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segunda-feira, fevereiro 25, 2019

A criança que não é “castrada psicologicamente”. Marcelo Caixeta.

A criança que não é “castrada psicologicamente” irá ter propensão a ter problemas comportamentais no futuro. Sem um “não”, sem castigos, sem força física do adulto ( às vezes na forma de uma palmadinha mesmo ) , ela irá crescer achando que pode tudo, que é mais que as outras, tolerando pouco a frustração, dando birra, com tendências a realizar todos seus impulsos e prazeres, comer demais, vício de jogos/net, usar drogas, transar demais, fugir de responsabilidades, recusar ocupações, perder a oportunidade de auferir , no tempo certo, prazer do auto-controle e do trabalho. Por exemplo, se você não ensina uma criança a obedecer, muitas não irão se curvar ao “peso das ocupações” ( toda ocupação\trabalho, no início é chata ), irão perder o “prazo de validade” para o trabalho e a responsabilidade.

Quem é mais duro nessas questões costumam ser os homens, as mulheres tendem a ser mais “boazinhas”, tendem a terem mais “dó”, tendem a ouvir as “psicólogas de blog”, tendem a criar os filhos com os “livros de pediatras”. Os homens estão relativamente alijados desse processo porque foram castrados pelo feminismo, pela intolerância de muitas mulheres ( “agora que ganho dinheiro não preciso da encheção de saco de um macho”), pelos divórcios fáceis, pela feminização masculina.

Nós estamos vivendo uma geração de homens criados por mulheres que eram executivas, operatórias, trabalhavam fora. Muitos homens são fracos , são carentes de mãe, são o “elemento fraco da relação”. Estão sempre em busca de uma “mãe amorosa”, têm pouca assertividade. Muitas dessas mães executivas eram também “estressadas”, depressivas, isso aumenta a carência dos homens. Muitos desses homens estão tentando , com sua passividade, “suportar uma mulher chata, poderosa, reivindicativa, executiva, eternamente insatisfeita, anti-fálica (anti-macho, anti-autoridade, anti-patriarcalismo )”. Tentam fazer isso para preservar os filhos, preservar o casamento, querem um “amor que não tiveram na infância”; mas costuma não dar certo, pois muitas mulheres costumam não gostar de “homens fracos na cama” ( é um paradoxo : “querem um homem gentil, mas quando o encontram, brocham” ) . Isso vem alimentar sua eterna insatisfação com tudo. Anulam o marido ou se separam mesmo. A criança fica sem o pai de vez, piora os problemas comportamentais já listados acima.

Quando o homem é “meio psicopata” ( claro há homens escrotos também) e só faz o filho e o abandona, a mãe o cria com muito cuidado e amor, mas, sem a “castração do pai”, cresce achando que é o “fodão”, cresce sem lei, cresce paparicado, vai para o crime mesmo. Ao contrário das crianças de “pais fracos” - que podem caminhar para a depressão, auto-mutilação, suicídio, toxicomania, tudo por excesso de prazer e tédio por falta de ocupação - essas crianças de pais psicopáticos tendem a assumir a genética e a psicologia deste pai ausente : truculência e agressividade externalizada.Também irão entregar-se ao prazer sem freio e sem ocupação, assim como os filhos dos “pais fracos”, mas , ao contrário desses ( que irão para a depressão, para o “borderline” ) , eles irão prejudicar os outros muito mais do que a si mesmos ( o que caracteriza a estruturação psicopática da personalidade) .
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Marcelo Caixeta, medico especialista em Psiquiatria da Infancia e Adolescencia pela Universidade de Paris XI ( Le Kremlin-Bicêtre)

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