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terça-feira, fevereiro 26, 2019

Telemedicina

Telemedicina
25/02/2019


No tempo de Hipocrates, pai da Medicina, já se dizia que o adequado tratamento ao paciente exige “olhar, escutar e tocar” o indivíduo. Entre o médico e o paciente há que existir uma relação de proximidade e confiança, pilar insubstituível de qualquer processo de tratamento.

Não é de se estranhar, portanto, que em todo o País colegas de profissão tenham manifestado preocupação com a recente regulamentação da telemedicina. A mobilização de entidades representativas e dos próprios profissionais foi ouvida e considerada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que decidiu revogar a resolução n 2.227/18 e rediscutir o assunto.

Não há como negar que a tecnologia é ferramenta cada vez mais importante para a prática médica e a preservação da saúde de milhões de pessoas. Hoje, o diagnóstico é mais preciso, as intervenções são menos invasivas, a oferta de medicamentos é maior. Fechar os olhos para as inúmeras possibilidades que a tecnologia oferece seria negar o óbvio.

Ainda assim, há de se ter cautela na definição das regras que tratam do tema. As novas discussões sobre a resolução do CFM que regulamenta a telemedicina, em especial o telediagnóstico e a teleconsulta, vai possibilitar a discussão aprofundada de questões importantes.

Em Santa Catarina, o Conselho Regional de Medicina optou por criar um canal exclusivo para que os médicos possam enviar sugestões, que posteriormente serão encaminhadas ao CFM. Além deste canal, no dia 27 deste mês haverá um fórum aberto a todos os profissionais, na sede do CRM/SC, na Capital, para que o tema seja amplamente debatido.

A saúde é o bem maior de todo o indivíduo. Encontrar as melhores opções disponíveis para promover o acesso a tratamentos e preservar o bem-estar das pessoas é mais que um compromisso – é obrigação de todo profissional da área. Mas não há que se admitir, por um encantamento com o novo ou a simples promessa de redução de custos, que o vital exercício do trabalho médico, reconhecido desde sempre como fundamental nos tratamentos, seja diminuído ou relegado a segundo plano.



Marcelo Linhares

Presidente do Conselho Regional de Medicina

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