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quarta-feira, setembro 10, 2014

Foi assim comigo em Frankfurt. Charles Fonseca. Prosa

Foi assim comigo em Frankfurt
Charles Fonseca

Na alfândega não foi preciso plantar bananeira. O policial grunhiu alguma coisa que, sabiamente, entendi como sendo algo metálico que eu portava. Retirei do bolso várias moedinhas inglesas, um punhado, e as mostrei. Minha turma às gargalhadas. Não sei porque abri generosamente a mão e todas as moedas caíram ao chão. As acomodadas logo que caíram, prudentemente, se deitaram. Umas moedas doidivanas saíram a correr. De pronto me abaixei dando tapas nas vagabundas no que fui prontamente ajudado pelo policial. Terminada a tarefa, nós de quatro, um olhando para a cara do outro. Levantamos garbosamente. Ele passou a mão em minha bunda e notou algo estranho no bolso da calça. Grunhiu novamente e, já refeito do susto, tirei do mesmo um pente pata-pata, comum na Bahia, e fiz uma singela demonstração de para que servia. Concluí pela gentileza do policial em não se aborrecer com a cena ridícula, mambembe, que representamos.

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