Depois que vi por satélite o que hoje é a Fazenda Mansão nunca mais tive vontade de lá voltar. Estive no local quando tinha catorze anos. Em 1959. Quase tudo por fazer. Apenas pequeno plantio de mamona melancia e abóbora que me lembre. Depois criação de caprinos. As sussuaranas a engordar. Cheguei a dormir numa cabana de pau a pique um só cômodo com uma fogueira na porta, sem janela, cobertura de palha. Eu meu pai e três irmãos. A fogueira era para espantar os felinos. E se uma fagulha chegasse à cobertura? Sabiamente me foi dito que não pois o vento estava a favor de nossas almas. Tudo seco de março a novembro. Plante capim búfallo sugeri ao proprietário. Nem precisa cavar o chão era só espalhar as sementes ao vento. Por satélite a região anda verdinha. Visitei a 17 km a Fazenda de um dos proprietários do Banco Econômico que faliu. Lá estava uma placa enorme a dizer aos periquitos carcarás siriemas nambús que era um empreendimento financiado pelo governo federal. Mas até aqui? De quinhentos em quinhentos metros ou muito menos poços artesianos furados e com água. O capim verdejante se dobrava às lufadas do ar quente da caatinga. E meu pai a cavar o leito seco dos riachos pra ver se achava água. Nunca encontrou. Pra que voltar lá no município de Maracás? Já não basta o plantio em vão de milhares de pés da cacau sob a verdejante floresta atlântica em Taboquinhas?
sexta-feira, dezembro 13, 2024
O PLANTADOR DE ILUSÕES
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