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quinta-feira, setembro 19, 2013

CONTAS À BEIRA MAR. Charles Fonseca. Poesia

CONTAS À BEIRA-MAR
Charles Fonseca

Reflui a vida ao mar
Na vazante da maré
Corais afloram a pé
Mistérios de Iemanjá

Saudades do marinheiro
Das contas que ele lhe dá
Das vindas dele inteiro
Das voltas do lado de lá

Assim é a vida na terra
Do homem que vem do mar
Dela sua falta se encerra
Nos ais de Iemanjá

Que é mulher vaidosa
Que quer receber presente
Se reflui maré ausente
Vai-se mas volta gostosa

Ai, o pobre marinheiro
Rico que é de ilusão
Faz-lhe versos e então
Chora do seu devaneio.

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