A MOENDA
Da Costa e Silva
Na remansosa paz da rústica fazenda,
À
luz quente do sol e à fria luz do luar,
Vive, como a expiar uma culpa
tremenda,
O engenho de madeira a gemer e a chorar.
Ringe e range,
rouquenha, a rígida moenda;
E, ringindo a rangendo, a cana a
triturar,
Parece que tem alma, advinha e desvenda
A ruína, a dor, o mal
que vai, talvez, causar...
Movida pelos bois tardios e
sonolentos,
Geme, como a exprimir, em doridos lamentos,
Que as desgraças
por vir sabe-as todas de cor.
Ai! dos teus tristes ais! moenda
arrependida!
- Álcool! para esquecer os tormentos da vida
E cavar, sabe
Deus, um tormento maior!
sábado, novembro 26, 2011
Marcadores:Charles Fonseca,....Charles Fonseca,
Da Costa e Silva,
Poesia
Escreva para o meu e-mail: silvafonseca@gmail.com
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário