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terça-feira, julho 28, 2015

A pediatria no SUS. Marcelo Caixeta

"Gostaria de desabafar o que aconteceu comigo. Eu era pediatra-neonatologista-intensivista na UTI neonatal da Sta Casa de Y [ SUS] , e ganhava "X", fui reclamar para a diretoria, que estava baixo demais, e ao invés de tentarem aumentar, me demitiram, contrataram um médico não-pediatra, não-intensivista, não-neonato, com 3 anos e meio de formado, recebendo X/2. Resultado: me disseram que em aproximadamente um mês morreram quase 10 crianças, a média antes era de uns 4 óbitos...Como vc acha que vai-se resolver ( ou não ) esta situação no Brasil "?
Eu opino : Cara amiga, pessoas como você, que me parecem ser competentes, não tem muito espaço no SUS, onde a qualidade não conta e onde pode morrer 10 pessoas que 8 a terra encobre e 2 a papelada encobre. Os filantrópicos, ou Organizações Sociais [OS] ( a nova "moda" ) também não costumam pautar pela meritocracia ( "posso não gostar de você , mas você vale quanto produz, e pela qualidade do que produz" ). As OS também estão envoltas na "politicagem do SUS", assim como os filantrópicos, pois a "politicagem suja do SUS" contamina tudo. Filantrópicos também tem muito de "raiva de médicos" pois diretores geralmente não são médicos e até tem raiva de médicos que "aparecem mais que eles", "fazem o BEM mais que eles", "são mais caridosos e competentes na caridade do que eles", etc. Além do quê, sem um gerenciamento empresarial, profissional, tendem a ter muito de "compadrio", "nepotismo", "politicagem", "não-posso-demitir-fulano-porque-a-família-dele-contribui-com-a-Igreja", etc. Portanto, o único espaço que sobraria para voce seria fazer como eu que , mesmo sem dinheiro, montei meu próprio lugar de trabalho, ou então unir-se a uma instituição particular que valorize seu trabalho ( por causa da meritocracia e não porque "são seus amigos ou gostam de você"). Os particulares, no entanto, também , quando não ssão profissionais, padecem de problemas também , tipo "o diretor me demitiu para contratar a filha dele".... Enfim, problemas, mas acho que você teria mais chance de ser valorizada num serviço particular ( "profissional", "gerencial", "empresarial" ) do que em qualquer coisa ligada a SUS, pois nestes lugares não se importa muito com quem morre ( e com quantos morrem ).

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