Pesquisar este blog

quarta-feira, abril 30, 2014

Valorize a consultinha médica. Marcelo Caixeta. Medicina

Campanha Nacional : VALORIZE A CONSULTINHA MÉDICA ! VOLTA, CONSULTINHA, VOLTA !!
Marcelo Ferreira Caixeta

1) Esta é a mais "abandonada", é a mais desvalorizada, é a mais "coitada", e ninguém, nem as Entidades Médicas, falam nela.
2) No entanto, como a Gata Borralheira, como a Cinderela, apesar de humilde, é a "mais bela flor da Medicina". Ela é a base de tudo, e sem ela não se faz nada. Sem ela o pediatra não "entende" uma criança, sem ela o cirurgião não alivia uma dor. Sem ela os exames se multiplicam e as tragédias médicas da imperícia, imprudência, negligência, vicejam como cogumelos em campo de esterco.
3) Humilde e abandonada, é a mais vilipendiada de todas as flores : o Governo, "oferecendo-a de graça", "em cada esquina", por técnicos cubanos de saúde , ou mesmo por profissionais não-médicos do Brasil, banalizou-a até o infinito.
4) Esfarrapada, os planos de saúde a desprezaram e até no "particular" os médicos, hoje, dificilmente vivem dela. Ou simplesmente a mutilam com seus "atendimentos-relâmpago". Têm de partir para burocracias, para exames, para procedimentos, para "plantões" em hospitais, para múltiplos "bicos", se quiserem sobreviver.
5) Sem elas, multiplicam-se as hospitalizações e os atendimentos que eram para ser de consultório, mas são feitos nas caóticas Unidades de Emergência.
6) Sem ela, estão desaparecendo coisas sagradas para nós, como os médicos de nossas crianças, de nossas esposas gestantes e de nossos pais, já cansados das lides da vida.
7) É por isto que nós, médicos e médicas do Brasil, abandonados pelos nossos Governos, Planos de Saúde e até pelas Entidades Médicas, bradamos a plenos pulmões : "VOLTA, CONSULTINHA, VOLTA".

SÃO FRANCISCO DE LISBOA. FLORIPA. Charles Fonseca. Fotografia

VENTO SUL. Charles Fonseca. Poesia

VENTO SUL
Charles Fonseca

À bessa tanto coqueiro
Tantos que a vista alcança
Em procissão beira avança
O mar aos seus pés espelho

Um infinito de azul
Umas nuvens em esgarço
Garsas em bandos espaço
Só nós dois ao vento sul

terça-feira, abril 29, 2014

Joseph Garibaldi - Vue de la Cathedrale D'Auxerre. A28. Pintura

Liras. Alvarenga Peixoto. Poesia

Liras
Alvarenga Peixoto


(A Bárbara Heleodora, sua esposa, remetidas
do cárcere da Ilha das Cobras)


Bárbara bela,
Do norte estrela,
Que o meu destino
Sabes guiar,
De ti ausente,
Triste, somente
As horas passo
A suspirar.

Por entre as penhas
De incultas brenhas,
Cansa-me a vista
De te buscar;
Porém não vejo
Mais que o desejo
Sem esperança
De te encontrar.

Eu bem queria
A noite e o dia
Sempre contigo
Poder passar;
Mas orgulhosa
Sorte invejosa
Desta fortuna
Me quer privar.

Tu, entre os braços,
Ternos abraços
Da filha amada
Podes gozar;
Priva-me a estrela
De ti e dela,
Busca dois modos
De me matar!

segunda-feira, abril 28, 2014

Retrato Quase Apagado em que se Pode Ver Perfeitamente Nada. Manoel de Barros. Poesia

Retrato Quase Apagado em que se Pode Ver Perfeitamente Nada
de "O Guardador de Águas"


I

Não tenho bens de acontecimentos.
O que não sei fazer desconto nas palavras.
Entesouro frases. Por exemplo:
- Imagens são palavras que nos faltaram.
- Poesia é a ocupação da palavra pela Imagem.
- Poesia é a ocupação da Imagem pelo Ser.
Ai frases de pensar!
Pensar é uma pedreira. Estou sendo.
Me acho em petição de lata (frase encontrada no lixo)
Concluindo: há pessoas que se compõem de atos, ruídos, retratos.
Outras de palavras.
Poetas e tontos se compõem com palavras.

II
Todos os caminhos - nenhum caminho
Muitos caminhos - nenhum caminho
Nenhum caminho - a maldição dos poetas.

III
Chove torto no vão das árvores.
Chove nos pássaros e nas pedras.
O rio ficou de pé e me olha pelos vidros.
Alcanço com as mãos o cheiro dos telhados.
Crianças fugindo das águas
Se esconderam na casa.

Baratas passeiam nas formas de bolo...

A casa tem um dono em letras.

Melchiorre Caffá, Santo Eustáquio entre as Feras Museu do Palácio Veneza, Roma, Itália. E38. Escultura

A constituição hierárquica da Igreja. Cristianismo

I. A constituição hierárquica da Igreja

PORQUÊ O MINISTÉRIO ECLESIAL?

874. A fonte do ministério na Igreja é o próprio Cristo. Foi Ele que o instituiu e lhe deu autoridade e missão, orientação e finalidade.

«Cristo Senhor, para apascentar e aumentar continuamente o povo de Deus, instituía na sua Igreja vários ministérios, para bem de todo o Corpo. Com efeito, os ministros que estão dotados do poder sagrado estão ao serviço dos seus irmãos, para que todos quantos pertencem ao povo de Deus [...] alcancem a salvação» (397).

875. «Como hão-de acreditar naquele de quem não ouviram falar? E como hão-de ouvir falar, sem que alguém o anuncie? E como hão-de anunciar, se não forem enviados?» (Rm 10, 14-15). Ninguém, nenhum indivíduo ou comunidade, pode anunciar a si mesmo o Evangelho. «A fé surge da pregação» (Rm 10, 17). Por outro lado, ninguém pode dar a si próprio o mandato e a missão de anunciar o Evangelho. O enviado do Senhor fala e actua, não por autoridade própria, mas em virtude da autoridade de Cristo; não como membro da comunidade, mas falando à comunidade em nome de Cristo. Ninguém pode conferir a si mesmo a graça; ela deve ser-lhe dada e oferecida. Isto supõe ministros da graça, autorizados e habilitados em nome de Cristo. É d'Ele que os bispos e presbíteros recebem a missão e a faculdade (o «poder sagrado») de agir na pessoa de Cristo Cabeça e os diáconos a força de servir o povo de Deus na «diaconia» da Liturgia, da Palavra e da caridade, em comunhão com o bispo e com o seu presbitério. A este ministério, no qual os enviados de Cristo fazem e dão, por graça de Deus, o que por si mesmos não podem fazer nem dar, a tradição da Igreja chama «sacramento». O ministério da Igreja é conferido por um sacramento próprio.

876. Intrinsecamente ligado à natureza sacramental do ministério eclesial está o seu carácter de serviço. Com efeito, inteiramente dependentes de Cristo, que lhes dá missão e autoridade, os ministros são verdadeiramente «servos de Cristo» (398), à imagem do mesmo Cristo que por nós livremente tomou «a forma de servo» (Fl 2, 7). E uma vez que a palavra e a graça, de que são ministros, não são deles, mas de Cristo que lhas confiou para os outros, eles tornar-se-ão livremente servos de todos (399).

877. Do mesmo modo, pertence à natureza sacramental do ministério eclesial que ele tenha um carácter colegial. De facto, desde o princípio do seu ministério, o Senhor Jesus instituiu os Doze, «gérmenes do novo Israel e ao mesmo tempo origem da hierarquia sagrada» (400). Escolhidos juntamente, também juntamente foram enviados, e a sua unidade fraterna estará ao serviço da comunhão fraterna de todos os fiéis. Será como um reflexo e um testemunho da comunhão das pessoas divinas (401). Por isso, todo o bispo exerce o seu ministério no seio do colégio episcopal e em comunhão com o bispo de Roma, sucessor de Pedro e chefe do mesmo colégio; e todos os presbíteros exercem o seu ministério no seio do presbyterium da diocese, sob a direcção do seu bispo.

878. Finalmente, pertence à natureza sacramental do ministério eclesial que ele tenha um carácter pessoal. Se os ministros de Cristo actuam em comunhão, fazem-no sempre também de modo pessoal. Cada qual é chamado pessoalmente –: «Tu, segue-Me» (Jo 21, 22)(402) – para ser, na missão comum, uma testemunha pessoal, pessoalmente responsável perante Aquele que lhe confere a missão, agindo «na pessoa d'Ele» e em favor das pessoas: «Eu te baptizo em nome do Pai...»; «Eu te absolvo...».

879. O ministério sacramental na Igreja é, pois, um serviço exercido em nome de Cristo. Tem um carácter pessoal e uma forma colegial. Isto verifica-se nos vínculos que ligam o colégio episcopal e o seu chefe, o sucessor de Pedro, bem como na relação entre a responsabilidade pastoral do bispo pela sua Igreja particular e a solicitude comum do colégio episcopal pela Igreja universal.

Catecismo

domingo, abril 27, 2014

Robert Capa. Fotografia

Imagem atual

CARDEAL. Charles Fonseca. Poesia

CARDEAL
Charles Fonseca

Ele tem uma vermelha
Cobertura encarnada
Depois um colo nevada
O resto tem base preta

Assim é a alegria
De onde ele faz ninho
Há gorjeios há carinho
Cardinalícia folia

Dos homens e das mulheres
Sensíveis espanta o mal
Só o bem faz cardeal
Um canto pra mil misteres.

Auguste Rodin - Filmed Sculpting in his Studio (1915). Escultura

O lobo e o cordeiro. Jean de La Fontaine. Fábula. Prosa

O lobo e o cordeiro
Jean de La Fontaine

Na límpida corrente de um ribeiro
Mata a sede um cordeiro.
Chega um lobo em jejum que a fome atiça,
A farejar carniça.
"Ousas turvar-me as águas, malcriado?"
(Uiva o lobo irritado.)

CORDEIRO
"Rogo, senhor, a Vossa Majestade,
E com toda a humildade,
Que não se zangue com seu pobre servo;
Pois, respeitoso, observo
Que embaixo e no declive estou bebendo,
E a água vem descendo."
"Turvas (retruca o bárbaro animal);
Demais, falaste mal,
Há seis meses, de mim."

CORDEIRO
"Não é verdade;
Conto só três de idade;
Não tinha inda nascido."

LOBO
"Pois então
Falou um teu irmão."

CORDEIRO
"Não o tenho."

LOBO
"Foi um dos teus parentes,
Que me têm entre dentes;
E eu vingo-me de vós - cães e pastores,
Que sois tão faladores."
Disse, e sobre o cordeiro se despenha
E o conduz para a brenha,
Onde o come do mato no recesso,
Sem forma de processo.

Que a razão do mais forte predomina
Esta fábula ensina.

Moral da Estória:
Contra a força não há argumentos.

sábado, abril 26, 2014

Documentário Brasília: projeto capital ( Versão Integral). Brasil. Política

Reflexão n°.1. Murilo Mendes. Poesia

Reflexão n°.1
Murilo Mendes

Ninguém sonha duas vezes o mesmo sonho
Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio
Nem ama duas vezes a mesma mulher.
Deus de onde tudo deriva
E a circulação e o movimento infinito.

Ainda não estamos habituados com o mundo
Nascer é muito comprido.

MÃOS AO ALTO. Charles Fonseca. Fotografia


Os fiéis de Cristo: hierarquia, leigos, vida consagrada. Igreja. Cristianismo.

OS FIÉIS DE CRISTO:
HIERARQUIA, LEIGOS, VIDA CONSAGRADA

871. «Fiéis são aqueles que, por terem sido incorporados em Cristo pelo Baptismo, foram constituídos em povo de Deus e por este motivo se tornaram, a seu modo, participantes do múnus sacerdotal, profético e real de Cristo e, segundo a própria condição, são chamados a exercer a missão que Deus confiou à Igreja para esta realizar no mundo» (393).

872. «Devido à sua regeneração em Cristo, existe entre todos os fiéis verdadeira igualdade no concernente à dignidade e à atuação, pela qual todos eles cooperam para a edificação do Corpo de Cristo, segundo a condição e a função próprias de cada um» (394).

873. As próprias diferenças que o Senhor quis que existissem entre os membros do seu Corpo servem a sua unidade e missão. Porque «há na Igreja diversidade de ministérios, mas unidade de missão. Cristo confiou aos Apóstolos e aos seus sucessores o encargo de ensinar, santificar e governar em seu nome e pelo seu poder. Mas os leigos, feitos participantes do múnus sacerdotal, profético e real de Cristo, assumem na Igreja e no mundo a parte que lhes toca naquilo que é a missão de todo o povo de Deus» (395). Por fim, «de ambos estes grupos [hierarquia e leigos] existem fiéis que, pela profissão dos conselhos evangélicos [...], se consagram a Deus de modo peculiar, e contribuem para a missão salvífica da Igreja» (396)

Catecismo

Cascatinha & Inhana - Índia (1952). Música

Faroeste Caboclo com Santo Lula. Política

sexta-feira, abril 25, 2014

Minha namorada. Vinicius de Moraes. Poesia

Minha namorada
Vinicius de Moraes

Se você quer ser minha namorada
Ah, que linda namorada
Você poderia ser
Se quiser ser somente minha
Exatamente essa coisinha
Essa coisa toda minha
Que ninguém mais pode ser

Você tem que me fazer um juramento
De só ter um pensamento
Ser só minha até morrer
E também de não perder esse jeitinho
De falar devagarinho
Essas histórias de você
E de repente me fazer muito carinho
E chorar bem de mansinho
Sem ninguém saber por quê

Porém, se mais do que minha namorada
Você quer ser minha amada
Minha amada, mas amada pra valer
Aquela amada pelo amor predestinada
Sem a qual a vida é nada
Sem a qual se quer morrer

Você tem que vir comigo em meu caminho
E talvez o meu caminho seja triste pra você
Os seus olhos têm que ser só dos meus olhos
Os seus braços o meu ninho
No silêncio de depois
E você tem que ser a estrela derradeira
Minha amiga e companheira
No infinito de nós dois

Juan Antonio Gonzalez, 1881 - receber a notícia. A28. Pintura

BLEFE. Charles Fonseca. Poesia

BLEFE
Charles Fonseca

Que pena se chama Rose
Uma rosa encarnada
Uma pilantra safada
Corrupta que fez pose

De mulher que manda lula
Pro cardápio mal cozido
Estragado corrompido
E a patuléia pula

Mande chamar o chefe
Do restaurante o cardápio
Lucio Augusto Rufo Apio
Larápio, íntimos, blefe.

quinta-feira, abril 24, 2014

3 horas do melhor da música relaxante (flauta de bambu). Música

Projeto da poupança fraterna começa a ser analisado. Política

Projeto da poupança fraterna começa a ser analisado

A Câmara vai iniciar a análise do Projeto de Lei Complementar 137/04, do deputado Nazareno Fonteles (PT-PI), que estabelece um limite máximo de consumo e a criação de uma "Poupança Fraterna", pela comissão de Finanças e Controle. O projeto estabelece que, durante sete anos, haverá um limite máximo de consumo mensal que cada pessoa poderá utilizar para seu sustento e de seus dependentes residentes no País. Este limite será calculado de acordo com a renda per capita nacional mensal calculada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o IBGE, em 2003, a renda per capita anual era R$ 8.565, o que significa cerca de R$ 713 ao mês.
Pelo projeto, a parcela dos rendimentos, que exceder o limite de consumo, será depositada, a título de empréstimo compulsório, em uma conta especial de caderneta de poupança, em nome do depositante, denominada Poupança Fraterna.

Distribuição de renda
O objetivo do projeto, segundo o autor, é fortalecer os valores humanísticos de fraternidade, liberdade e igualdade, que facilitarão e possibilitarão a todos os brasileiros acesso aos bens essenciais. Na avaliação de Fonteles, a proposta promoverá também a inclusão social e econômica da parcela da população que hoje possui baixa capacidade de consumo. "A fome em que vivem milhões de seres humanos deve-se à má distribuição da renda e da riqueza, e não à escassez de alimentos", defende o deputado.

Poupança
O projeto estabelece que os depósitos da “poupança fraterna” poderão ser feitos no Banco do Brasil ou na Caixa Econômica Federal, a critério do titular da conta. A proposta também prevê a livre movimentação dos recursos pelo titular entre as duas instituições financeiras. Os recursos aplicados serão remunerados com juros equivalentes à 50% dos depósitos efetuados em caderneta de poupança.

Devolução
Os recursos aplicados serão devolvidos aos poupadores ou seus herdeiros nos 14 anos seguintes ao término do prazo de poupança, em prestações mensais equivalentes à metade de cada um dos depósitos realizados. Haverá, no entanto, as seguintes hipóteses de saques extraordinários dos valores depositados:
1. morte do titular;
2. aquisição de casa própria para fins de residência permanente, limitado a R$ 200 mil; e
3. tratamento de doença grave do titular, do cônjuge ou dependentes diretos;

Gestão
O projeto prevê a criação do Conselho Nacional de Poupança Fraterna (CNPF), a quem caberá a gestão da Poupança Fraterna. O conselho terá, entre outros, os seguintes integrantes:
1. ministro de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que o presidirá;
2. representantes dos Ministérios da Saúde; Educação; Planejamento; Meio Ambiente; e Ciência e Tecnologia;
3. representantes de centrais sindicais e confederações;
4. representantes de entidades de classes; e
5. representantes do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal.

Segundo o texto apresentado, poderão ser criados, conforme demandas regionais e locais, Conselhos Estaduais e Municipais da Poupança Fraterna, que atuarão em articulação com o Conselho Nacional.

Sonegação
O PLP prevê multa equivalente a duas vezes o valor sonegado, além de juros de mora nos casos em que o correntista não depositar, na Poupança Fraterna, o excedente ao limite máximo de consumo. Além disso, terá seu nome inserido no Cadastro da Dívida Ativa da União, pelo valor correspondente a duas vezes o valor sonegado

O projeto será relatado pelo deputado João Leão (PL-BA). Após a avaliação da Comissão de Finanças e tributação, a proposta será apreciada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Em seguida, seguirá para o Plenário.

Da Redação/MS

(Reprodução autorizada mediante citação da Agência)

Agência Câmara
Tel. (61) 216.1851
Fax. (61) 216.1856
E-mail: agencia@camara.gov.br
A Agência utiliza material jornalístico produzido pela Rádio, Jornal e TV Câmara.


A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias

http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/48576.html

quarta-feira, abril 23, 2014

A um poeta. Olavo Bilac. Poesia

A um poeta
Olavo Bilac

Longe do estéril turbilhão da rua,
Beneditino escreve! No aconchego
Do claustro, na paciência e no sossego,
Trabalha e teima, e lima , e sofre, e sua!

Mas que na forma se disfarce o emprego
Do esforço: e trama viva se construa
De tal modo, que a imagem fique nua
Rica mas sóbria, como um templo grego

Não se mostre na fábrica o suplicio
Do mestre. E natural, o efeito agrade
Sem lembrar os andaimes do edifício:

Porque a Beleza, gêmea da Verdade
Arte pura, inimiga do artifício,
É a força e a graça na simplicidade.

Hino do Flamengo. Futebol

Filippo Parodi, Cristo na Coluna Capela do Palacio Real, Gênova, Itália. E38. Escultura

terça-feira, abril 22, 2014

MIL. Charles Fonseca. Prosa

MIL
Charles Fonseca

Contudo deixo a todos o meu silêncio falante, o meu sorriso triste, alegria mascarada, a paciência acoitada. Deixo o meu verso sem prosa, a minha lira a vibrar, o tempo a esgarçar, a semente feita em germe, o dormente a erigir-se, folhas e flores à sombra, frutos pecos na alfombra, os férteis a reproduzir. O bem que veio raiz, o belo que refloriu, o fruto a seu justo tempo morreu pra dar de si mil.

Emílio Santiago - Copacabana (Alberto Ribeiro / João de Barro)

segunda-feira, abril 21, 2014

Por que as mulheres estão matando tanto seus enteados e filhos? Marcelo Caixeta. Medicina

POR QUE AS MULHERES ESTÃO MATANDO TANTO SEUS ENTEADOS E FILHOS ? Uma Análise psiquiátrico-criminológica.
Marcelo Caixeta, médico, especialista em psiquiatria criminal ( forense ) pela Assoc. Bras. Psiquiatria

O Brasil vem sendo cada vez mais abalado por sucessivos casos de madrastas e mães que matam enteados e filhos para “ficarem bem em seus relacionamentos”. Tivemos os casos nacionais de Isabela Nardoni ( madrasta) , Joaquim Pontes ( garotinho diabético do interior de São Paulo, morto pelo padrasto com cumplicidade e provável auxílio da mãe, psicóloga ), Bernardo Boldrini ( morto pela madrasta, que é enfermeira , com o auxílio da melhor amiga dela, assistente social ), Elaine Munhoz ( médica pediatra de SP que matou o filho ).
O que aconteceu que a “caixa de maldades”, a “Caixa de Pandora”, parece ter sido aberta no universo feminino atual ?
As mulheres costumam ter uma psicologia bem mais “inquieta e insatisfeita” do que a dos homens. São também mais emocionais, menos racionais. Como já dizia o filósofo Espinosa, a moral depende da vontade e a vontade depende da razão. Os homens costumam ser mais frios do ponto de vista afetivo-emocional, consequentemente mais racionais, consequentemente com vontade mais férrea, consequentemente com moral mais estável, mais resoluta, menos abalada por contingências, veleidades, idiossincrasias, insatisfações, desejos intensos, paixões, impulsividades afetivas e emocionais.
Na época patriarcal, hoje anulada pelo espírito anti-autoridade dos tempos modernos, a “truculência masculina” aplainava estas características “maldosas” do espírito feminino.
Com o “crepúsculo do macho”, o “fim do domínio “moral-patriarcal” masculino, a “caixinha das maldades” feminina finalmente pôde ter sua tampa completamente aberta.
O homem, hoje, é mais um “apêndice do desejo feminino”, como se viu no caso Boldrini, onde o pai, médico, aparentemente “aceitou” o assassinato do filho a partir do desejo de sua “Medeia” ( a “bruxa da mitologia grega” que matava seus filhos ). Os homens hoje se curvam ao “desejo feminino”, daí sua cumplicidade.
Livres para “pecar” as mulheres “dominam” tudo na vida e no mundo moral , sem restrição: basta andar por clubes, calçadas, praias, shoppings, escolas, e ver que, quem manda hoje, são os “grupos de menina”, quem xinga, grita, bate, dá escândalo, arma “barracos”, são os grupos de adolescentes. Todas se transformaram em “patricinhas voluntariosas”, cujo “desejo” não pode ser contrafeito. Os pais, namorados, “autoridades”, religiosos, etc, apoiando tudo, achando tudo “engraçadinho”. É bom que se entenda que a “morte de Deus” tem muito a ver com isto, pois “Deus é Pai”, portanto “Deus é masculino”.
Matar a Deus é matar a parte moral , a única parte “boa” do espírito masculino. Nós a matamos, e agora abrimos a “Caixa de Pandora” ( não é à toa que a sabedoria mitológica grega colocou a “Caixa das Maldades” na mão de uma mulher....). Aliás, já dizia Shakeaspeare : “... nem os céus conhecem a fúria de uma mulher envenenada...” ( ou algo do gênero ).
Quando se casam, ou entram na “dureza” das frustrações da vida, sua “patriçagem” gera uma intolerância total : “eu quero, eu quero, porque quero” !! Divórcios, agressões, separações, assassinatos, é a via final comum onde irá desembocar todas estas “vontades sem peias”. “Querem um homem” ? O que as impedirá ? Um filho, um enteado, as separam da “felicidade”? Não há problema : eliminemo-lo !! Tem outra na jogada, namorando ou casada com o “meu homem”? Matemo-la ! Sem problemas. Os homens, transformados , hoje, em meros objetos em suas mãos, perderam a única característica boa que os possa distinguir - e que poderia controlar tais “furores uterinos” - que é exatamente a Força Moral. São, atualmente, seguindo a “cartilha feminina”, os “metrossexuais”, os “tatuados”, os “bombados”, os “pelos-raspados”, os “sarados”, tudo esteticamente feito para cumprir o desiderato feminino. A estética femininizou-se e a moral emasculou-se. Que tempos ! Que Moral ! - “O tempora ! O moris !” ( Cícero ).
...................................
Marcelo Caixeta é médico, especialista em psiquiatria criminal ( forense ) pela Assoc. Bras. Psiquiatria
POR QUE AS MULHERES ESTÃO MATANDO TANTO SEUS ENTEADOS E FILHOS ? Uma Análise psiquiátrico-criminológica.

Umberto Eco dialoga com Jeremy Paxman

NORA, GENRO, FILHOS, NETOS... Charles Fonseca

NORA, GENRO, FILHOS, NETOS...
Charles Fonseca

De ti tomo por filha
nora, cuida do meu,
genro tenho por meu,
filhos, cuidem dos teus

Melhor do que fiz e faço
enteada como fora
outra filha antes morra
muitos netos meu regaço

qualquer que seja, de onde,
a cor, sexo, paixão
levo, bisnetos não,
beijar espero ao longe.

Nora e afilhada

A Igreja é una, santa, católica e apostólica. Igreja. Cristianismo

Resumindo:

866. A Igreja é una: tem um só Senhor, professa uma só fé, nasce dum só Baptismo e forma um só Corpo, vivificado por um só Espírito, em vista duma única esperança (388), no termo da qual todas as divisões serão superadas.

867. A Igreja é santa: é seu autor o Deus santíssimo; Cristo, seu Esposo, por ela Se entregou para a santificar; vivifica-a o Espírito de santidade. Embora encerra pecadores no seu seio, ela é «a sem-pecado feita de pecadores». Nos santos brilha a sua santidade; em Maria, ela é já totalmente santa.

868. A Igreja é católica: anuncia a totalidade da fé, tem à sua disposição e administra a plenitude dos meios de salvação; é enviada a todos os povos; dirige-se a todos os homens; abrange todos os tempos; «é, por sua própria natureza, missionária» (389).

869. A Igreja é apostólica: está edificada sobre alicerces duradouros, que são «os Doze apóstolos do Cordeiro» (390); é indestrutível (391); é infalivelmente mantida na verdade: Cristo é quem a governa por meio de Pedro e dos outros apóstolos, presentes nos seus sucessores, o Papa e o colégio dos bispos.

870. «A única Igreja de Cristo, da qual professamos no Credo que é una, santa, católica e apostólica, [...] é na Igreja Católica que subsiste, governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos que estão em comunhão com ele, embora numerosos elementos de santificação e de verdade se encontrem fora das suas estruturas» (392).

Catecismo

sexta-feira, abril 18, 2014

PRÊMIO. Charles Fonseca. Poesia

PRÊMIO
Charles Fonseca

Não haja ciúme da zorra
Um mau querer um queixume
Que esteja em nós por perfume
Um bem querer, alma forra

De sempre estarmos abraços
Enquanto houver caminhada
Que nunca falte, amada,
Em nós amor, olhos baços

Em mim se houver adeus
Se eu for te quero adiante
Espero por ti só e amante,
És prêmio dado por Deus.

Achei um Grande Amigo. Hino. Igreja. Cristianismo

quinta-feira, abril 17, 2014

O cisne e seu dono. Esopo. Fábula. Prosa

O cisne e seu dono
Esopo

Se diz que os cisnes cantam apenas antes de morrer.
Um homem viu à venda um cisne e, havendo ouvido que era um animal muito melodioso, comprou-o.
Um dia que o homem dava uma festa, vestiu o cisne e implorou que cantasse. Mas o cisne se manteve em silêncio. Porém um dia, pensando o cisne que estava para morrer, forçosamente chorou sua melodia. Ao ouvir, o dono disse:
- Se só cantas quando vais morrer, fui um tolo pedindo que cantasse ao invés de imolar-te.

Moral da Estória:
Muitas vezes sucede que temos de fazer à força o que não queremos fazer de vontade.

Giovanni Lorenzo Bernini, 1675 - A Bem-aventurada Ludoviga Albertoni Igreja de San Francesco a Ripa, Roma, Itália. E38. Escultura

quarta-feira, abril 16, 2014

O sexo das índias. Iniciação. Fertilidade. Parte I

http://monomito.org/2014/04/13/sexo-indias/

Invenção de Orfeu. Jorge de Lima. Poesia

Invenção de Orfeu
Jorge de Lima

1.
Um barão assinalado
sem brasão, sem gume e fama
cumpre apenas o seu fado:
amar, louvar sua dama,
dia e noite navegar,
que é de aquém e de além-mar
a ilha que busca e amor que ama.

Nobre apenas de memórias,
vai lembrando de seus dias,
dias que são as histórias,
histórias que são porfias
de passados e futuros,
naufrágios e outros apuros,
descobertas e alegrias.

Alegrias descobertas
ou mesmo achadas, lá vão
a todas as naus alertas
de vaia mastreação,
mastros que apoiam caminhos
a países de outros vinhos.
Está é a ébria embarcação.

Barão ébrio, mas barão,
de manchas condecorado;
entre o mar, o céu e o chão
fala sem ser escutado
a peixes, homens e aves,
bocas e bicos, com chaves,
e ele sem chaves na mão.

2.
A ilha ninguém achou
porque todos o sabíamos.
Mesmo nos olhos havia
uma clara geografia.

Mesmo nesse fim de mar
qualquer ilha se encontrava,
mesmo sem mar e sem fim,
mesmo sem terra e sem mim.

Mesmo sem naus e sem rumos,
mesmo sem vagas e areias,
há sempre um copo de mar
para um homem navegar.

Nem achada e nem não vista
nem descrita nem viagem,
há aventuras de partidas
porém nunca acontecidas.

Chegados nunca chegamos
eu e a ilha movediça.
Móvel terra, céu incerto,
mundo jamais descoberto.

Indícios de canibais,
sinais de céu e sargaços,
aqui um mundo escondido
geme num búzio perdido.

Rosa-de-ventos na testa,
maré rasa, aljofre, pérolas,
domingos de pascoelas.
E esse veleiro sem velas!

Afinal: ilha de praias.
Quereis outros achamentos
além dessas ventanias
tão tristes, tão alegrias?

(Trecho de Invenção de Orfeu, de Jorge de Lima).

As três lágrimas, Conceição e De volta pro aconchego, por Cauby Peixoto ...

terça-feira, abril 15, 2014

O apostolado. Igreja. Cristianismo.

O APOSTOLADO

863. Toda a Igreja é apostólica, na medida em que, através dos sucessores de Pedro e dos Apóstolos, permanece em comunhão de fé e de vida com a sua origem. Toda a Igreja é apostólica, na medida em que é «enviada» a todo o mundo. Todos os membros da Igreja, embora de modos diversos, participam deste envio. «A vocação cristã é também, por natureza, vocação para o apostolado». E chamamos «apostolado» a «toda a actividade do Corpo Místico» tendente a «alargar o Reino de Cristo à terra inteira» (381).

864. «Sendo Cristo, enviado do Pai, a fonte e a origem de todo o apostolado da Igreja», é evidente que a fecundidade do apostolado, tanto dos ministros ordenados como dos leigos, depende da sua união vital com Cristo (382). Segundo as vocações, as exigências dos tempos e os vários dons do Espírito Santo, o apostolado toma as formas mais diversas. Mas é sempre a caridade, haurida principalmente na Eucaristia, «que é como que a alma de todo o apostolado» (383).

865. A Igreja é una, santa, católica e apostólica na sua identidade profunda e última, porque é nela que existe desde já, e será consumado no fim dos tempos, «o Reino dos céus», «o Reino de Deus» (384), que veio até nós na Pessoa de Cristo e que cresce misteriosamente no coração dos que n'Ele estão incorporados, até à sua plena manifestação escatológica. Então, todos os homens por Ele resgatados e n' Ele tornados «santos e imaculados na presença de Deus no amor» (385), serão reunidos como o único povo de Deus, «a Esposa do Cordeiro» (386), «a Cidade santa descida do céu, de junto de Deus, trazendo em si a glória do mesmo Deus» (387). E «a muralha da cidade assenta sobre doze alicerces, cada um dos quais tem o nome de um dos Doze apóstolos do Cordeiro» (Ap 21, 14).

Catecismo

Original Big surprise for Bride and Groom...Chris and Leah Wedding 5 Apr...

domingo, abril 13, 2014

JOÃO PAULO II canta tu te abeiraste da praia. Igreja. Cristianismo.

AREIA. Charles Fonseca. Poesia

AREIA
Charles Fonseca

A areia é alvíssima,
verdíssima é a onda,
e eu cá tão mal na sombra,
desejo a ela alvíssaras.

É tão bela a morena,
qual são tantos os babões,
que acho em todos senões,
há uma vaga na esteira.

Imogen Cunnington. Fotografia

Clique para ver a imagem em tamanho real

sábado, abril 12, 2014

O cervo, o lobo e a ovelha Esopo. Fábula. Prosa

O cervo, o lobo e a ovelha
Esopo

Demandava o Cervo à Ovelha falsamente certo trigo, que dizia haver-lhe emprestado. A Ovelha pudera negar-lho, mas receou, porque estava um Lobo, de companhia com o Veado, e assim com dissimulação lhe disse:
- Rogo-te por tua vida, que esperes alguns dias, e então averiguaremos nossas contas, que eu te pagarei quanto te dever.
Foi contente o Cervo. Porém tanto que ambos se encontraram sem o Lobo estar presente, a Ovelha o desenganou, que nem lhe devia trigo, nem lho devia de pagar.

quinta-feira, abril 10, 2014

LASSOS. Charles Fonseca. Poesia

LASSOS
Charles Fonseca

Assim se foi mais dia,
agora chega a noite,
suave, tranquila, foi-se,
o luar nos alumia,

assim como além mais astros,
mais estros se nos esperam,
há vida nos que espermam,
nos corpos que ao fim lassos.

10.04.14, 18h37

Elizabeth Taylor. Fotografia

Clique para ver a imagem em tamanho real

Blefe. Charles Fonseca. Poesia

BLEFE
Charles Fonseca

Que pena se chama Rose
Uma rosa encarnada
Uma pilantra safada
Corrupta que fez pose

De mulher que manda lula
Pro cardápio mal cozido
Estragado corrompido
E a patuléia pula

Mande chamar o chefe
Do restaurante o cardápio
Lucio Augusto Rufo Apio
Larápio, íntimos, blefe.

Johann von Strasioipka Canon - Sentando Vênus com Pelzmante - Museu Leopold, de Viena. Pintura

quarta-feira, abril 09, 2014

Os bispos, sucessores dos apóstolos. Igreja. Cristianismo

OS BISPOS, SUCESSORES DOS APÓSTOLOS

861. «Para que a missão que lhes fora confiada pudesse ser continuada depois da sua morte, os Apóstolos, como que por testamento, mandataram os seus cooperadores imediatos para levarem a cabo a sua tarefa e consolidarem a obra por eles começada, encomendando-lhes a guarda do rebanho em que o Espírito Santo os tinha instituído para apascentar a Igreja de Deus. Assim, instituíram homens nestas condições e tudo dispuseram para que, após a sua morte, outros homens provados tomassem conta do seu ministério» (379).

862. «Do mesmo modo que o encargo confiado pelo Senhor singularmente a Pedro, o primeiro dos Apóstolos, e destinado a ser transmitido aos seus sucessores, é um múnus permanente, assim também é permanente o múnus confiado aos Apóstolos de serem pastores da Igreja, múnus cuja perenidade a ordem sagrada dos bispos deve garantir». Por isso, a Igreja ensina que, «em virtude da sua instituição divina, os bispos sucedem aos Apóstolos como pastores da Igreja, de modo que quem os ouve, ouve a Cristo e quem os despreza, despreza a Cristo e Aquele que enviou Cristo» (380)

Catecismo

"Unsung Hero" (Official HD) : TVC Thai Life Insurance 2014 : โฆษณาไทยประ...

Andrea Brustolon, 1700 - Vase-stand with Hercules and Moors Museo del Settecento Veneziano - Ca' Rezzonico Venice, Italy. Escultura

O cervo e o vinhedo. Esopo. Fábula. Prosa

O cervo e o vinhedo
Esopo

Um cervo era perseguido por uns caçadores e se refugiu embaixo de uma videira. Passaram os caçadores e a cerva, achando-se muito bem escondida, começou a saborear as uvas da vinha que a cobria. Vendo os caçadores que os ramos se moviam, pensaram muito acertadamente, que ali dentro havia um animal oculto e, disparando suas flechas, feriram a cerva mortalmente. Esta, vendo-se morrer, pronunciou estas palavras:
- Bem que mereci, pois não devia ter maltratado quem me estava salvando!

Moral da Estória:
Sê sempre agradecido com quem generosamente te dá ajuda para ir adiante.

terça-feira, abril 08, 2014

CASAL ILUMINADO. Charles Fonseca. Fotografia


JAZ. Charles Fonseca. Poesia

JAZ
Charles Fonseca

É noite de terra cheia
é lua na amplidão
o mar da desilusão
um ar que jaz me volteia

Ao tempo do ser menino
adolescência tão curta
mal curtida tão bruta
juventude outro ninho

Agora cheio de paz
futuro quem sabe o que
o quem a vir num nascer
o cujo porvir em mim jaz.

segunda-feira, abril 07, 2014

Tudo entregarei. Hino. Igreja. Cristianismo

Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda (1640). Padre Antonio Vieira. Igreja. Cristianismo. Prosa

Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda (1640):

Neste sermão, o padre incita os seguidores a reagir contra as invasões Holandesas, alegando que a presença dos protestantes na colônia resultaria em uma série de depredações à colônia. Leia um trecho do sermão:

Se acaso for assim — o que vós não permitais — e está determinado em vosso secreto juízo, que entrem os hereges na Bahia, o que só vos represento humildemente, e muito deveras, é que, antes da execução da sentença, repareis bem, Senhor, no que vos pode suceder depois, e que o consulteis com vosso coração enquanto é tempo, porque melhor será arrepender agora, que quando o mal passado não tenha remédio. Bem estais na intenção e alusão com que digo isto, e na razão, fundada em vós mesmo, que tenho para o dizer. Também antes do dilúvio estáveis vós mui colérico e irado contra os homens, e por mais que Noé orava em todos aqueles cem anos, nunca houve remédio para que se aplacasse vossa ira. Romperam-se enfim as cataratas do céu, cresceu o mar até os cumes dos montes, alagou-se o mundo todo: já estaria satisfeita vossa justiça, senão quando ao terceiro dia começaram a boiar os corpos mortos, e a surgir e aparecer em multidão infinita aquelas figuras pálidas, e então se representou sobre as ondas a mais triste e funesta tragédia que nunca viram os anjos, que homens que a vissem, não os havia.

http://www.soliteratura.com.br/barroco/barroco06.php

Noel Rosa - Conversa de Botequim (Gravação Original). Música

domingo, abril 06, 2014

A missão dos apóstolos. Igreja. Cristianismo

A MISSÃO DOS APÓSTOLOS

858. Jesus é o enviado do Pai. Desde o princípio do seu ministério, «chamou para junto de Si os que Lhe aprouve [...] e deles estabeleceu Doze, para andarem consigo e para os enviar a pregar» (Mc 3, 13-14). A partir de então, eles serão os seus «enviados» (é o que significa a palavra grega apostoloi). Neles, Jesus continua a sua própria missão: «Tal como o Pai Me enviou, assim Eu vos envio a vós» (Jo 20, 21) (374). O seu ministério é, pois, a continuação da própria missão de Jesus: «Quem vos acolhe, acolhe-Me a Mim», disse Ele aos Doze (Mt 10, 40) (375).

859. Jesus uniu-os à missão que Ele próprio recebera do Pai: «assim como o Filho não pode fazer nada por Si mesmo» (Jo 5, 19.30), mas tudo recebe do Pai que O enviou, assim também aqueles que Jesus envia nada podem fazer sem Ele (376); d'Ele recebem o mandato da missão e o poder de o cumprir. Os apóstolos de Cristo sabem, portanto, que são qualificados por Deus como «ministros de uma Aliança nova» (2 Cor 3, 6), «ministros de Deus» (2 Cor 6, 4), «embaixadores de Cristo» (2 Cor 5, 20), «servidores de Cristo e administradores dos mistérios de Deus» (1 Cor 4, 1).

860. No múnus dos Apóstolos há um aspecto intransmissível: serem as testemunhas escolhidas da ressurreição do Senhor e os alicerces da Igreja. Mas há também um aspecto da sua missão que permanece. Cristo prometeu estar com eles até ao fim dos tempos (377). «A missão divina confiada por Jesus aos Apóstolos é destinada a durar até ao fim dos séculos, uma vez que o Evangelho que devem transmitir é, para a Igreja, princípio de toda a sua vida em todos os tempos. Por isso é que os Apóstolos tiveram o cuidado de instituir [...] sucessores» (378).

Catecismo

James William Vidro, 1854 - Richard, Coração de Leão, em sua maneira de Jerusalém. A28. Pintura

O cervo e o cervinho. Esopo. Fábula. Prosa

O cervo e o cervinho
Esopo

Disse um dia o cervinho ao cervo:
- Pai, és maior e mais veloz que os cães, e tens ainda uns chifres magníficos para te defender; por que foges deles?
O cervo respondeu, rindo:
- É certo o que me dizes, filho; mas não sei o que acontece, quando ouço o latido de um cão, imediatamente quero fugir.

Moral da Estória:
Quando se tem um ânimo temeroso, não há razão que possa mudá-lo.

sábado, abril 05, 2014

sexta-feira, abril 04, 2014

Apelo: não deixe que prendam Nara Leão. Carlos Drummond de Andrade. 1966. Poesia

APELO: NÃO DEIXE QUE PRENDAM NARA LEÃO *

Carlos Drummond de Andrade (1966)

Meu honrado marechal
Dirigente da nação
Venho fazer-lhe um apelo
Não prenda Nara Leão

Soube que a Guerra, por conta,
Lhe quer dar uma lição. Vai enquadrá-la
– esta é forte –
Artigo tal... não sei não

A menina disse coisas
De causar estremeção?
Pois a voz de uma garota
Abala a revolução?

Nara quis separar
O civil do capitão
Em nossa ordem social
Lançar desagregação?

Será que ela tem na fala,
Mais do que charme, canhão?
Ou pensam que, pelo nome,
Em vez de Nara, é leão?

Se o general Costa e Silva,
Já nosso meio-chefão
Tem pinta de boa praça,
Porque tal irritação?

Ou foi alguém que, do contra,
Quis criar amolação
A seu
Artur, inventando

Este caso sem razão?
Que disse a mocinha, enfim,
De inspirado pelo cão?
Que é pela paz e amor
E contra a destruição?

E, depois, se não há preso,
Político na ocasião,
Por que fazer da menina
Uma única exceção?

Ah, marechal, compre um disco
De Nara, tão doce, tão
Meigamente brasileira,
E remeta ao escalão;

Ao ouvir o que ela canta
E penetra o coração,
O que é música de embalo
Em meio a tanta aflição.

O gabinete zangado
Que fez um tarantantão,
Denunciando Narinha,
Mudava de opinião.

De música precisamos
Para pegar o rojão,
Para viver e sorrir,
Que não está mole não.

Nara é pássaro, sabia?
E nem adianta prisão
Para a voz que pelos ares,
Espalha sua canção.

Meu ilustre general,
Dirigente da nação,
Não deixe, nem de brinquedo,
Que prendam Nara Leão.

quinta-feira, abril 03, 2014

Margaret Thatcher - Não existe essa coisa de dinheiro público

Cupido - Legendado

LUZ DEL FUEGO Charles Fonseca. 12/12. Poesia

LUZ DEL FUEGO
Charles Fonseca

No ramo Luz Del Fuego
só vai que tem sua cobra
lambuzada toda prosa
carente por um chamego

No fogo louca paixão
na mente só a verdade
não mente fica à vontade
no fundo, uma tesão,

Uma tensão de início
a relação apimenta
faz gemidos não lamenta
é só gozo por princípio

Depois vem logo um relax
um soninho mui gostoso
mais um pouquinho, gostoso,
diz Del Fuego, me trace.

Anders Zorn, 1895 - Nymf Och Faun Private Collection. E38. Escultura

Muito Tempo Há que a Mentira se Tem Posto em Pés de Verdade. Padre Antonio Vieira. Prosa

Muito tempo há que a mentira se tem posto em pés de verdade, ficando a verdade sem pés e com dobradas forças a mentira; e é força que, sustentando-se em pés alheios, ande no mundo a mentira muito de cavalo; e se houve filósofo que com uma tocha numa mão buscava na luz do meio-dia um sábio, hoje, por mais que se multipliquem luzes às do Sol, não se descobrirá um afecto verdadeiro. Buscava-se então a ciência com uma vela, hoje pode-se buscar a verdade com a candeia na mão, que apenas se acha nos últimos paroxismos da vida.

Padre António Vieira, in "As Sete Propriedades da Alma"

quarta-feira, abril 02, 2014

Tatuagem (Chico Buarque) - Elis Regina. Música

"O modo das mulheres se vestirem está induzindo ao estupro". Uma análise psiquiátrica. Marcelo Caixeta. Medicina

“O MODO DAS MULHERES SE VESTIREM ESTÁ INDUZINDO O ESTUPRO” . UMA ANÁLISE PSIQUIÁTRICA
Marcelo Caixeta
.....................................
O objetivo deste artigo é o de fazermos uma análise psiquiátrica da pesquisa do IPEA ( “órgão de pesquisas” - entre aspas porque são todas direcionadas - cooptadas pelo Governo e tendenciosamente orientadas para o esquerdismo estatizante ) que mostra que aprox. 65% da população ( homens e mulheres ) concordam que uma mulher que se veste de forma exageradamente sensual, de certa forma está induzindo a violência sexual contra si mesma.
Há vários níveis de análise embutida nesta "pesquisa".
O primeiro tipo de análise que fazemos não é propriamente psiquiátrica, mas política. E, do ponto de vista político, há dois elementos a serem levados em conta. Em primeiro lugar, o enorme interesse em que o Governo Federal tem de criar qualquer “factoide” ( notícias com aparência de fatos verdadeiros, “bolhas-de-sabão”, “pseudo-notícias” ) para desviar a atenção da população do “escândalo-Dilma-Petrobrás” ( compra, feita pelo PT, da refinaria que valia 30 milhões por 1 bilhão e 800 milhões ). Dentro desta perspectiva, há até a - pouco plausível - ideia de que o Governo tenha “inventado”, maquiado, “superfaturado”, “turbinado”, estes dados de pesquisa.
Além desta possibilidade, há a bem provável hipótese de manipulação política de dados : para o Governo é muito interessante “combater os conservadores”, ou seja, “combater os homens de direita” , estes “do tipo que acham que as mulheres merecem ser estupradas”. Para um governo de esquerda, é muito interessante ajuntar-se “direitos humanos” ( “defesa das mulheres frágeis”) , “feminismo” ( “as mulheres têm direito de mostrar o corpo, vestirem-se sensualmente, provocantemente, sem com isto estarem sinalizando nada de sexual” ), e “ataque contra a truculência dos homens-autoritários-conservadores- de direita” . Vendo que está havendo uma “onda de direita” que varre o país ( reação aos desmandos esquerdistas-totalitários ) , é muito importante para o Governo Esquerdista com finalidades Totalitárias combater esta onda “autoritário-fálica-masculina-direitista-conservadora-religiosa” com todas suas armas disponíveis. O “feminismo” ( para “uso à moda da casa”) está entre as maiores dentre estas armas. O “combate à religiosidade” ( os “religiosos” estão começando a ver o ateísmo-materialismo do totalitarismo petista ) é outra destas armas governistas ( “são os religiosos, assim como os homens trutculentos-autoritários-de direita que abominam as vestimentas sensuais das mulheres, pois as impedem, como no caso do aborto, de serem donas de seu próprio corpo” : esta é a mensagem subliminar a ser passada pelo Governo ).
Deixemos, então, o “nível político” para fazermos uma análise propriamente psiquiátrica deste fenômeno do “ 65% acham que mulheres vestidas sensualmente “induzem” o estupro”. Há uma percepção inconsciente, por parte da população, homens e mulheres, de que acontece um "fenômeno estranho" hoje entre as mulheres : cada vez mais ego-centradas, cada vez mais frias e intolerantes para com os homens, cada vez mais carreiristas e menos românticas, cada vez mais frias e distantes dos filhos, cada vez mais “masculinizadas” na postura de “usar-e-descartar-o-homem-objeto” mas, ao mesmo tempo, cada vez mais sensuais, mais “cultivadoras do corpo”, cada vez mais “agressivamente boazudas”, cada vez mais “malhadas”, “turbinadas”, “sexualmente apetitosas”, “sexualmente provocantes”. Um paciente que tenho em psicoterapia, engenheiro, resume este sentimento velado : “Marcelo, minha mulher veste-se com shortinhos, minissaias, malha o tempo todo, usa roupas sensuais de malhação, corpo sarado, plásticas, bumbum e seios turbinados, mas é cada vez mais fria comigo na cama; por isto eu tenho tesão é pela feminilidade da empregada”. “Tenho até raiva dela; eu a olho e penso : um mulherão destes prá quê, se ela não gosta daquilo ?”. “Fico até revoltado com ela, com muito ódio dela “dedicar-se tanto ao próprio corpo” e ser tão pouco sensual; ela é cada vez mais “executiva”, cada vez mais distante de sexo, mais profissional, mas cada vez mais provocante, mais centrada no próprio corpo, não entendo isto”. Este engenheiro descreve o que Freud já dizia : “quando retiramos a libido ( energia sexual ) do outro , a investimos no próprio corpo”. Outro de meus pacientes diz : “frequento muita academia, as mulheres vão lá num verdadeiro desfile, com shortinhos, roupas de malha completamente coladas no corpo, marcas de calcinhas-fio-dental, macacõezinhos superapertados, com um corpo super-boazudo, mas são enjoadas demais, nariz empinado, não olham de lado, são verdadeiras máquinas obsessivas de cuidar do próprio corpo”. “Quando a gente se aproxima, pensando que elas estão emitindo sinais sensuais, nos olham com desprezo, nariz empinado, uma já me disse : “vê se te enxerga cara”. “Aliás, esta é a frase que eu mais escuto delas lá dentro : “vê se te enxerga!!”. “O desprezo e quase ódio da gente é demais, não dá para entender; então, por quê se vestem daquele jeito, por que se insinuam tanto assim para a gente?”.
Outro tipo de reclamação que se escuta muito em consultório psiquiátrico-psicoterápico hoje em dia: “ela me tratou como um objeto, sou um bagaço de laranja, que ela chupou e jogou fora”. “Hoje as coisas estão invertidas, elas é que nos abandonam”, “me esnobou”, “diz que se sentia sufocada”, “levou minha filha embora, disse que queria ser livre, que eu a estava asfixiando em sua liberdade”, “queria dançar, viajar”, “ela me seduziu, se jogou em cima de mim como uma prostituta, eu me apaixonei e depois ela me chutou como um cachorro morto”, etc. A “liberalidade sexual” que se vê hoje - sexo sem compromisso, sem responsabilidade e sem tabus - também explica a extrema sensualidade com que algumas mulheres se vestem. Muitos homens ( e algumas mulheres, como veremos abaixo ) sentem no ar esta certa “agressividade sexual”, ostensividade sexual, que paira no ar brasileiro. O Brasil, como se sabe, é o país da sensualidade, por exemplo, entre nós a pornografia é solta, aberta, até a TV hoje em dia apresenta filmes pornôs sem nenhuma cerimônia ( não é preciso nem pagar canais exclusivos para isto ). Sem falar nas bancas, com “bundas-de-mulher” ao alcance até das criancinhas de quatro anos.
Tudo isto gera, no país, uma “tensão sexual” exagerada, dá a impressão de uma “disponibilidade sexual” exagerada. Muitos homens , vivendo de corpo e alma neste “caldo viciado”, “partem mesmo para cima”, e, quando encontram “resistência” da “mulher-Vênus-de-Milo” ( bonita e sensual, mas sem braços para abraçar a ninguém ), esta raiva pode tornar-se explosiva, incontrolável e criminosa ( sexo não-consensual , violência sexual ).
Na psicopatologia de muitos estupradores está a necessidade de controle, de dominação, às vezes até acima da necessidade sexual. Ou, então, há um vínculo muito estreito, em suas mentes, entre o controle, dominação, necessidade de submissão e o gozo sexual. Tais indivíduos doentes irão sentir-se “desafiados”, “revoltados”, “esnobados”, por este tipo de mulher “Vênus-de-Milo” ( linda mas sem braços para abraçar ). Este ódio, por sua vez, pode ser um elemento afrodisíaco em suas mentes perturbadas, uma vez que, dentro delas, é muito comum a associação entre agressividade e sexo. Gostam de dominar, submeter, e terem gozo concomitante com isto. Quanto mais resistência, mais violento será o ataque, maior será o gozo. As mulheres-frias-e-sensuais, como estas que vimos acima, neste aspecto são-lhes um prato cheio. Homens normais, inconscientemente, sentem este mecanismo patológico da mente dos criminosos sexuais , daí sua anuência ao fato de que “mulheres muito oferecidas externamente e indisponíveis afetivamente estão caçando sarna para se coçar”. “Elas estão andando no fio-da-navalha e, eu, como homem, me conheço, sei que outros mais perturbados do que eu, nestas circunstâncias, podem partir para o ataque”.
Um de meus pacientes, não-criminoso-sexual, me relatou um fato ilustrativo : “um dia saí com uma supergata, ela disse que queria “ficar mais a sós comigo”, fomos para um motel. Lá chegando, depois de uns grandes amassos, ela simplesmente negou-se a dar para mim. Eu fiquei completamente louco, comecei a rasgar a roupa dela, só parei porque ela gritou e chegou um funcionário”. “Só sei que ela brincou com fogo, não deveria ter feito aquilo”. “Sei que eu estava errado, mas o senhor sabe, chega em um ponto em que a gente perde o controle sobre o próprio corpo”. Pois bem, também conhecedores deste mecanismo psicopatológico recôndido, ao dizerem que as “semi-nuas estão brincando com fogo, pedindo para serem atacadas”, os homens normais que responderam a pesquisa poderia estar fazendo uma constatação : a normalidade pode estar muito próxima da patologia, como ocorre muito em psiquiatria. E nestes casos, estariam dizendo, mesmo sem saber o porquê : “como nem eu mesmo me garanto, não vou ficar jogando pedras apenas nos violentadores pois acho que as mulheres estão também agressivamente provocativas e afetivamente indisponíveis”. Neste caso, é uma constatação, não propriamente uma justificativa. É importante separar, do ponto de vista moral, o que é uma constatação ( “as mulheres estão muito provocativas”) do que é uma justificação ( “merecem ser estupradas por serem provocativas”). Numa mente pouco cultivada, como o é da população em geral, as duas coisas podem misturar-se, por exemplo, o “ódio destas mulheres” pode contaminar a conduta moral, a ponto deles “justificarem” o estupro. Aí a constatação vira, perigosamente, justificativa.
Então, estas coisas, provavelmente estão se acumulando no imaginário masculino coletivo . No entanto, se a pesquisa do IPEA for mesmo séria ( o que , conforme disse acima, me desperta dúvidas ), isto não de confina apenas ao universo masculino. As mulheres - pelo menos algumas delas -, na pesquisa, também se manifestaram também “revoltadas” com a “sensualidade rejeitante” de algumas mulheres hoje em dia. A “mulher normal”, com a “sexualidade normal”, com o comprometimento sexual normal para com o parceiro, muitas vezes, sente esta “disponibilidade vestual sexual” das mulheres “Vênus-de-Milo” como algo incomodativo e agressivo. Tendem a vê-las como “concorrentes desleais”, como “potenciais-roubadoras-de-maridos”, pois sentem que o comprometimento afetivo-ético delas é perigosamente frouxo e devasso. Também, inconscientemente, sentem “raiva” desta psicologia de “mulher-egoísta-só-disponível-para-o-próprio-corpo”, “mulher-sem-comprometimento-afetivo-com-o-homem-família-filhos”. Sua desaprovação pode vir, portanto, na forma de condenação do modo como, provocativamente, se vestem, sem estarem, de fato, “disponíveis” para aquilo que se propõem. O que é paradoxal nisto tudo é que, quanto menos “disponível-para-o-outro” ( aqui no caso, “outro” significando casamento, compromisso, filhos, marido, companheiro, etc ) se torna a mulher, mais “agressivamente sexual” ela tende a se mostrar. Sua libido volta-se só para si mesma, ela passa, como Narciso olhando para a própria imagem no lago, a amar-se só a si mesma. E deste “amar-se só a si mesma” advêm claros ganhos secundários : admiração dos homens, “carreiras-que-se-abrem” na vida profissional, suspiros, “parar o trânsito”, “poder da sedução”, “homens que abrem porta de carros”, enfim, toda sorte de ganhos e “tapetes-vermelhos”. O paradoxal nisto tudo é o de que, quando mais “poderosas são”, mais elas desprezam os homens ( “estão aos meus pés, são uns fracos, fazem o que eu quero, eu os manipulo à vontade ) , e os homens sentem isto. Um dos trocos possíveis é o de odiá-las, mesmo as desejando. O amor, neste caso, se desvincula do sexo, o que é muito perigoso, podendo degenerar em violência sexual. A população, quando diz , simploriamente, que “uma mulher destas está pedindo para ser estuprada”, está nada mais do que “captando” e manifestando estes dados complexos e inconscientes.
As “mulheres normais”, ou seja, que não vivem só para o próprio corpo, tendem a não produzirem-se e cultivarem-se assim tão “agressivamente”, daí a certa “inveja” misturada com ódio ( e temor de serem substituídas ) delas face às “Vênus-de-Milo”. Estas “mulheres normais”, evidentemente, irão dizer que “muitas destas periguetes por aí estão andando tão peladas que estão pedindo mesmo é para serem estupradas”.
Como vimos, o Governo Esquerdista, como todo bom oportunista, alimenta-se destes complexos fenômenos psicossociais para passar sua tese : “vamos destruir os machões truculentos, autoritários, de direita, conservadores”. “Vamos continuar apostando nas mulheres-Dilma, vamos continuar apostando nas mulheres-Maria-do-Rosário-Direitos-Humanos”. “Vamos continuar apostando no esquerdismo humanista, no contra-obscurantismo, na “liberdade da Mulher”. Em síntese : “vamos continuar apostando no PT”.
....................................................
Marcelo Caixeta, Psiquiatra.