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domingo, fevereiro 23, 2014

Governo destruindo o que funciona e implementando o que não funciona. Marcelo Ferreira Caixeta. Medicina

Marcelo Ferreira Caixeta

1) EM 20 ANOS DE CAPS ( “centros psicológicos do Governo”) AS MORTES DE DOENTES PSIQUIÁTRICOS NAS RUAS AUMENTARAM MAIS DE 400%.
3) PORTANTO, ( e há outras falências do “Regime de Caps”, mas não cabe aqui ) NÃO HÁ NENHUMA JUSTIFICATIVA CIENTÍFICA OU MESMO HUMANÍSTICA DE SEU FUNCIONAMENTO.
4) SÓ QUE O GOVERNO ESQUERDISTA CONTINUA CONTRATANDO NÃO-MÉDICOS PARA LOCUPLETÁ-LOS ( “cabides-de-emprego-e-cabos-eleitorais”).
5) AS SAÍDAS ? ( vide artigo abaixo) : Muito SIMPLES : O Governo reembolsar as internações e consultas médicas psiquiátricas ( feitas no âmbito da Sociedade Civil, Medicina Liberal ) daqueles pobres que não tem como pagar particular ou plano.
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GOVERNO DESTRUINDO O QUE FUNCIONA E IMPLEMENTANDO O QUE NÃO FUNCIONA.

Antes que me chamem de direitista, anti-petista, ou “marconista” ( Marconi Perillo, Governador de Goiás, PSDB ), digo que, além de nunca ter sido filiado ou militante de nenhum partido político de direita ( aliás, já fui para a rua com bandeira e tudo pedir votos e boca-de-urna para o Lula ), já fui demitido de um cargo técnico que ocupava ( “coordenador de saúde mental” ) no primeiro Governo Marconi. Portanto, em termos pessoais, se eu tivesse de ter algum sentimento, seria o de revolta e vingança, é natural do ser humano. No entanto, em termos políticos, o “coletivo” tem de estar acima do pessoal, e o que eu tenho vivido em termos coletivos, como diretor de hospital filantrópico, é muito mais pró-Marconi do que anti-Marconi. Vou explicar abaixo.
Nosso hospital, que atende 100% SUS, crianças e adolescentes com dependências químicas graves ( crack e outras), doenças mentais, prestando serviços públicos ininterruptamente desde 1986, está para fechar por falta de pagamentos do SUS ( dívidas atuais de 250 mil reais ) . Mas Brasília, Governo Federal - por exemplo na figura de seu Ministro da Saúde, Arthur Chioro , que ainda há poucos dias disse “querer fechar todos os hospitais psiquiátricos”- parece não se importar muito com o fechamento e com as mortes de doentes nas ruas. Além de fazerem ouvidos moucos às demandas dos hospitais falidos ( dizem : “loucura não sangra, sobretudo se é sangue de pobre, que é sangue de barata e sangue barato” ), dizem que a política deles vai no sentido contrário : é pressionar pelo fechamento mesmo. Quando eu era coordenador de saúde mental em Goiás, em reuniões de Brasília, ouvia : “não queremos melhorar hospitais psiquiátricos, queremos asfixiá-los”. Isto já foi motivo de escândalos em Goiânia no mês passado, onde, além de nosso hospital ( em vias de fechamento ) , mais dois fecharam as portas para o SUS, numa baixa de quase 500 leitos, deixando centenas nas ruas, para morrerem e matarem ( “doença psiquiátrica” não entra em estatística de morte, o que entram são as nossas taxas africanas de homicídio, “execuções”, os suicídios, overdoses, “paradas cardíacas”, etc) .
Este fechamento de hospitais preconizado pelo Governo Federal ( 85% dos leitos psiquiátricos no Brasil já foram fechados nestes últimos 10 anos ) tem um cunho puramente político, que é o de quebrar a espinha das iniciativas não-governamentais ( destruir tudo que é não-estatal em Medicina ) , quebrar a espinha da Sociedade Civil, jogando tudo para o campo da Estatização. Para o Estado Brasileiro atual é muito importante manter os cabides-de-emprego na Saúde ( é assim que os Governos “dominam” a classe média funcionária pública ) e manter os currais-eleitorais-dos-pacientes.
As provas de que a destruição dos hospitais privados e da medicina privada é algo puramente político são inúmeras ( tenho publicado isto renitentemente em meus artigos aqui no dm.com.br, às terças, sextas, domingos e farei ainda uma série), mas posso me ater aqui a duas delas : 1) em primeiro lugar, o aumento vertiginoso dos homicídios de rua no Brasil nos últimos dez anos ( hoje o país está em terceiro lugar mundial, atrás apenas de Honduras e El Salvador; Goiânia está entre as 15 cidades mais violentas do mundo, etc ) , em cujas causas está majoritariamente a falta de tratamento médico-hospitalar-psiquiátrico e prevenção para graves usuários de drogas ( por exemplo, um hiperativo não tratado psiquiatricamente - e o governo federal, com sua política antimédica, “despreza” o médico psiquiatra, que para eles seria “mais um “membro da direita” - será um futuro “zumbi do crack”) . 2) Em segundo lugar, o Governo Federal tem uma política de destruição sistemática do hospital não-estatal, mas, ao mesmo tempo, tem uma política intensiva de construção de hospitais psiquiátricos estatais ( os chamados Caps-24hs [ “centros psicológicos do Governo”] , que, despreparadamente, fazem a internação de doentes psiquiátricos , inclusive a um custo/leito 4 vezes maior do que o de um hospital psiquiátrico não-estatal que eles estão destruindo ). Tais “unidades” ( para as quais recusa-se, estrategicamente o nome de “hospital” e “médico” ) só tem sido factíveis porque, para elas, são extremamente maneiradas e aliviadas as exigências esmagadoras do Governo sobre os hospitais não-estatais ( p.ex., grande parte não tem nem médico psiquiatra, não têm plantonistas médicos noturnos, não têm leitos de terapia intensiva e clínica, nutricionistas, farmacêuticos, algumas nem diretoria médica tem, etc, etc ) . Ou seja, o Governo Federal destrói o hospital não-estatal, que tem tudo isto, para construir o mesmo hospital psiquiátrico, mas com outro nome, “outra equipe”, outros custos ( bem mais altos ) e a quem não se exige nem um centésimo das condições exigidas dos não-governamentais. Então, qual é a racionalidade de destruir algo que já existe ( os hospitais psiquiátricos não-estatais ) , eram descentralizados ( esparramavam-se pelo interior antes de acabarem ) , funcionavam bem mais barato, etc, para construir algo muito mais caro, que funciona muito pior ( p.ex., não tem obrigatoriedade de ter médico plantonista noturno, entre outras coisas ) , ainda muito centralizado ( não há estruturas no interior ) , e que ainda não mostrou que funciona ? Qual a melhora que a “política de Caps” ( estes centros psicológicos ) trouxe para o Brasil em 10 anos ? A crackolândia ? A zumbilândia de doentes mentais nas ruas ? As estatísticas absurdas e sempre crescentes de homicídios nas ruas ? Os assassinatos ( vide cineasta Coutinho, cartunista Glauco, etc) cada vez mais frequentes produzidos por doentes psiquiátricos sem tratamento ? Isto é o “legado cientificamente comprovado dos Caps?”. Então, como se vê, não há nenhuma comprovação científica e prática de que a política de destruição sistemática de leitos na Sociedade Civil esteja sendo benéfica para a população. Mas a mesma política tem de continuar por motivos puramente eleitoreiros, como ocorre no Brasil, sempre.
Nenhum destes dados acima importa à politicagem estatizante do Governo Federal e Ministério da Saúde. Como eu disse, para eles é muito importante a continuidade da destruição da Medicina Liberal, a destruição da Sociedade Civil não-estatal, tudo para a tentativa da implantação de um totalitarismo de esquerda à la Cuba .
Na contramão disto tudo está o Governo do PSDB em Goiás que tem atuado como verdadeiro parceiro da Sociedade Civil. Só neste mês, por meio de convênios firmados, nossa instituição filantrópica já foi ajudada pelo Estado ( que não tem obrigação constitucional para isto ) de várias formas diferentes : 1 ) aumento das diárias hospitalares goianas para doentes psiquiátricos ( incluindo aí os dependentes ), evitando-se assim o fechamento de hospitais . 2 ) isenção de água e luz para a instituição filantrópica. 3 ) doação de 50 mil reais para implementação de programas de tratamento hospitalar para dependentes. 4 ) disponibilidade de assessores técnicos altamente especializados para nosso apoio hospitalar. Sem estas ajudas, algumas delas que já duram anos, já teríamos fechado há muito tempo.
Em todos estes eventos citados, tanto o Governador quanto o Vice-Governador, José Elielton, a quem eu disse isso acima pessoalmente, têm frisado a parceria forte que querem estabelecer, e já estão estabelecendo, com a Sociedade Civil para fazermos frente estes grandes desafios humanos ( para os quais os Governos já se mostraram mais do que incompetentes, apesar dos bilhões gastos ) . Se esta for a “filosofia oficial do PSDB”, mesmo eu sendo um “anarquista” ( no sentido de “desconfiar” sempre do Estado e acreditar muito na Sociedade Civil ) , tem todo meu apoio, viro “cabo-eleitoral” deles, já disse isto publicamente, mesmo sendo avesso à tudo quanto é partidarismo político. Mas não se preocupem os políticos, não irei “tirar voto de ninguém”, nem de “inimigo”, nem de “amigo”, pois se eu me declarasse amigo de algum partido, ao tentar ser seu cabo eleitoral faria é tirar voto dele ( quem vai querer um “louco desbocado” e “franco-atirador” como “parceiro”?) . Há hoje uma esquizofrenia nas políticas de saúde. Diz-se uma coisa ( “vamos acabar com hospitais psiquiátricos”), mas, na realidade, por baixo dos panos, ( todo mundo tem medo do Ministério da Saúde ) tem é de fazer-se outra ( “vamos tentar salvar os pouquíssimos leitos psiquiátricos que sobram” ). Esta atuação dos governos estadual e municipal, por exemplo, na prática, aponta para uma política veladamente oposta à da estatização esquerdista federal, que tem mostrado todo o desprezo e o ódio que tem pelas iniciativas filantrópicas advindas da Sociedade Civil ( qualquer iniciativa estatal é mal-vinda ) . Aliás, não é de se estranhar, pois para o comunismo ( regime próximo ao cubano, no qual já vivemos no Brasil, pelo menos na área da saúde ), a filantropia ( querer prestar atendimento de saúde sem finalidade lucrativa ou politiqueira ) , assim como qualquer manifestação “doentia” da Sociedade Civil, é um cancro a ser extirpado.
Para a solução do problema da deshospitalização progressiva que acontece no Brasil ( sobre a qual farei uma série de artigos, documentados estatisticamente ), Goiás e Goiânia foram contemplados com uma ação conjunta do Governo de Goiás e da Prefeitura de Goiânia, que, altruisticamente, superaram suas diferenças políticas e atuaram republicanamente em prol do bem-maior da população. Nas figuras remarcáveis ( pela competência e humanidade ) de seus atuais Secretários de Saúde, Halim Girade e Fernando Machado ( Estado e Prefeitura, respectivamente ) , ambos a quem tenho o prazer de conhecer pessoalmente ( daí não estar fazendo nenhuma “rasgação de seda” politiqueira, mas expressando o que julgo ser a verdade ) , houve uma notável união de esforços para complementação da diária paupérrima, falimentar, que era paga aos hospitais psiquiátricos. Só no último ano Goiânia e Goiás teriam perdido 500 leitos hospitalares psiquiátricos, gerando o caos na população assistida, como se viu na TV nos últimos dias. No entanto, Fernando Machado e Halim Girade, representando respectivamente Paulo Garcia ( prefeito ) e Marconi Perillo ( governador ), numa demonstração inédita de altruísmo, uniram forças para solucionar o problema, repondo o montante insuficiente de diárias hospitalares pago pelo governo federal ( que, diga-se de passagem, fica com 73% de todos os impostos arrecadados do cidadão, mas que, como vimos acima, por “motivos políticos”, não “pode” aumentar sua participação financeira nas diárias ) . Goiás e Goiânia pelo menos, e por enquanto, parecem ter-se livrado de um pesadelo que, infelizmente ainda acomete o Brasil ( e continuará o acometendo ) , a epidemia genocida silenciosa consubstanciada no sacrifício diário de milhares de vidas de doentes psiquiátricos/dependentes nas ruas.
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Marcelo Caixeta, psiquiatra.
1) EM 20 ANOS DE CAPS ( “centros psicológicos do Governo”) AS MORTES DE DOENTES PSIQUIÁTRICOS NAS RUAS AUMENTARAM MAIS DE 400%.
3) PORTANTO, ( e há outras falências do “Regime de Caps”, mas não cabe aqui ) NÃO HÁ NENHUMA JUSTIFICATIVA CIENTÍFICA OU MESMO HUMANÍSTICA DE SEU FUNCIONAMENTO.
4) SÓ QUE O GOVERNO ESQUERDISTA CONTINUA CONTRATANDO NÃO-MÉDICOS PARA LOCUPLETÁ-LOS ( “cabides-de-emprego-e-cabos-eleitorais”).
5) AS SAÍDAS ? ( vide artigo abaixo) : Muito SIMPLES : O Governo reembolsar as internações e consultas médicas psiquiátricas ( feitas no âmbito da Sociedade Civil, Medicina Liberal ) daqueles pobres que não tem como pagar particular ou plano.
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GOVERNO DESTRUINDO O QUE FUNCIONA E IMPLEMENTANDO O QUE NÃO FUNCIONA.

Antes que me chamem de direitista, anti-petista, ou “marconista” ( Marconi Perillo, Governador de Goiás, PSDB ), digo que, além de nunca ter sido filiado ou militante de nenhum partido político de direita ( aliás, já fui para a rua com bandeira e tudo pedir votos e boca-de-urna para o Lula ), já fui demitido de um cargo técnico que ocupava ( “coordenador de saúde mental” ) no primeiro Governo Marconi. Portanto, em termos pessoais, se eu tivesse de ter algum sentimento, seria o de revolta e vingança, é natural do ser humano. No entanto, em termos políticos, o “coletivo” tem de estar acima do pessoal, e o que eu tenho vivido em termos coletivos, como diretor de hospital filantrópico, é muito mais pró-Marconi do que anti-Marconi. Vou explicar abaixo.
Nosso hospital, que atende 100% SUS, crianças e adolescentes com dependências químicas graves ( crack e outras), doenças mentais, prestando serviços públicos ininterruptamente desde 1986, está para fechar por falta de pagamentos do SUS ( dívidas atuais de 250 mil reais ) . Mas Brasília, Governo Federal - por exemplo na figura de seu Ministro da Saúde, Arthur Chioro , que ainda há poucos dias disse “querer fechar todos os hospitais psiquiátricos”- parece não se importar muito com o fechamento e com as mortes de doentes nas ruas. Além de fazerem ouvidos moucos às demandas dos hospitais falidos ( dizem : “loucura não sangra, sobretudo se é sangue de pobre, que é sangue de barata e sangue barato” ), dizem que a política deles vai no sentido contrário : é pressionar pelo fechamento mesmo. Quando eu era coordenador de saúde mental em Goiás, em reuniões de Brasília, ouvia : “não queremos melhorar hospitais psiquiátricos, queremos asfixiá-los”. Isto já foi motivo de escândalos em Goiânia no mês passado, onde, além de nosso hospital ( em vias de fechamento ) , mais dois fecharam as portas para o SUS, numa baixa de quase 500 leitos, deixando centenas nas ruas, para morrerem e matarem ( “doença psiquiátrica” não entra em estatística de morte, o que entram são as nossas taxas africanas de homicídio, “execuções”, os suicídios, overdoses, “paradas cardíacas”, etc) .
Este fechamento de hospitais preconizado pelo Governo Federal ( 85% dos leitos psiquiátricos no Brasil já foram fechados nestes últimos 10 anos ) tem um cunho puramente político, que é o de quebrar a espinha das iniciativas não-governamentais ( destruir tudo que é não-estatal em Medicina ) , quebrar a espinha da Sociedade Civil, jogando tudo para o campo da Estatização. Para o Estado Brasileiro atual é muito importante manter os cabides-de-emprego na Saúde ( é assim que os Goversnos “dominam” a classe média funcionária pública ) e manter os currais-eleitorais-dos-pacientes.
As provas de que a destruição dos hospitais privados e da medicina privada é algo puramente político são inúmeras ( tenho publicado isto renitentemente em meus artigos aqui no dm.com.br, às terças, sextas, domingos e farei ainda uma série), mas posso me ater aqui a duas delas : 1) em primeiro lugar, o aumento vertiginoso dos homicídios de rua no Brasil nos últimos dez anos ( hoje o país está em terceiro lugar mundial, atrás apenas de Honduras e El Salvador; Goiânia está entre as 15 cidades mais violentas do mundo, etc ) , em cujas causas está majoritariamente a falta de tratamento médico-hospitalar-psiquiátrico e prevenção para graves usuários de drogas ( por exemplo, um hiperativo não tratado psiquiatricamente - e o governo federal, com sua política antimédica, “despreza” o médico psiquiatra, que para eles seria “mais um “membro da direita” - será um futuro “zumbi do crack”) . 2) Em segundo lugar, o Governo Federal tem uma política de destruição sistemática do hospital não-estatal, mas, ao mesmo tempo, tem uma política intensiva de construção de hospitais psiquiátricos estatais ( os chamados Caps-24hs [ “centros psicológicos do Governo”] , que, despreparadamente, fazem a internação de doentes psiquiátricos , inclusive a um custo/leito 4 vezes maior do que o de um hospital psiquiátrico não-estatal que eles estão destruindo ). Tais “unidades” ( para as quais recusa-se, estrategicamente o nome de “hospital” e “médico” ) só tem sido factíveis porque, para elas, são extremamente maneiradas e aliviadas as exigências esmagadoras do Governo sobre os hospitais não-estatais ( p.ex., grande parte não tem nem médico psiquiatra, não têm plantonistas médicos noturnos, não têm leitos de terapia intensiva e clínica, nutricionistas, farmacêuticos, algumas nem diretoria médica tem, etc, etc ) . Ou seja, o Governo Federal destrói o hospital não-estatal, que tem tudo isto, para construir o mesmo hospital psiquiátrico, mas com outro nome, “outra equipe”, outros custos ( bem mais altos ) e a quem não se exige nem um centésimo das condições exigidas dos não-governamentais. Então, qual é a racionalidade de destruir algo que já existe ( os hospitais psiquiátricos não-estatais ) , eram descentralizados ( esparramavam-se pelo interior antes de acabarem ) , funcionavam bem mais barato, etc, para construir algo muito mais caro, que funciona muito pior ( p.ex., não tem obrigatoriedade de ter médico plantonista noturno, entre outras coisas ) , ainda muito centralizado ( não há estruturas no interior ) , e que ainda não mostrou que funciona ? Qual a melhora que a “política de Caps” ( estes centros psicológicos ) trouxe para o Brasil em 10 anos ? A crackolândia ? A zumbilândia de doentes mentais nas ruas ? As estatísticas absurdas e sempre crescentes de homicídios nas ruas ? Os assassinatos ( vide cineasta Coutinho, cartunista Glauco, etc) cada vez mais frequentes produzidos por doentes psiquiátricos sem tratamento ? Isto é o “legado cientificamente comprovado dos Caps?”. Então, como se vê, não há nenhuma comprovação científica e prática de que a política de destruição sistemática de leitos na Sociedade Civil esteja sendo benéfica para a população. Mas a mesma política tem de continuar por motivos puramente eleitoreiros, como ocorre no Brasil, sempre.
Nenhum destes dados acima importa à politicagem estatizante do Governo Federal e Ministério da Saúde. Como eu disse, para eles é muito importante a continuidade da destruição da Medicina Liberal, a destruição da Sociedade Civil não-estatal, tudo para a tentativa da implantação de um totalitarismo de esquerda à la Cuba .
Na contramão disto tudo está o Governo do PSDB em Goiás que tem atuado como verdadeiro parceiro da Sociedade Civil. Só neste mês, por meio de convênios firmados, nossa instituição filantrópica já foi ajudada pelo Estado ( que não tem obrigação constitucional para isto ) de várias formas diferentes : 1 ) aumento das diárias hospitalares goianas para doentes psiquiátricos ( incluindo aí os dependentes ), evitando-se assim o fechamento de hospitais . 2 ) isenção de água e luz para a instituição filantrópica. 3 ) doação de 50 mil reais para implementação de programas de tratamento hospitalar para dependentes. 4 ) disponibilidade de assessores técnicos altamente especializados para nosso apoio hospitalar. Sem estas ajudas, algumas delas que já duram anos, já teríamos fechado há muito tempo.
Em todos estes eventos citados, tanto o Governador quanto o Vice-Governador, José Elielton, a quem eu disse isso acima pessoalmente, têm frisado a parceria forte que querem estabelecer, e já estão estabelecendo, com a Sociedade Civil para fazermos frente estes grandes desafios humanos ( para os quais os Governos já se mostraram mais do que incompetentes, apesar dos bilhões gastos ) . Se esta for a “filosofia oficial do PSDB”, mesmo eu sendo um “anarquista” ( no sentido de “desconfiar” sempre do Estado e acreditar muito na Sociedade Civil ) , tem todo meu apoio, viro “cabo-eleitoral” deles, já disse isto publicamente, mesmo sendo avesso à tudo quanto é partidarismo político. Mas não se preocupem os políticos, não irei “tirar voto de ninguém”, nem de “inimigo”, nem de “amigo”, pois se eu me declarasse amigo de algum partido, ao tentar ser seu cabo eleitoral faria é tirar voto dele ( quem vai querer um “louco desbocado” e “franco-atirador” como “parceiro”?) . Há hoje uma esquizofrenia nas políticas de saúde. Diz-se uma coisa ( “vamos acabar com hospitais psiquiátricos”), mas, na realidade, por baixo dos panos, ( todo mundo tem medo do Ministério da Saúde ) tem é de fazer-se outra ( “vamos tentar salvar os pouquíssimos leitos psiquiátricos que sobram” ). Esta atuação dos governos estadual e municipal, por exemplo, na prática, aponta para uma política veladamente oposta à da estatização esquerdista federal, que tem mostrado todo o desprezo e o ódio que tem pelas iniciativas filantrópicas advindas da Sociedade Civil ( qualquer iniciativa estatal é mal-vinda ) . Aliás, não é de se estranhar, pois para o comunismo ( regime próximo ao cubano, no qual já vivemos no Brasil, pelo menos na área da saúde ), a filantropia ( querer prestar atendimento de saúde sem finalidade lucrativa ou politiqueira ) , assim como qualquer manifestação “doentia” da Sociedade Civil, é um cancro a ser extirpado.
Para a solução do problema da deshospitalização progressiva que acontece no Brasil ( sobre a qual farei uma série de artigos, documentados estatisticamente ), Goiás e Goiânia foram contemplados com uma ação conjunta do Governo de Goiás e da Prefeitura de Goiânia, que, altruisticamente, superaram suas diferenças políticas e atuaram republicanamente em prol do bem-maior da população. Nas figuras remarcáveis ( pela competência e humanidade ) de seus atuais Secretários de Saúde, Halim Girade e Fernando Machado ( Estado e Prefeitura, respectivamente ) , ambos a quem tenho o prazer de conhecer pessoalmente ( daí não estar fazendo nenhuma “rasgação de seda” politiqueira, mas expressando o que julgo ser a verdade ) , houve uma notável união de esforços para complementação da diária paupérrima, falimentar, que era paga aos hospitais psiquiátricos. Só no último ano Goiânia e Goiás teriam perdido 500 leitos hospitalares psiquiátricos, gerando o caos na população assistida, como se viu na TV nos últimos dias. No entanto, Fernando Machado e Halim Girade, representando respectivamente Paulo Garcia ( prefeito ) e Marconi Perillo ( governador ), numa demonstração inédita de altruísmo, uniram forças para solucionar o problema, repondo o montante insuficiente de diárias hospitalares pago pelo governo federal ( que, diga-se de passagem, fica com 73% de todos os impostos arrecadados do cidadão, mas que, como vimos acima, por “motivos políticos”, não “pode” aumentar sua participação financeira nas diárias ) . Goiás e Goiânia pelo menos, e por enquanto, parecem ter-se livrado de um pesadelo que, infelizmente ainda acomete o Brasil ( e continuará o acometendo ) , a epidemia genocida silenciosa consubstanciada no sacrifício diário de milhares de vidas de doentes psiquiátricos/dependentes nas ruas.
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Marcelo Caixeta, psiquiatra.

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