As memórias dançam, bêbadas,
falam alto, trocam datas
no secreto escuro limbo
de nossos desejos,
os mais inconfessáveis.
Mudam-nos de lugar, as memórias.
As memórias se abraçam,
interpretam papéis, rodam à baila
confundem fatos, nomes
inventam outros, inexistentes riem
para dar sentido à trama
mesmo que infame, sempre alegre
de nossas trajetórias pessoais.
Quando uma delas se fixa
congelada num canto
paralisada, olhando o nada
não mexa, não toque
não vá despertá-la agora:
ela pode acabar com a festa.
Marcelo Godoi
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