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quarta-feira, dezembro 18, 2013

Tristeza Universal. Luiz Fernando Pinto. Poesia

Tristeza Universal
Luiz Fernando Pinto

Quando chegar o dia da Tristeza Universal
Todos os lagos transformar-se-ão
Nos mausoléus de todos os sonhos de amor,
Sobreviventes de todas as fantasias românticas
E de todas as histórias de amor
Vividas nas mais lindas sagas de amor e saudade.

Quando este dia chegar,
Todos os cisnes, de todos os lagos,
- Amedrontados por esta tristeza letal-
Fugirão desta melancolia maldita,
Reunidos em grupos de tristes fugitivos,
Em busca de refúgios secretos
Escondidos em paraísos desconhecidos.

Quando este dia chegar,
Desolados pela Tristeza Universal.
Os peixes, em desespero,
Buscarão os sepulcros privativos das algas e corais
E deixar-se-ão morrer, em cardumes,
No fundo dos lagos,
No fundo dos rios,
No fundo do mar.

Os pássaros, desolados e melancólicos,
Fugirão em revoada,
Rumo a recantos distantes,
Em busca dos céus desconhecidos,
Jamais navegados pelos astronautas da NASA
Em desespero, os pássaros
Mergulharão num voo cego de morte
Em direção a precipícios rochosos
Que serão lindamente decorados
Com beleza e o colorido
Desprendido de suas plumas

As luas de todos os planetas
Fugirão, também,
Levando prisioneiros consigo,
Os meus reflexos esmaecidos e tristonhos,
Que jamais voltarão a brilhar
Nos mares sem peixes,
Nos lagos sem cisnes
E nos céus sem pássaros.
Em desespero, as luas afogar-se-ão no mar
E nunca mais haverá
Lindas noites de luar

Quando este dia chegar,
Partirei, então, sem bússola e sem destino,
Em busca deste paraíso distante e desconhecido
Que acolherá
Os cisnes fugitivos e os pássaros migratórios,
Porque tenho certeza
Que neste paraíso reencontrarei você,
À minha espera, de braços abertos,
Dentre os sobreviventes
Desta catástrofe da Tristeza Universal

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In memoriam do autor, médico, falecido ontem, dia 17.12.13

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