VIDA
Charles Fonseca
Que triste perder em vida o que nem a morte desfaz. O que foi, o que é, o que jamais volta atrás. O que sendo, aparenta não ser. Morrendo, nunca foi. Impedido, alagou as margens férteis, tornou deserto o que era tão carente mas que ainda é e que nunca será saciado. Aí está o drama da vida onde o amor foi semeado. Se germinou, ficou entanguido. Se cresceu, foi contido. Florindo, despetalado. Se deu frutos, foram arrancados. Mas na árvore do bem querer a sombra alivia a dor, a aragem lhe vem amiga, a primavera reflora, o verão aquece a alma, no outono novos frutos ao léu. E quando for inverno ainda há o céu para o ser terno.
segunda-feira, fevereiro 18, 2013
Vida. Prosa poética. Charles Fonseca
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