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sexta-feira, junho 03, 2016

PERFUMES. Charles Fonseca. Poesia

PERFUMES
Charles Fonseca

Desce o tempo pelo rio
Das contas buscando os mares,
Amantes trocam olhares
Em vagas, nas noites de frio.

Sobem soluços do peito,
Desejos em chamas crepitam,
Sobem ardores, suscitam
Gemidos em ondas no leito.

Sobem à lua queixumes,
Desce cândido o luar,
O rio dá contas ao mar,
No leito recendem perfumes.

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