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sábado, dezembro 22, 2018

ALUCINADO. Charles Fonseca. Poesia.

ALUCINADO
Charles Fonseca

Tens dois meigos biquinhos
que parecem de andorinhas
em teu colo quando caminhas
os acompanho durinhos

numa boca bem cercada
entre elas tua língua
me arrebata e à míngua
suga a minha lambuzada

em volta do teu pescoço
mil pousos de borboleta
arrodeio em retreta
ponho o resto em alvoroço

arrepia a tua pele
passo a mão está tudo em Braille
fervilham os teus entalhes
devagar como se deve

inscrevo em ti, amada,
o teu corpo em labaredas
qual vulcão lavas acesas
de ti escorrem às beiradas

algo que é doce e salgado
te premio em pleno gozo
algo branco leitoso
desmaio alucinado.






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