nunca julguei-te em meus sonhos
Um esqueleto mirrado:
Nunca dei-te, p' ra voares,
Terrível ginete alado.
Nunca te dei uma foice
Dura, fina e recurvada;
Nunca chamei-te inimiga,
Ímpia, cruel, ou culpada.
Amei-te sempre: - e pertencer-te quero
Para sempre também, amiga morte.
Quero o chão, quero a terra, - esse elemento
Que não se sente dos vaivens da sorte.
Para tua hecatombe de um segundo
Não falta alguém? - Preenche-a comigo.
Leva-me à região da paz horrenda,
Leva-me ao nada, leva-me contigo.
quinta-feira, setembro 21, 2006
Morte. Junqueira Freire. Poesia
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