Pesquisar este blog

quinta-feira, maio 31, 2018

1. São Pedro - O primeiro papa da história

Embora São Pedro nunca tenha realmente mantido o título de Papa em vida, ele foi o primeiro chefe da Igreja Católica. Seu nome original era Simão, e ele era um dos 12 apóstolos de Jesus. São Pedro pregou em toda a região da Anatólia antes de chegar a Roma. Ele viveu lá por 25 anos antes de ser crucificado pelo imperador romano Nero. Diz a lenda que ele foi crucificado de cabeça para baixo porque sentiu que não era digno de morrer da mesma forma que Jesus.

MINHA HISTÓRIA - JOSÉ AUGUSTO



Sabe por que? Foi tão inútil ter
Ficado com você
Ok! Tá no fim
A decisão é discutível
Mas é você quem quer assim

Mas fica aqui comigo esta noite
Eu sinto que você não está segura
Talvez eu ja me veja aqui sozinho
Porque eu conheço esse sorriso, meio sem juízo
Uma vez esse sorriso, me abriu o paraíso

Ouvi dizer pra cada homem tem outra igual você
Eu sei que sim, você também sabe
Que vai ter outro igual a mim
Mas olha nos meus olhos quando eu digo
Será que a gente pode ser amigo?
Mas como conviver sem ter engano?
Porque um amigo eu perdôo, mas você eu amo
Pode até não parecer normal
Mas é um instinto natural

Refrão:

Porque (Mas) apesar de tudo que você me faz
Eu não te esqueço e sem querer te quero mais
E muitas vezes eu pareço ser tão duro
Pra que as pessoas pensem que eu estou seguro
Você não diz nem mesmo se eu estou errado
E não enxerga que eu estou apaixonado
E agindo assim você me deixa sem saída
E vai embora com a minha história em tua vida

Se você vai, não inventa desculpa
Se arruma agora e sai
E quanto a mim, nem precisa se preocupar
O amor é mesmo assim

Quem sabe um dia eu faça uma canção
Pra sufocar por dentro essa emoção
E até sem pensar muito nas palavras
Vou falar desse sorriso, meio sem juízo
Uma vez esse sorriso me abriu o paraíso

Refrão

Evangelho segundo S. Marcos 14,12-16.22-26.

No primeiro dia dos Ázimos, em que se imolava o cordeiro pascal, os discípulos perguntaram a Jesus: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?».
Jesus enviou dois discípulos e disse-lhes: «Ide à cidade. Virá ao vosso encontro um homem com uma bilha de água. Segui-o
e, onde ele entrar, dizei ao dono da casa: «O Mestre pergunta: Onde está a sala, em que hei-de comer a Páscoa com os meus discípulos?».
Ele vos mostrará uma grande sala no andar superior, alcatifada e pronta. Preparai-nos lá o que é preciso».
Os discípulos partiram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito e prepararam a Páscoa.
Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, recitou a bênção e partiu-o, deu-o aos discípulos e disse: «Tomai: isto é o meu Corpo».
Depois tomou um cálice, deu graças e entregou-lho. E todos beberam dele.
Disse Jesus: «Este é o meu Sangue, o Sangue da nova aliança, derramado pela multidão dos homens.
Em verdade vos digo: Não voltarei a beber do fruto da videira, até ao dia em que beberei do vinho novo no reino de Deus».
Cantaram os salmos e saíram para o Monte das Oliveiras.

Segue a boiada

Sublimemos quem nos mantém distantes

quarta-feira, maio 30, 2018

Caminhos de contemplação

Caminhos de contemplação

Uma das atitudes de Jesus que os Evangelhos mais destacam enquanto Ele cumpre sua Missão é a frequência com que Ele faz oração. O ritmo do seu ministério está, em certo sentido, marcado pelos momentos em que se dirige ao Pai. Jesus se recolhe em oração antes do seu Batismo (cfr. Lc 3,21), na noite que antecede a eleição dos Doze (cfr. Lc 6,12), no monte antes da Transfiguração (cfr. Lc 9,28), no Horto das Oliveiras enquanto se prepara para enfrentar a Paixão (cfr. Lc 22,41-44). O Senhor dedicava bastante tempo à oração: ao anoitecer, ou a noite inteira, ou bem de madrugada, ou no meio dos dias de pregação intensa; na verdade, orava constantemente, e lembrou muitas vezes aos discípulos “a necessidade de rezar sempre e não desfalecer” (Cfr. Lc 18,1).

Por que esse exemplo e essa insistência do Senhor? Por que a oração é necessária? Na realidade, a oração responde aos desejos mais íntimos do homem, que foi criado para entrar em diálogo com Deus e contemplá-lo. Mas a oração é, acima de tudo, um dom de Deus, um presente que Ele nos dá: “o Deus vivo e verdadeiro chama incansavelmente cada pessoa ao misterioso encontro da oração. Na oração, é sempre o amor do Deus fiel a dar o primeiro passo; o passo do homem é sempre uma resposta[1]”.

Para imitar Cristo e participar da sua Vida, é imprescindível ser alma de oração. Por meio da contemplação do Mistério de Deus, revelado em Jesus Cristo, nossa vida vai se transformando na vida d’Ele. Aquilo que São Paulo comentava aos coríntios se faz realidade: “Todos nós, porém, com o rosto descoberto, refletimos a glória do Senhor e, segundo esta imagem, somos transformados, de glória em glória, pelo Espírito do Senhor.” (2 Cor 3,18). Assim como São Paulo, todos os cristãos também somos chamados a refletir no rosto a face de Cristo: nisto consiste ser apóstolos, ser mensageiros do amor de Deus, que se experimenta pessoalmente durante os momentos de oração. Entende-se, portanto, a atualidade do convite para “penetrar mais na oração contemplativa no meio do mundo, e ajudar os outros a irem por caminhos de contemplação”[2].

Acolher o dom de Deus

O apóstolo cresce no ritmo da oração, e a renovação pessoal, no impulso evangelizador que parte da contemplação. O Papa nos lembra de que: “a melhor motivação para se decidir a comunicar o Evangelho é contemplá-lo com amor, é deter-se nas suas páginas e lê-lo com o coração. Se o abordamos desta maneira, a sua beleza deslumbra-nos, volta a cativar-nos vezes sem conta. Por isso, é urgente recuperar um espírito contemplativo, que nos permita redescobrir, cada dia, que somos depositários de um bem que humaniza, que ajuda a levar uma vida nova. Não há nada melhor para transmitir aos outros”[3].

SE CONTEMPLARMOS O EVANGELHO COM AMOR, A SUA BELEZA DESLUMBRA-NOS, VOLTA A CATIVAR-NOS VEZES SEM CONTA (PAPA FRANCISCO)
No diálogo com Jesus, a samaritana descobre a verdade de Deus e a da sua própria vida. Recebe o dom de Deus e se converte radicalmente. Por isso, a Igreja viu nesta passagem evangélica uma das imagens mais sugestivas sobre a oração: “Jesus tem sede, e o seu pedido brota das profundezas de Deus que nos deseja. A oração, saibamo-lo ou não, é o encontro da sede de Deus com a nossa. Deus tem sede de que nós tenhamos sede d'Ele”[4]. A oração é uma manifestação da iniciativa de Deus, que vai à procura do homem, e espera a sua resposta para transformá-lo em amigo. Em alguns momentos, parece que somos nós que temos a iniciativa de dedicarmos um tempo de oração a Deus, mas, na verdade, essa “iniciativa” já é uma resposta ao convite de Deus. A oração é como se fosse um chamado recíproco: Deus me procura e me espera, e eu preciso de Deus e o procuro.Os Evangelhos nos apresentam diferentes personagens que mudam de vida ao se encontrarem com Cristo: transformam-se em portadores da mensagem salvadora do Senhor. Um d’Eles é a mulher samaritana que, como relata São João, vai pegar água no poço em que Jesus está sentado, descansando. E é Ele quem começa o diálogo: “Dá-me de beber” (Jo 4,7). Num primeiro momento, a samaritana não demonstra interesse na conversa: “Como é que tu, sendo judeu, pedes de beber a mim, que sou uma mulher samaritana?” (Jo 4,9). Mas o Senhor a faz perceber que, na verdade, Ele é essa água que ela procura: “Se conhecesses o dom de Deus...” (Jo 4,10), “quem beber da água que eu darei, nunca mais terá sede, porque a água que eu darei se tornará nele uma fonte de água jorrando para a vida eterna” (Jo 4,14). Depois de conseguir tocar o coração da samaritana, revela com clareza e simplicidade que conhece o passado dela (cfr. Jo 4,17-18), mas faz isso com tanto amor que ela não se sente desanimada e nem rejeitada. Pelo contrário: Jesus faz com que ela participe de um novo universo, faz com que ela entre num mundo em que vive com esperança, pois chega o momento da reconciliação, o momento em que as portas da oração se abrem para todos os homens: “Mulher, acredita-me: vem a hora em que nem nesta montanha, nem em Jerusalém adorareis o Pai. (...) Mas vem a hora, e é agora, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade.” (Jo 4,21.23).

Tempo para Deus

O homem tem sede de Deus, mesmo que muitas vezes não saiba reconhecer e inclusive se negue a sair em busca das fontes de água viva, que são os momentos dedicados à oração. A história da samaritana, neste sentido, repete-se em muitas almas: Jesus pede um pouco de atenção, tenta suscitar um diálogo dentro do coração, num momento que talvez pareça inoportuno. Dá a impressão de que é um exagero reservar minutos diários para a oração, que não tem espaço para isso numa agenda tão cheia! Mas, quando nos deixamos conduzir pelo Senhor neste diálogo contemplativo, descobrimos que a oração não é algo que eu faço por Deus, mas sim um dom que Deus me concede e que eu simplesmente recebo e acolho.

DEDICAR TEMPO AO SENHOR É ACEITAR UM PRESENTE DE VALOR INFINITO
Dedicar tempo ao Senhor não é simplesmente uma tarefa entre outras, uma carga a mais num horário muitas vezes bem exigente. É aceitar um presente de valor infinito, uma pérola preciosa ou um tesouro escondido na normalidade da vida diária, do qual precisamos cuidar com delicadeza.

A escolha do momento da oração depende de uma vontade que quer deixar-se conquistar pelo Amor: não se faz a oração quando se tem tempo, a lógica é outra: arranja-se tempo para fazer a oração. Quando “encaixamos” a oração nos intervalos que aparecem no horário, provavelmente será difícil conseguir fazê-la com regularidade. A escolha do momento revela os segredos do coração: manifesta o lugar que o amor de Deus ocupa na hierarquia dos nossos interesses diários[5].

Rezar é sempre possível: o tempo do cristão é o de Cristo ressuscitado, que está conosco todos os dias (cfr. Mt 28,20). A tentação mais comum para nos afastar da oração é a falta de fé, que se manifesta em algumas preferências que temos: “mil trabalhos e preocupações, julgados urgentes, apresentam-se a nós como prioritários. É mais uma vez o momento da verdade do coração e do seu amor preferencial”[6]. O Senhor é o primeiro. Por esse motivo, é muito importante determinar o horário mais adequado para fazer a oração, talvez pedindo conselho na direção espiritual para adaptar esse plano às nossas circunstâncias pessoais.

São Josemaria muitas vezes fez oração no carro, durante as viagens que realizava por motivos apostólicos, no ônibus, ou caminhando pelas ruas de Madri, quando não havia alternativa. Aqueles que se santificam no meio da vida diária podem passar por situações parecidas: pode ser que um pai ou uma mãe de família, algumas vezes, não tenha outro momento para fazer oração a não ser enquanto cuida de seus filhos pequenos: e Deus vai gostar muito desse diálogo. De qualquer maneira, na hora de escolher o momento e o lugar mais propícios, pode ajudar lembrar que o Senhor nos espera e tem as graças de que necessitamos preparadas para nos dar durante oração.

O combate da oração

Considerar que a oração é uma arte implica reconhecer que sempre podemos crescer, deixando que a graça de Deus atue cada vez mais em nossas almas. Neste sentido, a oração também é combate[7]. É luta, em primeiro lugar, contra nós mesmos. As distrações invadem nossa mente quando tentamos criar o silêncio interior. Elas nos ajudam a descobrir a que coisas nosso coração está apegado e podem se converter em uma luz para pedir ajuda a Deus[8].

Nossa época está caracterizada pela multiplicação das possibilidades tecnológicas que facilitam a comunicação em muitos sentidos, mas que também aumentam as ocasiões de distração. Pode-se dizer que temos um novo desafio para o crescimento da vida contemplativa: aprender a viver o silêncio interior rodeado de muito “barulho” exterior. Em muitos âmbitos se detecta a primazia da gestão sobre a reflexão ou o estudo; estamos acostumados a trabalhar em multi-tasking, fazendo muitas coisas simultaneamente, o que pode levar facilmente a viver no imediatismo da ação-reação. No entanto, diante desse panorama, algumas atitudes foram revalorizadas, como, por exemplo, a atenção ou a concentração. São hábitos que protegem nossa capacidade de aprofundar no que realmente vale a pena.

O silêncio interior é uma condição necessária para a vida contemplativa. Ele nos liberta do apegamento ao imediato, ao que é mais fácil, ao que distrai mas não preenche, e assim podemos nos centrar no nosso verdadeiro bem: Jesus Cristo, que vem ao nosso encontro na oração.

O recolhimento interior é um movimento que vai da dispersão em muitas atividades em direção à interioridade. No nosso íntimo é mais fácil encontrar Deus e reconhecer sua presença no que Ele faz todos os dias em nossas vidas – detalhes do dia a dia, luzes recebidas, atitudes de outras pessoas-, e assim podemos manifestar-Lhe nossa adoração, arrependimento, petição etc. Por isso, o recolhimento interior é fundamental para uma alma contemplativa no meio do mundo: “A verdadeira oração, aquela que absorve o indivíduo por completo, é favorecida não tanto pela solidão do deserto como pelo recolhimento interior”[9].

Em busca de luzes novas

Como a oração é também uma busca do homem, supõe o desejo de não se conformar com um modo rotineiro de se dirigir ao Senhor. Se todas as relações que duram requerem o esforço contínuo de renovar o amor, a relação com Deus, que se constrói especialmente nos momentos exclusivamente dedicados a Ele, também deveria ser caracterizada por esse desejo.

“Na tua vida, se te propuseres consegui-lo, tudo pode ser objeto de oferecimento ao Senhor, ocasião de colóquio com teu Pai do Céu, que sempre reserva e concede luzes novas.”[10]. Certamente o Senhor concede essas luzes contando com a busca apaixonada de seus filhos por Ele, dispostos a escutar as palavras que Ele nos dirige, abandonando a ideia de que já não há nada de novo que possamos descobrir. A atitude da samaritana é um exemplo disso: mesmo que sua vida de fé estivesse adormecida, guardava dentro do seu coração o desejo da vinda do Messias.

Essa aspiração se traduzirá em conversar com o Senhor sobre os acontecimentos do dia, mas sem pretender conseguir uma solução imediata e do nosso modo. É mais importante pensar o que é que Deus quer de nós: muitas vezes, a única coisa que Ele espera é que nos coloquemos diante d’Ele com sinceridade, e que nos lembremos com agradecimento de tudo o que o Espírito Santo está fazendo silenciosamente em nossas almas. Ou, quem sabe, voltar a ler o Evangelho e contemplar a cena com calma, participando dela, “como um personagem a mais”[11], para deixar-se interpelar por Cristo. Também podemos alimentar a oração dialogando com o Senhor a partir de textos que a Igreja coloca em nossos lábios na liturgia que celebramos naquele dia. As fontes da oração são inesgotáveis: se soubermos buscá-las com a vontade renovada, o Espírito Santo fará o resto.

Quando faltam as palavras

Algumas vezes, apesar do esforço que fazemos, pode ser que não consigamos entrar em diálogo com Deus. Como consola, nesses momentos, lembrar aquela indicação do Senhor: “quando orardes, não useis de muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras.” (Mt 6,7). É o momento de voltar a confiar na ação do Espírito Santo na alma, que “vem em socorro de nossa fraqueza. Pois não sabemos o que pedir nem como pedir; é o próprio Espírito que intercede em nosso favor, com gemidos inefáveis” (Rm 8,26).

Aproveitando-se das palavras de São Paulo aos Romanos, Bento XVI descrevia a atitude de abandono que impregna a oração: “desejamos rezar, mas Deus está distante, não dispomos das palavras, da linguagem para falar com Deus, nem sequer o pensamento. Só podemos abrir-nos, pôr o nosso tempo à disposição de Deus, esperar que Ele nos ajude a entrar num diálogo verdadeiro. O Apóstolo diz: precisamente esta falta de palavras, esta ausência de palavras, e no entanto este desejo de entrar em contato com Deus, é oração que o Espírito Santo não só entende, mas leva, interpreta junto de Deus. É precisamente esta nossa debilidade que se torna, através do Espírito Santo, verdadeira oração, contato autêntico com Deus”[12].

Portanto, não existem motivos para o desânimo quando sentimos a dificuldade de manter um diálogo com Deus. Quando sentimos que o coração está desconfortável com as realidades espirituais, o tempo de oração parece longo demais, o pensamento divaga em outras coisas, ou a vontade resiste e o coração está seco, podem servir as seguintes considerações:

“A oração - lembra-te disto - não consiste em pronunciar discursos bonitos, frases grandiloquentes ou que consolem...

Oração é às vezes um olhar a uma imagem do Senhor ou de sua Mãe; outras, um pedido, com palavras; outras, o oferecimento das boas obras, dos resultados da fidelidade...

Como o soldado que está de guarda, assim temos nós que estar à porta de Deus Nosso Senhor: e isso é oração. Ou como o cachorrinho que se deita aos pés do seu amo.

- Não te importes de Lhe dizer: - Senhor, aqui me tens como um cão fiel; ou melhor, como um jumentinho, que não dará coices a quem lhe quer bem”[13].

A fonte que muda o mundo

A vida de oração nos abre as portas para o trato com Deus, relativiza os problemas que às vezes tomam proporções maiores do que as reais, lembra-nos que estamos sempre nas mãos do nosso Pai do Céu. Mas não nos afasta do mundo e nem é uma válvula de escape para os problemas do dia a dia. A verdadeira oração é significativa: incide na nossa vida, ilumina-a e nos abre ao nosso entorno com uma perspectiva sobrenatural: “uma oração intensa, mas sem afastar do compromisso na história: ao abrir o coração ao amor de Deus, aquela abre-o também ao amor dos irmãos, tornando-nos capazes de construir a história segundo o desígnio de Deus”[14].

A VIDA DE ORAÇÃO ABRE AS PORTAS PARA O TRATO COM DEUS, RELATIVIZA OS PROBLEMAS, LEMBRA-NOS QUE ESTAMOS SEMPRE NAS MÃOS DO NOSSO PAI DO CÉU
Na oração, o Senhor não quer apenas saciar a nossa sede, quer também que essa experiência nos leve a compartilhar a alegria do trato com Ele. É o que aconteceu no coração da samaritana: depois do encontro com Jesus, vai apressada contar para as pessoas à sua volta: “muitos samaritanos daquela cidade acreditaram em Jesus por causa da palavra da mulher que testemunhava: ‘Ele me disse tudo o que eu fiz’”. (Jo 4,39). O desejo de compartilhar a experiência de Cristo com os outros é sinal de uma oração autêntica, porque “um amor que não sentisse a necessidade de falar da pessoa amada, de a apresentar, de a tornar conhecida, que amor seria?[15]”.

Santa Maria é Mestra de oração. Ela, que soube guardar as coisas de seu Filho, meditando-as em seu coração (cfr. Lc 2,51), acompanha os discípulos de Jesus na oração (cfr. At 1,14), mostrando-lhes o caminho para receber com plenitude o dom do Espírito Santo, que os fará lançarem-se na aventura divina da evangelização.

Juan Francisco Pozo – Rodolfo Valdés


[1] Cfr. Catecismo da Igreja Católica, 2567.

[2] F. Ocáriz, Carta Pastoral, 14-II-2017, n. 8.

[3] Francisco, Evangelii Gaudium, 264.

[4] Catecismo da Igreja Católica, 2560.

[5] Cfr. Catecismo da Igreja Católica, 2710.

[6] Cfr. Catecismo da Igreja Católica, 2732.

[7] Cfr. Catecismo da Igreja Católica, 2725 e ss.

[8] Cfr. Catecismo da Igreja Católica, 2729.

[9] Sulco, 460.

[10] Forja, 743.

[11] Amigos de Deus, 222.

[12] Bento XVI, Audiência Geral, 16-V-2012.

[13] Forja, 73

[14] São João Paulo II, Novo Millennio Ineunte, 33.

[15] Francisco, Evangelii Gaudium, 264.

Evangelho segundo S. Marcos 10,32-45.

Naquele tempo, Jesus e os discípulos subiam a caminho de Jerusalém. Jesus ia à sua frente. Os discípulos estavam preocupados e aqueles que os acompanhavam iam com medo. Jesus tomou então novamente os Doze consigo e começou a dizer-lhes o que Lhe ia acontecer:
«Vede que subimos para Jerusalém e o Filho do homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes e aos escribas. Vão condená-l’O à morte e entregá-l’O aos gentios;
hão-de escarnecê-l’O, cuspir-Lhe, açoitá-l’O e dar-Lhe a morte. Mas ao terceiro dia ressuscitará».
Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe: «Mestre, nós queremos que nos faças o que Te vamos pedir».
Jesus respondeu-lhes: «Que quereis que vos faça?».
Eles responderam: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda».
Disse-lhes Jesus: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu vou beber e receber o batismo com que Eu vou ser batizado?».
Eles responderam-Lhe: «Podemos». Então Jesus disse-lhes: «Bebereis o cálice que Eu vou beber e sereis batizados com o batismo com que Eu vou ser batizado.
Mas sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não Me pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem está reservado».
Os outros dez, ouvindo isto, começaram a indignar-se contra Tiago e João.
Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os que são considerados como chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder.
Não deve ser assim entre vós: quem entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo,
e quem quiser entre vós ser o primeiro, será escravo de todos;
porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de todos».

terça-feira, maio 29, 2018

No dia em que fui tatuado. Charles Fonseca. Prosa.

No dia em que fui tatuado
Charles Fonseca

Na praia o sol a bater nos costados deste que queria ser mais escuro e não branquelo de dar dó. Passa um índio pataxó e me oferece suas gravuras. Que não, agora não. Pataxó de onde, amigo. De Ilhéus, Bahia. Alegrei-me. Perto, de Itacaré, numa aventura que não repetiria, lembrei-me da fazenda em que plantei cacau sob a mata atlântica até que militontos petistas implantaram na região a praga vassoura de bruxa só existente no Equador e na Amazônia para quebrar a arrogância dos barões do cacau, como disseram em depoimento na Polícia. Não deu em nada a não ser milhares de trabalhadores rurais sem trabalho a inchar as periferias da outrora rica região do cacau. Elogiei o conterrâneo quando, de súbito, tirou da mochila uma caneta e pediu pra me tatuar no braço. Este troço sai, amigo? Se não, nada feito. Sai, sim. É de graça? Sim. Terminada sua obra de arte com Hena que as mulheres usam nas sombrancelhas, agradecido, embelezado, o presenteei com dedicatória meu livro POEMAS que ele pediu que esta fosse para o filho de catorze anos.

A perfeição é dos generosos (Homilia Diária.859: Terça-feira da 8.ª Sema...

segunda-feira, maio 28, 2018

Milton Nascimento - "Canção da América" (1980)

O ATLETA. 73. 15 Kg. Charles Fonseca

Evangelho segundo S. Marcos 10,17-27.

Naquele tempo, ia Jesus pôr-Se a caminho, quando um homem se aproximou correndo, ajoelhou diante d’Ele e Lhe perguntou: «Bom Mestre, que hei-de fazer para alcançar a vida eterna?».
Jesus respondeu: «Porque Me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus.
Tu sabes os mandamentos: ‘Não mates; não cometas adultério; não roubes; não levantes falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe’».
O homem disse a Jesus: «Mestre, tudo isso tenho eu cumprido desde a juventude».
Jesus olhou para ele com simpatia e respondeu: «Falta-te uma coisa: vai vender o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu. Depois, vem e segue-Me».
Ao ouvir estas palavras, o homem ficou abatido e retirou-se pesaroso, porque era muito rico.
Então Jesus, olhando à sua volta, disse aos discípulos: «Como será difícil para os que têm riquezas entrar no reino de Deus!».
Os discípulos ficaram admirados com estas palavras. Mas Jesus afirmou-lhes de novo: «Meus filhos, como é difícil entrar no reino de Deus!
É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus».
Eles admiraram-se ainda mais e diziam uns aos outros: «Quem pode então salvar-se?».
Fitando neles os olhos, Jesus respondeu: «Aos homens é impossível, mas não a Deus, porque a Deus tudo é possível».

domingo, maio 27, 2018

Sir Lawrence Alma-Tadema. Pintura.

Uma Câmara de Nascimento do Século XVII - Sir Lawrence Alma-Tadema

CAMINHÃO . Charles Fonseca. Poesia.

CAMINHÃO
Charles Fonseca

Eis que são mais que de menos
A resistir são valentes
A sofrer são resistentes
A sacrifícios tormentos

Mais de milhares que são
Cada qual uma pessoa
A resistir numa boa
Contra o injusto ex patrão

A maioria silente
Outros falam só por si
Também agem e assim
São bravos e docemente

Resistem, são uns heróis,
Cada qual ajuda o próximo
A terminar bom exórdio
Felizes, em paz, não 'estão sós.

TOM JOBIM - ROSA PASSOS -"ESTE SEU OLHAR"

CIRCADIANO. Charles Fonseca. Poesia.

CIRCADIANO
Charles Fonseca

O dia com seus trejeitos
Distrai-me do ilusório
De amar por petitório
À noite mágoas no peito

Do passado vêm à tona
Dos sonhos do sem sentido
O futuro jaz perdido
O ido ainda assombra.

“Quem não é contra nós é a nosso favor” (Homilia Diária.854: 4.ª-feira d...

Se os demônios quiserem fazer o bem louvado seja Deus.

Evangelho segundo S. Mateus 28,16-20.

Naquele tempo, os onze discípulos partiram para a Galileia, em direção ao monte que Jesus lhes indicara.
Quando O viram, adoraram-n’O; mas alguns ainda duvidaram.
Jesus aproximou-Se e disse-lhes: «Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra.
Ide e ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo,
ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos».

sábado, maio 26, 2018

16 Há seis coisas que o Senhor odeia, sete coisas que ele detesta: 17 olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, 18 coração que traça planos perversos, pés que se apressam para fazer o mal, 19 a testemunha falsa que espalha mentiras e aquele que provoca discórdia entre irmãos.

O atendimento médico clínico e seus fundamentos: integridade, respeito, compaixão, autonomia, beneficência, não-maleficência e justiça.

A primeira consequência do ser amado é a alegria

Memória de São Filipe Néri, Presbítero (Homilia Diária.857)

O avô a conversar com seu neto. Charles Fonseca. Prosa.

O velho pastor evangélico, mais de 90, conversava com o neto católico fiel ao seu Mestre o Filho, em Espírito  consubstancial ao Pai. Em dado momento lhe disse: "Noto que o catolicismo lhe faz bem. Vá em frente!"
Por mais de sessenta anos o  ouvi citar o rei Salomão:  "Uma coisa pedí ao Senhor. Que me dê sabedoria."  E ganhou. Beirando os noventa e quatro batia a mão no peito a dizer: "Estou preparado".  E assim partiu.

Steve Mccurry. Fotografia.

Resultado de imagem para STEVE MCCURRY

SIMULACROS. Donizete Galvão. Poesia.

SIMULACROS
Donizete Galvão

Para Christina Menezes de Azevedo

Senhoras e senhores, o circo já ergueu sua lona.
Vêm o prefeito, a beldade, as mulheres da zona.

Todos se divertem com o espetáculo do ilusório.
Está aberto o reino do precário e do provisório.

Rufam todos os tambores, abrem-se as cortinas.
Nossa trupe mambembe exibe suas dores e sinas.

A orquestra toca Bolero: o ritmo vai crescendo.
O fraque do maestro tem no braço um remendo.

Eis Crystal Kimberley, a rainha do strip-tease.
Saiu do sertão do Sergipe, de nome Wandernise.

A mulher-rã, contorcionista vinda do circo russo,
Depila pernas e sovacos, mas se esquece do buço.

Com vocês, uma feroz leoa da savana africana.
Barriga vazia, não come gato há uma semana.

A pássara Tatiana, trapezista bela e impávida,
Esconde do amante domador que está grávida.

Anaïs, índia guarani, que é exímia equilibrista,
Carece de vitaminas e de ir urgente ao dentista.

Alegria da criançada, o nosso palhaço Arrebita,
No trailer sujo, teve macarrão e ovo na marmita.

De noiva, vai-se casar uma anã, loira oxigenada.
Que graça! Puxam-lhe o vestido e ela corre pelada.

Aplausos para o salto mortal de sonho e pobreza.
Onde uns vêem o belo, outros enxergam a tristeza.

Evangelho segundo S. Marcos 10,13-16.

Naquele tempo, apresentaram a Jesus umas crianças para que Ele lhes tocasse, mas os discípulos afastavam-nas.
Jesus, ao ver isto, indignou-Se e disse-lhes: «Deixai vir a Mim as criancinhas, não as estorveis: dos que são como elas é o reino de Deus.
Em verdade vos digo: Quem não acolher o reino de Deus como uma criança, não entrará nele».
E, abraçando-as, começou a abençoá-las, impondo as mãos sobre elas.

sexta-feira, maio 25, 2018

73 anos. Atleta


José Nêumanne Pinto/Políticos é que são os vilões, não Parente

Evangelho segundo S. Marcos 10,1-12.

Naquele tempo, Jesus pôs-Se a caminho e foi para o território da Judeia, além do Jordão. Voltou a reunir-se uma grande multidão junto de Jesus e Ele, segundo o seu costume, começou de novo a ensiná-la.
Aproximaram-se então de Jesus uns fariseus, que, para O porem à prova, Lhe perguntaram: «Pode um homem repudiar a sua mulher?».
Jesus disse-lhes: «Que vos ordenou Moisés?».
Eles responderam: «Moisés permitiu que se passasse um certificado de divórcio para se repudiar a mulher».
Jesus disse-lhes: «Foi por causa da dureza do vosso coração que ele vos deixou essa lei.
Mas, no princípio da criação, ‘Deus fê-los homem e mulher.
Por isso, o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa,
e os dois serão uma só carne’. Deste modo, já não são dois, mas uma só carne.
Portanto, não separe o homem o que Deus uniu».
Em casa, os discípulos interrogaram-n’O de novo sobre este assunto.
Jesus disse-lhes então: «Quem repudiar a sua mulher e casar com outra, comete adultério contra a primeira.
E se a mulher repudiar o seu marido e casar com outro, comete adultério».

quinta-feira, maio 24, 2018

Castigo. Dolores Duran. Poesia

Castigo
Dolores Duran

A gente briga, diz tanta coisa que não quer dizer
Briga pensando que não vai sofrer
Que não faz mal se tudo terminar
Um belo dia a gente entende que ficou sozinha
Vem a vontade de chorar baixinho
Vem o desejo triste de voltar
Você se lembra, foi isso mesmo que se deu comigo

Eu tive orgulho e tenho por castigo
A vida inteira pra me arepender
Se eu soubesse
Naquele dia o que sei agora

Eu não seria esse ser que chora
Eu não teria perdido você
Se eu soubesse
Naquele dia o que sei agora
Eu não seria essa mulher que chora
Eu não teria perdido você

Evangelho segundo S. Marcos 9,41-50.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus díscípulos: «Quem vos der a beber um copo de água por serdes de Cristo, em verdade vos digo que não perderá a sua recompensa.» Se alguém escandalizar algum destes pequeninos que creem em Mim, melhor seria para ele que lhe atassem ao pescoço uma dessas mós movidas por um jumento e o lançassem ao mar.
Se a tua mão é para ti ocasião de pecado, corta-a; porque é melhor entrar mutilado na vida do que ter as duas mãos e ir para a Geena, para esse fogo que não se apaga.
E se o teu pé é para ti ocasião de pecado, corta-o; porque é melhor entrar coxo na vida do que ter os dois pés e ser lançado na Geena. E se um dos teus olhos é para ti ocasião de pecado, deita-o fora; porque é melhor entrar no reino de Deus só com um dos olhos do que ter os dois olhos e ser lançado na Geena, onde o verme não morre e o fogo nunca se apaga.
Na verdade, todos serão salgados com fogo. O sal é coisa boa; mas se ele perder o sabor, com que haveis de temperá-lo? Tende sal em vós mesmos e vivei em paz uns com os outros.

Aí vivemos felizes. Uma bela morada. Uma etapa a mais. Outras a caminho. Amigos verdadeiros, saudades.


PENAS. Charles Fonseca. Poesia

PENAS
Charles Fonseca

Rua da amargura
Morada do sol nascente
Olha a amplidão de repente
Arrebóis, a noite escura,

O silêncio, a solidão,
Um passado tão presente
Amores tantos ausentes
Raia o sol, foi-se então

Fase de vida apenas
Pedras meio caminho
Contornos novos carinhos
Gozo, embora as penas.

quarta-feira, maio 23, 2018

José Nêumanne Pinto / ONU não socorre Lula como a defesa queria

BLIND BORGES. Ruy Espinheira Filho. Poesia.

BLIND BORGES
Ruy Espinheira Filho

La vasta y vaga y necesaria muerte.
Jorge Luis Borges: Blind Pew

A vasta e vaga morte, esse outro sonho,
não é só outro sonho: é a mais remota
ilha de ouro a que nossa derrota
nos leva, inexorável, sonho a sonho.

Latidos pelos cães, sonho após sonho,
sonhamos. Esta é a vida, a vela, a rota
do homem: sonhar. E em áurea praia ignota
sonha o que sonha o sonhador, que é sonho.

Isto é o que pulsa em nós: o ansiado ouro
— distante e aqui, no coração —, tesouro
cuja procura tece a nossa sorte;

rumo que a alma singra e sagra em ouro
até chegar enfim a esse tesouro
incorruptível que nos sonha a morte.

Sete mentiras sobre a Igreja Católica

Evangelho segundo S. Marcos 9,38-40.

Naquele tempo, João disse a Jesus: «Mestre, nós vimos um homem a expulsar os demónios em teu nome e procurámos impedir-lho, porque ele não anda connosco».
Jesus respondeu: «Não o proibais; porque ninguém pode fazer um milagre em meu nome e depois dizer mal de Mim.
Quem não é contra nós é por nós».

terça-feira, maio 22, 2018

segunda-feira, maio 21, 2018

NASCIMENTO. Casimiro de Brito. Poesia.

NASCIMENTO
Casimiro de Brito

Nasces no instante em que tomo
consciência de estar só

Nasces no deserto das minhas mãos
no espaço que separa as coisas
umas das outras nasces renasces
no mar que se visita ó sabor do sol
de olhos abertos

Nasces no instante em que tomo
nas mãos o peso da morte o peso
deste pobre movimento que nos vem
do centro da terra ó vinho ó repouso
infinito

As cores em francês | Les couleurs | Céline Chevallier

A manifestação do nome de Deus (Homilia Diária.847: Terça-feira da 7.ª S...

domingo, maio 20, 2018

Sicut Cervus (Paschal Vigil, Canticle)

DEUS NOS SALVE! Charles Fonseca. Poesia

DEUS NOS SALVE!
Charles Fonseca

Por teu recolhido amor
Tua amizade sentida
Por um trabalho uma vida
Já remida a tua dor,
Deus te pague!

Por teu discreto silêncio
Fostes como testemunha
A cerimônia acabrunha
Foi como num procênio,
Deus te pague!

Agora pós muitos lustros
E pelo tempo futuro
De novo abraçar-te auguro
Remir tudo foi frustro,
Deus nos salve!

Pedaço de Mim. Chico Buarque. Poesia.

Pedaço de Mim
Chico Buarque

Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim

Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Lava os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus

sábado, maio 19, 2018

O SACRAMENTO DA ORDEM

1536. A Ordem é o sacramento graças ao qual a missão confiada por Cristo aos Apóstolos continua a ser exercida na Igreja, até ao fim dos tempos: é, portanto, o sacramento do ministério apostólico. E compreende três graus: o episcopado, o presbiterado e o diaconado.

[Sobre a instituição e a missão do ministério apostólico por Cristo ver os números 874-896. Aqui apenas se trata da via sacramental pela qual se transmite este ministério].

I. Porquê este nome de sacramento da Ordem?

1537. A palavra Ordem, na antiguidade romana, designava corpos constituídos no sentido civil, sobretudo o corpo dos que governavam, Ordinatio designa a integração num ordo. Na Igreja existem corpos constituídos, que a Tradição, não sem fundamento na Sagrada Escritura (4), designa, desde tempos antigos, com o nome de táxeis (em grego), ordines (em latim): a liturgia fala assim do ordo episcoporum – ordem dos bispos –,do ordo presbyterorum - ordem dos presbíteros – e do ordo diaconorum –ordem dos diáconos. Há outros grupos que também recebem este nome de ordo: os catecúmenos, as virgens, os esposos, as viúvas...

1538. A integração num destes corpos da Igreja fazia-se através dum rito chamado ordinatio, acto religioso e litúrgico que era uma consagração, uma bênção ou um sacramento. Hoje, a palavra ordinatio é reservada ao acto sacramental que integra na ordem dos bispos, dos presbíteros e dos diáconos, e que ultrapassa a simples eleição, designação, delegação ou instituição pela comunidade, pois confere um dom do Espírito Santo que permite o exercício dum «poder sagrado» (sacra potestas) (5) que só pode vir do próprio Cristo, pela sua Igreja. A ordenação também é chamada consecratio consagração –, porque é um pôr à parte e uma investidura feita pelo próprio Cristo para a sua Igreja. A imposição das mãos do bispo, com a oração consacratória, constituem o sinal visível desta consagração.


Catecismo

AS PESSOAS DE MIRA-CELI. Jorge de Lima. Poesia.

AS PESSOAS DE MIRA-CELI
Jorge de Lima

O avô tinha sido um ancião convencional,
que se enterrou de sobrecasaca, e polainas;
e a avó — uma menina pálida que morreu ao pari-la;
o pai fez algumas baladas;
contam que tinha uma luneta para olhar ao longe.
Daí — a mão dobra a página do livro,
e a história da tetraneta finda com uma estocada
[ no ventre:
há destinos travados, lenços quentes de lágrimas,
algum incesto, uma violação sobre um sofá antigo.—
Quando a mão dobra a página, há rastros de sangue
[ no soalho.
Esta é a mais nova das cinco.
Veja que os seios são como neve que nós nunca
[ vimos
e ninguém nunca viu o pai que lhe fez um filho;
e o filho desta menina é este moço de luto.
Agora vire a página e olhe o anjo que ele possuiu,
veja esta mantilha sobre este ombro puro,
e estes olhos que parecem contemplar as nuvens
através da luneta avoenga. Veja que sem o fotógrafo
[ querer
as cortinas dão a impressão de caras
[ impressionantes
por detrás da gravura: um estudante de cavanhaque
[ e outro de capa.
Repare bem o braço que ninguém sabe de onde
circunda o busto da moça e a quer levar para um
[ lugar esconso.
Fixe bem o olhar com o ouvido à escuta para
[ perceber a respiração grossa,
os gritos, os juramentos... A saia negra parece
[ um sino de luto,
e o decote é a nau que a levou para sempre. E este
[ fundo de água
pode ser o mar muito bem; mas pode ser as
[ lágrimas do fotógrafo

Os três Pentecostes de Maria (Homilia Diária.851: Sábado da 7.ª Semana d...

sexta-feira, maio 18, 2018

BEM OU MAL. Charles Fonseca. Poesia

BEM OU MAL
Charles Fonseca

Estou indo aos poucos, sim,
Demorei por ti um tanto
A te querer e num canto
Te esperei, foges de mim

Numa distância formal
Talvez quem sabe amanhã
Te chegue saudade vã
Sem meu amor, bem ou mal.

O lobo quando adoeceu quis ser monge

CHUVA DE VENTO. Mauro Mota, Poesia.

CHUVA DE VENTO
Mauro Mota

De que distância
chega essa chuva
de asas, tangida
pela ventania?

Vem de que tempo?
Noturna agora
a chuva morta
bate na porta.

(As biqueiras da infância, as lavadeiras
correm, tiram as roupas do varal,
relinchos do cavalo na campina,
tangerinas e banhos no quintal,
potes gorgolejando, tanajuras,
os gansos, a lagoa, o milharal.)

De onde vem essa
chuva trazida
na ventania?

Que rosas fez abrir?
Que cabelos molhou?

Estendo-lhe a mão: a chuva fria.

A graça de amar (Homilia Diária.850: Sexta-feira da 7.ª Semana da Páscoa)

73. Saudável. Fotografia.


A oração do "Regina Cæli"

A oração do "Regina Cæli"
A Oração do Regina Caeli ou Regina Coeli (Rainha do Céu) provavelmente remonta-se ao século X ou XI, associa o mistério da encarnação do Senhor (quem merecestes trazer em vosso seio) com o evento pascal (ressuscitou como disse).

O "convite à alegria" (Alegrai-Vos) que a Igreja dirige à Mãe pela ressurreição do Filho recorda e depende do "convite à alegria" ("Alegra-te, cheia de graça": Lc 1, 28) que Gabriel dirigiu à humilde Serva do Senhor, chamada a ser mãe do Messias salvador.


V/. Rainha do Céu, alegrai-Vos, aleluia.

R/. Porque quem merecestes trazer em vosso seio, aleluia.

V/. Ressuscitou como disse, aleluia.

R/. Rogai a Deus por nós, aleluia.

V/. Exultai e alegrai-vos, ó Virgem Maria, aleluia.

R/. Porque o Senhor ressuscitou verdadeiramente, aleluia.

Oremos. Ó Deus, que Vos dignastes alegrar o mundo com a Ressurreição do Vosso Filho Jesus Cristo, Senhor Nosso, concedei-nos, Vos suplicamos, que por sua Mãe, a Virgem Maria, alcancemos as alegrias da vida eterna. Por Cristo, Senhor Nosso. Amém.

Pintura. Santa Maria.

Opus Dei - A oração do "Regina Cæli"

quinta-feira, maio 17, 2018

LUA LASCIVA. Charles Fonseca. Poesia

LUA LASCIVA
Charles Fonseca

Olho e escuto vejo estrelas
Brancas azuis té vermelhas
São luzeiros, onde estejas
Brilha pra mim, ai princesa,

Que vagas silente ao léu
Retalhos teu manto brilha
Nos namorados que em trilha
Se interpenetram, oh céu!



O Operário em Construção, de Vinicius de Moraes - Odete Lara

11 Amargo Regresso 2011 Filme completo Brodowski

Alguns movimentos artísticos.

Abstracionismo
Barroco
Classicismo
Concretismo
Construtivismo
Cubismo
Dadaísmo
Expressionismo
Futurismo
Impressionismo
Minimalismo
Modernismo
Naturalismo
Pop art
Primitivismo
Realismo
Renascimento
Romantismo
Simbolismo
Surrealismo

quarta-feira, maio 16, 2018

EXPIRO. Charles Fonseca. Poesia

EXPIRO
Charles Fonseca

Tu não vês viajante
Quanto manco coxo ando?
Quando lembro dela pranto
Verte a alma um instante.

É que por ela suspiro
Ai de mim de nós amantes
Olhar perdido como d'antes
Quem dera! no amor expiro.

Esperança no auxílio de Deus (Homilia Diária.848: Quarta-feira da 7.ª Se...

terça-feira, maio 15, 2018

A Criação de Adão, de Michelangelo Buonarroti - Ano: 1512

as 10 obras mais importantes do Renascimento

DOCES POMOS. Charles Fonseca. Poesia

DOCES POMOS
Charles Fonseca

A nós restam os netos
Extensão dos que têm filhos
Tão amados esquecidos
Cansaços, dores decerto

Muito menos que alegrias
Já vão longe batem asas
Que a nós venham cansadas
Estas almas inda é dia

De abraçar os que nos chegam
Passados fora, entulhos,
Das dores que são orgulhos
Todos erram que netos sejam

Mais bem mais que filhos fomos
Tão distantes arredios
Foi noite escura, fez frio,
Sejam frutos doces pomos.

Deus criou a mulher para que todos tivessem uma mãe

As ditaduras

"Quem mente mais, hein? Nem a esquerda armada lutou pela democracia, mas, sim, por uma ditadura de sinal trocado, nem os militares chefiaram um regime de paz, honestidade e prosperidade num verdadeiro jardim do Éden sobre a terra

José Nêumanne

14 Maio 2018 | 19hs

A guerra insana, separando famílias unidas e antigas amizades, que divide o Brasil entre a esquerda vendida ao populismo e à corrupção e a direita chucra, que considera a ditadura militar de 1964/68 uma ampliação interrompida de um jardim do Éden sobre a Terra, tem suas bases em mentiras históricas absurdas e falácias políticas farsescas. Na verdade, os comunistas armados dos grupos soit-disants guerrilheiros e acusados de terroristas pelos inimigos do outro lado na luta e no espectro ideológico combateram por uma ditadura de sinal oposto, e não pelas velhas e boas liberdades burguesas proclamadas pela Revolução Francesa. E as Forças Armadas comandaram um regime que apodreceu e ruiu sobre os próprios pés de barro de seus erros, minado pela corrupção desenfreada e protegida por um feroz sistema de censura que ocultava seus malfeitos.

O golpe militar – equivocadamente chamado de Revolução pelos que o praticaram – de março/abril de 1964 começou a ser engendrado havia 10 anos na denúncia encampada pela Aeronáutica, liderada pelo brigadeiro Eduardo Gomes, derrotado nas eleições presidenciais de 1946 e 1951, a primeira para o general Eurico Dutra e a segunda para o caudilho Getúlio Vargas, de um “mar de lama” instalado no Palácio do Catete em torno do presidente, eleito, empossado e submetido a uma saraivada de críticas feitas pelo líder do partido derrotado, a União Democrática Nacional (UDN), na Câmara, Carlos Lacerda. Este não poupava o ex-ditador do Estado Novo fascista, et pour cause, populista, com apoio dos sindicalistas filiados ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). O pronunciamento militar, que parecia inevitável, terminou sendo adiado pelo tiro que Vargas disparou no coração em seu quarto de dormir, provocando enorme comoção no acompanhamento do cortejo fúnebre até o avião que levou o cadáver para ser enterrado em São Borja, cidade de onde saíra para voltar à Presidência e dar a guinada ideológica que tornou distante sua imagem de ditador.

Um grupo de oficiais, reunidos na Escola Superior de Guerra (ESG), que tinha o codinome de Sorbonne, se reorganizou em 1961 para impedir a posse de João Goulart, um estancieiro de São Borja que se havia aproximado de Vargas e sido seu ministro do Trabalho na gestão democrática. Vice na chapa de Juscelino Kubitschek, eleita em 1955 por outro partido fundado pelo caudilho, o Partido Social Democrático (PSD), reunindo coronéis provincianos que Gegê havia nomeado interventores das unidades federativas durante o Estado Novo, Jango, como era conhecido, elegeu-se vice de Jânio Quadros, apoiado pela UDN. Isso porque, sob a égide da Constituição de 1946, depois da queda da ditadura, em 1945, titular e vice da chapa concorriam duas eleições paralelas.

Milionário e populista, o delfim de Getúlio era muito malvisto pelos comandantes militares, seja por seu próprio currículo, seja pela proximidade do cunhado, Leonel Brizola, que no governo do Rio Grande do Sul havia privatizado a Light, chamada pela esquerda de “o polvo canadense”. A renúncia de Jânio, em 1961, alcançou o vice na China e, durante sua volta, os ministros militares tentaram lhe impedir a posse, que foi garantida pela resistência de Brizola na chamada “rede da legalidade” e pelo acordo costurado pelo ex-ministro da Justiça de Vargas, Tancredo Neves, que articulou um parlamentarismo de ocasião. Mas logo Jango conseguiu vencer um plebiscito e retomou o mando de fato. Os militares o apearam do poder, alegando que o presidente preparava um golpe de esquerda para entregar o governo aos comunistas e aos sindicalistas.

A Comissão Nacional da Verdade (CNV), criada pela petista Dilma Rousseff, que tinha sido guerrilheira e presa, colheu documentos também sobre uma vasta rede de corrupção, que chegou a ser um crime pelo qual muitos políticos da velha ordem foram condenados. Neste conflito insano de hoje, notícias importantes não ganharam destaque e esta foi uma delas.

O Partido Comunista Brasileiro (PCB), filiado ao Komintern fundado por Stalin, foi posto na clandestinidade quando achava que já estava no poder e lhe faltava tomar o governo, no qual controlava postos relevantes. No entanto, reflexo da divisão no comunismo internacional, esfacelou-se em várias tendências: o PCB manteve-se fiel a Moscou, mas de seus quadros muitos saíram para a luta armada contra a ditadura adotando a linha chinesa da dissidência de Mao Tsé-tung (depois mudando para a albanesa de Henver Hoxha), no Partido Comunista do Brasil (PCdoB). A maior influência era da Cuba dos irmãos Castro, sob a aura heroica do argentino Ernesto Che Guevara. O PCdoB tentou uma aventura de guerrilha rural na região de Goiás e Tocantins. Leonel Brizola, usando fundos cubanos, ensaiou outra na Serra de Caparaó, em Minas Gerais. E todos foram esmagados pela irracionalidade de uma guerra em que nenhum dos componentes das miríades de grupos guerrilheiros ou terroristas tinha capacidade de enfrentar as Forças Armadas, no poder.

A guerra suja entre a esquerda armada e a direita fardada produziu ícones impróprios para serem confundidos com heroísmo. Os militares endeusam figuras abjetas como o torturador Brilhante Ustra, cujo sobrenome tem sido usado pelos direitistas que defendem ainda hoje a intervenção militar. No entanto, a figura de maior relevo era o delegado do Dops paulista Sérgio Fleury, que se destacou como matador de bandidos comuns num grupo conhecido como Esquadrão da Morte. O outro lado também endeusa seus facínoras: um foi o militante comunista Carlos Marighela, reconhecido pela capacidade de escapar dos cercos dos agentes dos órgãos de repressão pela força física. Outro, Carlos Lamarca, oficial do Exército, não é lembrado como teórico, mas, sim, como exímio atirador.

Assim como na guerrilha esquerdista, a repressão militar dividia-se em facções que lutavam pelo poder e essa luta intestina a debilitou. Mais do que pela vontade de abrir o regime numa democracia de forma lenta, segura e gradual. De fato, quando assumiu a Presidência da República, Geisel deve ter pensado em articular uma sucessão civil com o empresário e político paulista Paulo Egydio Martins. A tortura e a morte nos porões da ditadura, caso do DOI-Codi na rua Tutoia, em São Paulo, faziam parte de uma política de Estado, como confirmou agora o documento da CIA descoberto pelo pesquisador da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Matias Spektor. Mas naqueles porões não havia obediência à ordem dada por Geisel de submeter execuções de “subversivos perigosos” ao chefe do SNI e depois sucessor João Figueiredo. Duas execuções célebres foram as do jornalista Vladimir Herzog e do operário Manuel Fiel Filho. Elas deram o “tiro no pé” dos torturadores, pois nenhum dos dois era subversivo perigoso, mas apenas simpatizantes do PCB e da Teologia da Libertação.

A acorrência ao culto ecumênico na Sé em homenagem a Herzog foi a primeira demonstração pública de que, desarmada e desorganizada, a sociedade descobriu que o regime autoritário não combatia apenas os “subversivos perigosos”, mas também desrespeitava a liberdade e os direitos humanos. Geisel derrotou os que se opunham a seu plano de ter um sucessor civil, mas teve de indicar um militar para seu lugar, aquele mesmo que, segundo a CIA, indicou para escolher quem matar e quem salvar na política consentida de execuções, que herdara de Médici, conforme a CIA.

Os oficiais subalternos resistentes à abertura do sistema reagiram de forma brutal e provocaram um escândalo que feriu de morte a ditadura: em 1.º de maio de 1981, no governo Figueiredo, o capitão Wilson Machado e o sargento Guilherme do Rosário levaram para o Riocentro uma bomba para jogar num show cuja principal atração seria Chico Buarque. E o artefato explodiu no colo do sargento. O general Job Santana adicionou o toque de farsa à tragédia presidindo um inquérito militar absurdo, que, de certa forma, serviu de modelo para a postura alienada do Exército, em particular, e das Forças Armadas, em geral, quando se trata de investigar e punir violações aos direitos humanos por grupos terroristas que foram derrotados na História, mas continuam impunes, pelo visto, até a eternidade.

A ditadura ruiu, a democracia foi instalada, mas as mentiras de ambos os lados persistem, fazendo mal às instituições, que continuam fragilizadas tanto de um lado quanto de outro. A esquerda erige templos a heróis da democracia que lutaram por uma ditadura e esconde os próprios crimes numa fantasia endulcorada de realismo socialista de fancaria. E seus repressores reproduzem as lorotas ao estilo Job Santana, evitando que a revelação da verdade dos fatos contribua para fortalecer as instituições.

Jornalista, poeta e escritor"

Nuvens. Fotografia. Charles Fonseca


segunda-feira, maio 14, 2018

Elliot Erwitt. Fotografia.

Resultado de imagem para ELLIOTT ERWITT

Evangelho segundo S. João 15,9-17.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Assim como o Pai Me amou,  também Eu vos amei. Permanecei no meu amor.Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como Eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor.
Disse-vos estas coisas, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa.
É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros, como Eu vos amei.
Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos.
Vós sois meus amigos, se fizerdes o que Eu vos mando.
Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamo-vos amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi a meu Pai.
Não fostes vós que Me escolhestes; fui Eu que vos escolhi e destinei, para que vades e deis fruto e o vosso fruto permaneça. E assim, tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá.
O que vos mando é que vos ameis uns aos outros».

domingo, maio 13, 2018

Carlos Galhardo - MÃEZINHA QUERIDA - Getúlio Macedo & Lourival Faissal -...

A Casa. Myriam Fraga. Poesia.

A CASA
Myriam Fraga


Pedra sobre pedra
Construí esta casa:
Tijolo, sonho e argila.

Custaram-me os alicerces
A metade da asa
Direita,
A outra metade,
Serviu de escora
Às traves que a sustentaram.

A asa esquerda perdeu-se
Na argamassa.

Esta casa, para fazer,
Levou-me anos
De solidão e fomes
Aplacadas.

Uma casa tão clara,
Aberta aos ventos,
E a cada dia sempre
Renovada.

Aqui plantei minha vida,
Nos esquadros
E soleira das portas.
Ancoradouro e barco,
Minha casa.

Daqui se ouvia o mar
E o canto das sereias,
Se nostálgico das janelas
O olhar se alongava.

Mas o perfume do incenso
Rolava nos altares, deuses lares,
E eu ficava e fui sempre
A guardiã da casa.

Pássaro do abismo,
Mensageiro da desgraça,
Meus olhos marinheiros
Pressentiram o desastre.

Ventos do sul sopraram
Sobre a casa. Marés de março
Enormes, com suas vagas,
Submergiram e arrasaram
Da soleira aos telhados.

Olho de furacão,
Espiral de sargaços,
Conheci o sumidouro,
A fúria da voragem.

Sobrevivente do escarcéu
Hoje, náufraga, na casa,
Sei que as paredes permanecem
Intactas, com suas marcas,
E novamente, aos poucos,
Com meus dedos quebrados,
Vou recompondo lentamente
A cumeeira arrasada.

Roger Fenton. Fotografia,

Resultado de imagem para roger fenton

Evangelho segundo S. Marcos 16,15-20.

Naquele tempo, Jesus apareceu aos Onze e disse-lhes: «Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for batizado será salvo; mas quem não acreditar será condenado.
Eis os milagres que acompanharão os que acreditarem: expulsarão os demónios em meu nome; falarão novas línguas;
se pegarem em serpentes ou beberem veneno, não sofrerão nenhum mal; e quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados».E assim o Senhor Jesus, depois de ter falado com eles, foi elevado ao Céu e sentou-Se à direita de Deus.
Eles partiram a pregar por toda a parte, e o Senhor cooperava com eles, confirmando a sua palavra com os milagres que a acompanhavam.

O que diz o nosso olhar?

sábado, maio 12, 2018

ORAÇÃO ( II ). Charles Fonseca. Poesia

ORAÇÃO ( II )
Charles Fonseca

Quanto que ainda te amo
Tanto e mais meu neto, filho,
Projeção de ti no estilo
Na face um sorriso lhano

Na alma que ele a ti herde
Muito em generosidade
Da mãe e também a bondade
De José, o Santo, em breve.

O negro fala sobre rios. Langston Hughes. Poesia.

O negro fala sobre rios
Langston Hughes


Tradução: Carlos Machado


Conheço rios:
Conheço rios tão antigos quanto o mundo e mais
[ velhos que o fluxo de sangue humano
[ nas veias humanas.

Minha alma se tornou profunda como os rios.

Banhei-me no Eufrates quando eram jovens as
[ auroras.
Construí minha cabana junto ao Congo e ele
[ me cantou canções de ninar.

Olhei para o Nilo e acima dele levantei as
[ pirâmides.
Ouvi o canto do Mississippi quando Abe Lincoln
[ desceu até New Orleans e vi seu seio
[ lamacento tornar-se ouro, ao pôr-do-sol.

Conheço rios:
Antigos, cinzentos rios.

Minha alma se tornou profunda como os rios.

OS SACRAMENTOS AO SERVIÇO DA COMUNHÃO

1533. O Baptismo, a Confirmação e a Eucaristia são os sacramentos da iniciação cristã. São o fundamento da vocação comum de todos os discípulos de Cristo – vocação à santidade e à missão de evangelizar o mundo. E conferem as graças necessárias para a vida segundo o Espírito, nesta existência de peregrinos em marcha para a Pátria.

1534. Dois outros sacramentos, a Ordem e o Matrimónio, são ordenados para a salvação de outrem. Se contribuem também para a salvação pessoal, é através do serviço aos outros que o fazem. Conferem uma missão particular na Igreja, e servem a edificação do povo de Deus.

1535. Nestes sacramentos, aqueles que já foram consagrados pelo Baptismo e pela Confirmação (1) para o sacerdócio comum de todos os fiéis, podem receber consagrações particulares. Os que recebem o sacramento da Ordem são consagrados para serem, em nome de Cristo, «com a palavra e a graça de Deus, os pastores da igreja» (2). Por seu lado, «os esposos cristãos são fortalecidos e como que consagrados por meio de um sacramento especial em ordem ao digno cumprimento dos deveres do seu estado» (3).


Catecismo

Saudades da roça para maiores de 40

A essência da oração cristã (Homilia Diária.845: Sábado da 6.ª Semana da...

sexta-feira, maio 11, 2018

Madona Sistina, de Rafael - Ano: 1512

as 10 obras mais importantes do Renascimento

Paulo Leminski. Poesia.

a noite
me pinga uma estrela no olho
e passa

O líder sindical

O antigo líder sindical encontrou o ex chefe da empresa e disse: E aí, já ficou rico? Porque eu já fiquei. Bandido.

O Espírito Criador (Homilia Diária.843: Quinta-feira da 6.ª Semana da Pá...

quinta-feira, maio 10, 2018

CANTIGA DE PRAIA
Alphonsus de Guimaraens Filho

Estou sozinho na praia,
estou sozinho e não sei.
Que luz adormece a face
se em gritos já me afoguei?

Estou dançando na praia?
Estou dançando? Não sei.
Eu colho com as mãos da ausência
a rosa que não beijei.

Que luz chega do outro lado,
do outro rio, do outro mar?
Estou sozinho na praia...
Ó mundo, vamos dançar!

quarta-feira, maio 09, 2018

Trem das Sete. Raul Seixas

Trem das Sete
Raul Seixas


Ó, olha o trem, vem surgindo de trás das montanhas azuis, olha o trem
Ó, olha o trem, vem trazendo de longe as cinzas do velho aeon

Ó, já é vem, fumegando, apitando, chamando os que sabem do trem
Ó, é o trem, não precisa passagem nem mesmo bagagem no trem

Quem vai chorar, quem vai sorrir ?
Quem vai ficar, quem vai partir ?

Pois o trem está chegando, tá chegando na estação

É o trem das sete horas, é o último do sertão, do sertão

Ó, olha o céu, já não é o mesmo céu que você conheceu, não é mais
Vê, ói que céu, é um céu carregado e rajado, suspenso no ar

Vê, é o sinal, é o sinal das trombetas, dos anjos e dos guardiões
Ó, lá vem Deus, deslizando no céu entre brumas de mil megatons

Ó, ó o mal, vem de braços e abraços com o bem num romance astral

Evangelho segundo S. João 16,12-15.

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas não as podeis compreender agora.
Quando vier o Espírito da verdade, Ele vos guiará para a verdade plena; porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que há-de vir.
Ele Me glorificará, porque receberá do que é meu e vos há-de anunciá-lo.
Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso vos disse que Ele receberá do que é meu e vos há-de anunciá-lo».

O segredo. Freud.

Nenhum ser humano é capaz de esconder um segredo. Se a boca se cala, falam as pontas dos dedos.
Freud

Sem o Espírito, nada entendemos (Homilia Diária.842: Quarta-feira da 6.ª...

Se gritar com você empaque como um pangaré

terça-feira, maio 08, 2018

Boticelli, O Nascimento de Vênus (1484)

COMO A NOITE DESCESSE... Emílio Moura. Poesia

COMO A NOITE DESCESSE...
Emílio Moura

Como a noite descesse e eu me sentisse só, só e
[ desesperado diante dos horizontes
[ que se fechavam,
gritei alto, bem alto: ó doce e incorruptível
[ Aurora! e vi logo que só as estrelas
[ é que me entenderiam.
Era preciso esperar que o próprio passado
[ desaparecesse,
ou então voltar à infância.
Onde, entretanto, quem me dissesse
ao coração trêmulo:
— É por aqui!

Onde, entretanto, quem me dissesse
ao espírito cego:
— Renasceste: liberta-te!

Se eu estava só, só e desesperado,
por que gritar tão alto?
Por que não dizer baixinho, como quem reza:
— Ó doce e incorruptível Aurora...
se só as estrelas é que me entenderiam?

O que é o Opus Dei?

ROMANTIC LOVE SONGS INSTRUMENTAL HITS

segunda-feira, maio 07, 2018

A colina. Edgar Lee Masters. Poesia.

A colina
Edgar Lee Masters

Tradução: Jorge de Lima

Onde estão Elmer, Herman, Bert, Tom e Charley,
O irresoluto, o de braço forte, o palhaço,
[o ébrio, o guerreiro?
Todos, todos estão dormindo na colina.

Um morreu de febre,
Um lá se foi queimado numa mina,
O outro assassinaram-no num motim,
O quarto se extinguiu na prisão,
E o derradeiro caiu de uma ponte quando
[ trabalhava para a esposa e os filhos,
Todos, todos estão dormindo, dormindo,
[ dormindo na colina.

Onde estão Ella, Kate, Mag, Lizzie e Edith
A de bom coração, a de alma simples, a alegre,
[ a orgulhosa, a feliz?
Todas, todas dormindo na colina.

Ella morreu de parto vergonhoso,
Kate de amor contrariado,
Mag nas mãos de um bruto num bordel,
Lizzie ferida em seu orgulho à procura do que
[ quis seu coração;
E Edith depois de ter vivido nas distantes
[ Londres e Paris
Conduzida a seu pequeno domínio por Ella,
[ Kate e Mag,
Todas, todas estão dormindo, dormindo,
[ dormindo na colina.

Onde estão tio Isaac e tia Emily,
E o velho Towny Kincaid e Sevigne Houghton,
E o major Walker que conversara
Com os veneráveis homens da revolução?
Todos, todos estão dormindo na colina.

Trouxeram-lhes filhos mortos na guerra,
E filhas cuja vida tendo sido desfeita,
Os filhos sem pais choravam
Todos, todos estão dormindo, dormindo,
[ dormindo na colina.

Onde está o velho violinista Jones
Que brincou com a vida durante noventa anos,
Desafiando as geadas a peito descoberto,
Bebendo, fazendo arruaças, sem pensar na
[ esposa nem na família,
Nem em dinheiro, nem em amor, nem no céu?
Vede! Fala sobre os cardumes de peixes de
[ antigamente,
Sobre as corridas de cavalo em Clary's Grove,
[ outrora,
Sobre o que Abe Lincoln disse
Uma vez em Springfield.

World Press Photo 2018: o mundo em chamas

domingo, maio 06, 2018

A UNÇÃO DOS ENFERMOS

1526. «Algum de vós está doente? Chame os presbíteros da Igreja, para que orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. A oração da fé salvará o doente e o Senhor o aliviará. E, se tiver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados» (Tg 5, 14-15).

1527. 0 sacramento da Unção dos Enfermos tem por finalidade conferir uma graça especial ao cristão que enfrenta as dificuldades inerentes ao estado de doença grave ou de velhice.

1528. 0 tempo oportuno para receber a Santa Unção chegou certamente quando o fiel começa a encontrar-se em perigo de morte, devido a doença ou a velhice.

1529. Todas as vezes que um cristão cai gravemente enfermo, pode receber a Santa Unção; e também quando, mesmo depois de a ter recebido, a doença se agrava.

1530. Só os sacerdotes (presbíteros e bispos) podem ministrar o sacramento da Unção dos Enfermos; para isso, empregarão óleo benzido pelo bispo ou, em caso de necessidade, pelo próprio presbítero celebrante.

1531. 0 essencial da celebração deste sacramento consiste na unção na fronte e nas mãos do doente (no rito romano) ou sobre outras partes do corpo (no Oriente), unção acompanhada da oração litúrgica do sacerdote celebrante que pede a graça especial deste sacramento.

1532. A graça especial do sacramento da Unção dos Enfermos tem como efeitos:

– a união do doente à paixão de Cristo, para o seu bem e para o de toda a Igreja;
– o conforto, a paz e a coragem para suportar cristãmente os sofrimentos da doença ou da velhice;
– o perdão dos pecados, se o doente não pôde obtê-lo pelo sacramento da Penitência;
– o restabelecimento da saúde, se tal for conveniente para a salvação espiritual;
– a preparação para a passagem para vida eterna.


Catecismo

sábado, maio 05, 2018

ROMANCE XXI ou DAS IDÉIAS. Cecília Meireles. Poesia

ROMANCE XXI
ou
DAS IDÉIAS
Cecília Meireles

A vastidão desses campos.
A alta muralha das serras.
As lavras inchadas de ouro.
Os diamantes entre as pedras.
Negros, índios e mulatos.
Almocafres e gamelas.

Os rios todos virados.
Toda revirada, a terra.
Capitães, governadores,
padres intendentes, poetas.
Carros, liteiras douradas,
cavalos de crina aberta.
A água a transbordar das fontes.
Altares cheios de velas.
Cavalhadas. Luminárias.
Sinos, procissões, promessas.
Anjos e santos nascendo
em mãos de gangrena e lepra.
Finas músicas broslando
as alfaias das capelas.
Todos os sonhos barrocos
deslizando pelas pedras.
Pátios de seixos. Escadas.
Boticas. Pontes. Conversas.
Gente que chega e que passa.
E as idéias.


As lavras inchadas de ouro. / Os diamantes entre as pedras. / Negros, índios e mulatos. / Almocafres e gamelas. (Cecília Meireles)
As lavras inchadas de ouro. / Os diamantes entre as pedras. / Negros, índios e
mulatos. / Almocafres e gamelas.


Amplas casas. Longos muros.
Vida de sombras inquietas.
Pelos cantos da alcovas,
histerias de donzelas.
Lamparinas, oratórios,
bálsamos, pílulas, rezas.
Orgulhosos sobrenomes.
Intrincada parentela.
No batuque das mulatas,
a prosápia degenera:
pelas portas dos fidalgos,
na lã das noites secretas,
meninos recém-nascidos
como mendigos esperam.
Bastardias. Desavenças.
Emboscadas pela treva.
Sesmarias, salteadores.
Emaranhadas invejas.
O clero. A nobreza. O povo.
E as idéias.

E as mobílias de cabiúna.
E as cortinas amarelas.
Dom José. Dona Maria.
Fogos. Mascaradas. Festas.
Nascimentos. Batizados.
Palavras que se interpretam
nos discursos, nas saúdes...
Visitas. Sermões de exéquias.
Os estudantes que partem.
Os doutores que regressam.
(Em redor das grandes luzes,
há sempre sombras perversas.
Sinistros corvos espreitam
pelas douradas janelas.)
E há mocidade! E há prestígio.
E as idéias.

As esposas preguiçosas
na rede embalando as sestas.
Negras de peitos robustos
que os claros meninos cevam.
Arapongas, papagaios,
passarinhos da floresta.
Essa lassidão do tempo
entre imbaúbas, quaresmas,
cana, milho, bananeiras
e a brisa que o riacho encrespa.
Os rumores familiares
que a lenta vida atravessam:
elefantíase; partos;
sarna; torceduras; quedas;
sezões; picadas de cobras;
sarampos e erisipelas...
Candombeiros. Feiticeiros.
Ungüentos. Emplastos. Ervas.
Senzalas. Tronco. Chibata.
Congos. Angolas. Benguelas.
Ó imenso tumulto humano!
E as idéias.

Banquetes. Gamão. Notícias.
Livros. Gazetas. Querelas.
Alvarás. Decretos. Cartas.
A Europa a ferver em guerras.
Portugal todo de luto:
triste Rainha o governa!
Ouro! Ouro! Pedem mais ouro!
E sugestões indiscretas:
Tão longe o trono se encontra!
Quem no Brasil o tivera!
Ah, se Dom José II
põe a coroa na testa!
Uns poucos de americanos,
por umas praias desertas,
já libertaram seu povo
da prepotente Inglaterra!
Washington. Jefferson. Franklin.
(Palpita a noite, repleta
de fantasmas, de presságios...)
E as idéias.

Doces invenções da Arcádia!
Delicada primavera:
pastoras, sonetos, liras,
— entre as ameaças austeras
de mais impostos e taxas
que uns protelam e outros negam.
Casamentos impossíveis.
Calúnias. Sátiras. Essa
paixão da mediocridade
que na sombra se exaspera.
E os versos de asas douradas,
que amor trazem e amor levam...
Anarda. Nise. Marília...
As verdades e as quimeras.
Outras leis, outras pessoas.
Novo mundo que começa.
Nova raça. Outro destino.
Planos de melhores eras.
E os inimigos atentos,
que, de olhos sinistros, velam.
E os aleives. E as denúncias.
E as idéias.