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quarta-feira, abril 18, 2007

Psicanálise, O porque do divã. Freud.

“Insisto no conselho de deitar o paciente num divã, enquanto o analista toma lugar atrás dele, sem que o veja. Essa disposição tem um sentido histórico: é um resíduo do tratamento hipnótico, a partir do qual se desenvolveu a psicanálise. Mas ela merece ser conservada por diversas razões. Em primeiro lugar, por um motivo pessoal, que contudo outros compartilhem comigo. Não suporto ser fitado por outrem durante oito (ou mais) horas por dia. Como ao escutar abandono-me, eu mesmo, ao curso de meus pensamentos inconscientes, não quero que minha expressão dê ao paciente material para interpretações ou o influencie no que tem a dizer. Habitualmente, o paciente concebe a situação que lhe é imposta como uma privação e se opõe a ela, especialmente se a pulsão visual desempenha em sua neurose um papel significativo. Persisto, porém, nessa medida, que tem o propósito – e o atinge – de impedir a mistura imperceptível da transferência com as associações do paciente e de isolar a transferência, deixando-a aparecer a seu tempo como uma resistência nitidamente circunscrita.” Freud.

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