Crítica à nota da FENAM. (Federaçãoção Nacional dos Médicos). Marcelo Ferreira Caixeta. Medicina

CRÍTICA À NOTA DA FENAM
Marcelo Ferreira Caixeta

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Como se vê em anexo, pesquisa IBOPE ( 28/set/2013) feita em todo o Brasil, em mais de 2.000 localidades, mostra que a percepção do brasileiro em relação à saúde pública só vem deteriorando ( saltou de 66% que a consideram péssima para 77% ). Isto desmente rotundamente várias alegações de Dilma e Padilha ( Ministro da Saúde ), que dizem que o povo aprova o esmagamento que eles vêm promovendo em relação à medicina ( p.ex., o Governo Federal anulou a necessidade de diploma de médico para exercer-se a medicina em todo território nacional, isto para permitir que engane-se a população dizendo que “há médicos trabalhando no SUS”, quando, de fato, o que há são pessoas sem diploma médico exercendo a função ). Chegaram inclusive a alardear e divulgar ( vide, p.ex., artigo de Attuch na revista Isto É , há um mês ) que o combate aos médicos teria caído nas graças do povo e estaria alavancando a popularidade de Dilma e a candidatura de Padilha ao governo de São Paulo. No entanto, a pesquisa Ibope mostra que, na verdade, a percepção da saúde pública só tem piorado, pois “decretos” e populismo demagógico não resolvem um problema que exige trabalho, ciência e competência. É o que temos mostrado já há tempos : a falência do SUS, um sistema cada vez mais caro, com cada vez mais cabides-de-emprego, e resolutividade cada vez menor ( como a pesquisa mostra ). Muitos médicos, inclusive aqueles que dominam os sindicatos ( que por sua vez são historicamente ligados ao governismo ou esquerdismo - querem “poderzinho político” e “cabides-de-emprego” ), por conta de suas vinculações políticas, traem a própria visão negativa que os médicos têm da situação. Agora mesmo, a Federação Nacional dos Sindicatos Médicos vem de soltar nota “exaltando o SUS”, ignorando que é em nome deste sistema falido que “seu Governo” ( do qual é pelego e “traidor quinta-coluna ) está destruindo a medicina no país.
A população, através de uma jogada milionária do Governo ( milhões em propaganda, milhões para “irrigar” a mídia, calá-la, direcioná-la, etc) é informada de que os médicos “são contra os cubanos” no SUS, sem informar, de fato, a verdade, que é a seguinte : 1) os médicos brasileiros não são contra “cubanos” ou qualquer profissional estrangeiro no SUS, desde que, para isto, o Governo Federal não tenha de rasgar e queimar em praça pública o diploma de quem estudou medicina no Brasil . 2) Como mostra matéria de Veja de 28.9.13, o Governo brasileiro aboliu a necessidade de diploma médico ( colocando assim em risco toda a população ) só para propiciar a jogada política de trazer os militantes petistas que, patrocinados pelo partido, tinham ido fazer curso “técnico em medicina” na ilha de Fidel. De quebra, queriam enganar a população, por pelo menos um ano ( até verem que não resolveu nada ) até a reeleição de Dilma e Padilha : “trouxemos “médicos” para vocês, agora, passando por cima dos maiores inimigos da saúde pública, os médicos, vamos resolver o problema do SUS”. 3) os médicos brasileiros não vão para o interior não é por causa de salários ( como alardeia o Governo querendo “queimá-los” ) , é por absoluta falta de condições. Tanto é que, como constata a reportagem de “Veja”, os cubanos contratados têm restrito sua “ação médica” no interior ao “encaminhamento” de pacientes para médicos em hospitais de locais realmente resolutivos ( ou seja, a velha “empurroterapia” ou “ambulâncioterapia” ). 4) a falta de resolutividade médico-hospitalar do SUS é muito simples de ser entendida : deve-se ao comunismo que já impera no Ministério da Saúde há décadas. No comunismo, como se sabe, não há “dono“ de nada, não há responsável, não há meritocracia ( quem manda é quem é ligado ao partido ) , não há hierarquia técnica ( é a aeromoça pilotando o avião ) , o funcionário público ( benesses, mordomias, cabides-de-emprego, etc ) é mais importante do que o cliente, etc, etc, ou seja, é “poste mijando em cachorro”. É claro que um sistema gerencial falido destes não consegue fazer o menor hospital funcionar, daí a percepção do povo de que as coisas estão cada vez piores. Mas, os brasileiros, como clássicos bundões que são, ao invés de reclamarem, botarem prá quebrar, fazem é “sair do SUS e contratar um plano de saúde” ( assim como, ao invés de exigirem seus impostos em segurança, fazem é comprar um cachorro ) . Só que, então, irão pagar duas vezes : pagar o SUS cada vez mais caro ( e que não funciona ) e ainda pagar o plano de saúde. É por isto que, ano-após-ano, o número de médicos e hospitais cai vertiginosamente dentro do SUS. 5) praticamente expulsos do SUS, os médicos que ficam atendem mal e são malvistos pelo povão. Já a classe média tem raiva de médicos porque os médicos que estão fora do SUS estão cobrando caro ( mais uma distorção feita pelo Governo, pois foi ele quem criou esta dicotomia perversa entre “medicina-que-não-funciona-para-pobres” e “medicina-que-funciona-a-preço-de-ouro-para-ricos”). 6) O Governo, orientado por marqueteiros, aproveita-se desta “raiva dos médicos” para instigar a população contra a categoria e nisto vem tendo sucesso. Só que esta mesma população é tão ignorante ( não lê e não vê as coisas com profundidade ) e incongruente que não vê sua hipocrisia, que é a seguinte : “pois bem, povo e Governo estão unidos para esmagar os médicos, e o estão conseguindo; então por que é que, mesmo tendo tanto sucesso em abolir a medicina no Brasil ( “decretos” do Governo que permitem que qualquer um dê diagnósticos e prescrições médicas ) , a saúde está tão ruim, como eles mesmos constataram na pesquisa Ibope ?”. Não era para a “fórmula” deles ( colocar não-médicos para fazer trabalho de médico ) estar funcionando ? Esta pesquisa ( “piora da avaliação da saúde” ) portanto, mostra toda a hipocrisia de povo, mídia e Governo que não reconhecem sua própria incompetência e seu ódio destrutivo : onde está a solução de vocês para a saúde ? A sua “saúde-sem-médicos” não funcionou ? Um SUS sem medicina não está funcionando ? Será por quê ?
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Marcelo Caixeta, psiquiatra.