A descoberta de estátuas funerárias em tamanho real em Pompeia representa um acontecimento significativo para nossa compreensão da sociedade romana pré-erupção. Estas esculturas de mármore, datadas entre 133 e 31 a.C. (período republicano tardio), oferecem uma janela para as estruturas sociais e religiosas da cidade antes de sua destruição pelo Vesúvio.
O fato de representarem um homem togado e uma mulher sugere que se trata de personagens de elevada posição social. A toga era um símbolo de cidadania e status na Roma Antiga, usado exclusivamente por cidadãos romanos livres. A presença da figura feminina, identificada como uma sacerdotisa, é particularmente reveladora do papel que as mulheres desempenhavam na vida religiosa de Pompeia.
Este achado desafia visões simplificadas sobre o papel das mulheres na sociedade romana. As sacerdotisas, embora operando em uma sociedade patriarcal, exerciam formas significativas de poder e influência através de suas funções religiosas. O culto religioso era inseparável da política e da vida cívica no mundo romano, e estas mulheres ocupavam posições que lhes conferiam autoridade e prestígio social.
A qualidade artística destas estátuas também revela o alto nível de sofisticação cultural presente em Pompeia antes da catástrofe. O período entre 133 e 31 a.C. foi marcado por grandes turbulências políticas em Roma, incluindo as guerras civis que levariam ao fim da República. É fascinante observar como, mesmo em tempos de instabilidade política, a produção artística e as práticas funerárias mantinham seu refinamento.
A preservação excepcional destas obras só foi possível devido à própria catástrofe que destruiu a cidade. A erupção do Vesúvio em 79 d.C., embora tenha causado imenso sofrimento humano, criou uma cápsula do tempo que continua a revelar detalhes impressionantes sobre a vida cotidiana, as práticas religiosas e as estruturas sociais do mundo romano.
Este achado reforça a importância contínua das escavações em Pompeia, que mesmo após séculos de investigação arqueológica, continua a surpreender os pesquisadores com descobertas que refinam nossa compreensão do mundo antigo.
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© (Giih De Figueiredo).
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